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sexta-feira, 16 de julho de 2010

LARGO DO BOTICÁRIO: DO LUXO AO LIXO . . . DESÍDIA E INÉPCIA DA PREFEITURA DO RIO !

Fim do glamour




Afundado no abandono e na decadência, Largo do Boticário inspira alerta de leitora

Publicada em 15/07/2010 às 17h38m

O Globo, com informações e fotos da leitora Alda Girdwood



RIO - O local já foi até cenário de filme americano, abrigando as aventuras de James Bond em ' 007 contra o Foguete da Morte'. O conjunto de casas em estilo colonial do Largo do Boticário, no Cosme Velho, já teve seus dias de glória.

Com jardim projetado por Lúcio Costa e Burle Marx, e banhado por um cada vez mais poluído e seco Rio Carioca, o recanto já foi morada de barões, polo cultural e símbolo de elegância, arte e glamour.



Conhecido oficialmente como Largo do Boticário desde 1879, o conjunto de mansões foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) em 1987 e declarado pela prefeitura, em 1986, Área de Proteção do Ambiente Cultural do Cosme Velho.



Onde antes havia belas casas, chão original em estilo pé de moleque, azulejos antigos de grande valor histórico e um jardim de paisagismo premiado, hoje restam apenas fachadas com infiltrações, mato sem cuidado, mau cheiro, painéis quebrados e todas as faces de um cenário de abandono.

Até os azulejos antigos já foram roubados e vendidos clandestinamente .


Triste com a degradação do lugar, que ainda assim continua atraindo turistas, sobretudo estrangeiros, a leitora Alda Girdwood decidiu fazer um apelo para que alguém se ocupe do Largo.



"Temos a impressão de que as casas vão ruir. Os turistas visitam o espaço e saem decepcionados com o péssimo estado das construções", escreveu ela ao Eu-Repórter , a seção de jornalismo participativo do GLOBO.



Leia mais: A leitora Liane Raposo se choca com a má conservação do Largo do Boticário ao levar amigos turistas ao local e lamenta o abandono


Em 1995, para despertar a atenção do público para o Largo do Boticário, os organizadores da Casa Cor escolheram a Casa Rosa, uma das propriedades da família Bittencourt, e o jardim externo para sediar a mostra.

Foi a última vez que os casarões viram alguma reforma efetiva.

Atualmente, algumas casas estão, inclusive, ocupadas ilegalmente por moradores de rua.



quinta-feira, 15 de julho de 2010

CIDADE NOVA RECEBE INVESTIMENTOS DA PREFEITURA

Quinta, 15 de Julho de 2010, 12h56


Região da Cidade Nova recebe investimentos da Prefeitura


Foto do Teleporto do Rio de Janeiro, na região da Cidade Nova (foto: Cris Martins)

Incentivar o comércio na região, reconhecendo a potencialidade econômica existente, é a principal linha do decreto municipal que cria o Pólo Comercial Rio Cidade Nova. Instituído no dia 22 de junho, o decreto do prefeito Eduardo Paes agrega a região ao Programa Polos do Rio, parceria com o Sebrae/RJ.



Devido à concentração de diversos estabelecimentos de comércio varejista e gêneros alimentícios, além de atividades de prestação de serviços, tais como: drogarias, papelarias, lanchonetes, bares e restaurantes, a região é tida como um ponto de geração de emprego e renda. A criação do Pólo Comercial Rio Cidade Nova objetiva otimizar os investimentos públicos e acelerar a qualificação da região.



Dentre os melhoramentos a serem feitos na região, estão: a repressão ao comércio ambulante irregular, a melhoria da iluminação pública e a limpeza dos logradouros públicos.

De acordo com o diretor-executivo da Associação Comercial e Empresarial Cidade Nova (ACECN), Marcelo Roberto Ferreira,

"Trata-se de um marco para a revitalização da Cidade Nova, área ainda bastante degradada e sem investimento do Poder Público. Em 1808, com a chegada da Família Imperial ao Brasil, a Corte passou a circular na Praça XV e arredores, onde ficavam residências e comércio. Em seguida houve a expansão para São Cristóvão e Cidade Nova (uma área de desterro, onde habitava a parte da sociedade que não deveria ser vista, como prostitutas, malandros, casas de cômodos e bordéis. Com a criação do Teleporto, cerca de 15 anos atrás, havia uma expectativa de desenvolvimento, porém nada que fosse basilar para o progresso, apenas a construção de um edifício inteligente e a demarcação de terrenos para novas construções.

Com a chegada do Centro de Convenções Sul América, a sede nacional da Sul América Seguros, Racional Engenharia e as estações do Metrô Rio, iniciou o desenvolvimento esperado, trazendo para a Cidade Nova empresas do porte da Petrobrás, Info Globo, Nova Cedae".

O comércio que foi atraído para a região movimenta cerca de 20 mil pessoas por dia, entre residentes, trabalhadores e público flutuante. "Creio que o decreto da criação do Polo Comercial Rio Cidade Nova é um avanço e uma promessa da parceria público privada que resultará em benefícios e desenvolvimento da região", afirma Ferreira.



O Programa Polos do Rio é uma iniciativa da Prefeitura do Rio, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico Solidário do Rio (Sedes), em parceria com o Sebrae/RJ, o Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes (SindRio), a ACRJ e a Fecomércio-RJ, que objetiva animar e apoiar o trabalho dos empresários, dando total assistência para os negócios, promovendo o aumento da lucratividade, atratividade e sustentabilidade das empresas.



