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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

UM EXEMPLO A SER SEGUIDO!


Testamento do Marquês de Tamandaré – Patrono da Marinha


Exijo que meu corpo seja vestido somente com camisa, ceroula e coberto com um lençol, metido em um caixão forrado de baeta, tendo uma cruz na mesma fazenda, branca, e sobre ela colocada a âncora verde que me ofereceu a Escola Naval em 13 de Dezembro de 1892, devendo-se colocar no lugar que faz cruz a haste e o cepo um coração imitando o de Jesus, para que assim ornado signifique a âncora-cruz, o emblema da fé, esperança e caridade, que procurei conservar sempre como timbre dos meus sentimentos.


Sobre o caixão não desejo que se coloque coroas, flores nem enfeites de qualquer espécie, e só a comenda do cruzeiro que ornava o peito do Sr. Pedro II em Uruguaiana, quando compareceu como primeiro dos voluntários da pátria para libertar aquela possessão brasileira do julgo dos paraguaios que a aviltaram com sua pressão; e como tributo de gratidão e benevolência com que sempre me honrou e da lealdade que constantemente a S. M. I. tributei, desejo que essa comenda relíquia este já sobre meu corpo até que baixe à sepultura.


Exijo que não se faça anúncios e nem convites para o enterro de meus restos mortais, que desejos sejam conduzidos de casa ao carro e deste à cova por meus irmãos em Jesus, o Cristo, que hajam obtido o fórum de cidadãos pela Lei de 13 de Maio. Isto prescrevo como prova de consideração a essa classe de cidadãos em reparação à falta de atenção que com eles se teve pelo que sofreram durante o estado de escravidão; e reverente homenagem à grande Isabel Redentora, benemérita da pátria e da humanidade, que se imortalizou libertando-os.


Exijo mais, que meu corpo seja conduzido em carrocinha de última classe, enterrado em sepultura rasa até poder ser exumado, e meus ossos colocados com os de meus pais, irmãos e parentes, no jazigo da família Marques Lisboa.Como homenagem à Marinha, minha dileta carreira, em que tive a fortuna de servir à minha pátria e prestar alguns serviços à humanidade, peço que sobre a pedra que cobrir minha sepultura se escreva:Aqui jaz o velho marinheiro".


Almirante Joaquim Marques Lisboa