A gerente da área de Desenvolvimento Comercial do Sebrae/RJ, Mariangela Rosseto, ressalta, "O reconhecimento do Polo Rio Cidade Nova por parte do poder público nos enche de satisfação. Além de evidenciar a importância que a prefeitura dá ao desenvolvimento econômico da região, também é, de certa forma, um exemplo da força do associativismo empresarial, fruto de um trabalho que o Sebrae/RJ vem desenvolvendo há dois anos naquela região.

Os empresários, por meio de sua união e de seus pleitos, sensibilizaram a prefeitura para a força econômica e potencial da Cidade Nova e, agora, com o decreto, esta região passa a receber um olhar privilegiado do governo e terá prioridade nas intervenções públicas para melhoria do local.

Além disso, o polo tem como base a parceria, importante fator para o sucesso. Os parceiros são responsáveis pela governança do polo e proposição de ações para incremento local. Com tudo isso, a região ganha ainda mais atratividade , passa a reunir mais visitantes e aumenta o potencial de geração de renda e emprego dos estabelecimentos locais."



quarta-feira, 14 de julho de 2010

PREFEITURA DO RIO, DESÍDIA COM O PATRIMÔNIO HISTÓRICO DO BRASIL !

Vergonha



Leitor lamenta falta de limpeza e manutenção de chafariz da Praça General Osório


Publicada em 14/07/2010 às 19h11m

Texto e foto do leitor Ivan RiberioRibeiro dos Santos



RIO - Ipanema é um dos principais cartões postais do Rio de Janeiro.

Diariamente, o bairro recebe a visita de dezenas de turistas do mundo todo e é considerado uma área nobre da cidade.

Aos domingos, a tradicional Feira Hippie atrai centenas de pessoas. Entretanto, o mau estado da Praça General Osório é uma vergonha.

O local continua com grandes falhas no calçamento de pedras portuguesas e, o pior, com o chafariz do mestre Valentim completamente abandonado.

O lago está sempre sujo, com a água escura e cheia de lodo.

É essa a imagem do Rio que queremos transmitir para outros estados do Brasil e para outros países?

Uma pena...

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O Chafariz das Saracuras

05/07/2010 - 09:45
Enviado por: Paulo Pacini
JB


Em 1911, com a demolição iminente do Convento da Ajuda, foi revelada ao público uma jóia do período colonial, um chafariz interno, que havia sido protegido dos olhos profanos por mais de um século por força do regime de clausura. Batizado alguns anos antes como Chafariz das Saracuras pelo historiador Vieira Fazenda, era composto por agradável combinação de engenho e estética.



De formato circular, tinha quatro escadas na base, e mais acima uma taça de pedra que recebia a água jorrando dos bicos de quatro saracuras de bronze em um obelisco.

O líquido desaparecia e ressurgia pela boca de quatro tartarugas, que enchiam quatro pias de pedra, utilizadas pelas freiras para lavagem de roupa e outras necessidades cotidianas.





Últimos dias do chafariz no convento em foto de Malta de 1911



O chafariz foi uma dádiva do vice-rei Conde de Rezende às religiosas da Ajuda, e, inaugurado em 1799, prestou serviços até o desaparecimento do convento, sendo então doado à municipalidade, que o colocou na Praça General Osório, em Ipanema, bairro que nascia para o mundo.

Durante alguns anos a obra foi respeitada, mas, longe do abrigo e exposto à sempre atuante legião de vândalos, já na década de 1930 teve uma das saracuras roubadas, sendo as remanescentes retiradas.



Há quase cem anos as águas não correm mais no belo chafariz, vítima de tempos duros, em que monumentos desse tipo pouca chance têm de sobreviver incólumes e em seu esplendor original, excetuando-se aqueles protegidos em parques de acesso controlado e com vigilância permanente.




VEREADORES REYMOND, ELIOMAR COELHO E ADILSON PIRES QUEREM ACABAR COM O JARDIM BOTÂNICO !

VEREADORES INIMIGOS DA HISTÓRIA DO BRASIL E DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO !


MONARQUISTAS VAMOS LUTAR CONTRA ESSE ABSURDO ELEITOREIRO !







REYMOND





 ELIOMAR COELHO



ADILSON  PIRES


CBN - A rádio que toca notícia - Arnaldo Jabor

terça-feira, 13 de julho de 2010

CONDESSA MAURINA PEREIRA CARNEIRO E JORNALISTA JORGE ANTONIO BARROS - UM ENCONTRO ESSENCIAL !

" GRATIDÃO UM PRÍNCÍPIO QUE NÃO TEM FIM . . ."


Enviado por Jorge Antonio Barros - 13.7.2010
6h14m

rotativas paradas


Se houvesse correio eletrônico para o céu, gostaria de enviar um e-mail para a Condessa Maurina Pereira Carneiro, que foi a dona de um jornal que povoou o imaginário de gerações de jornalistas e leitores de jornal bem informados e sintonizados com seu tempo.

Como nunca vivi, nas últimas 3 décadas, a experiência de ver um jornal diário se extinguir, exceto a "Última Hora", este é um e-mail-desabafo por conta da notícia triste que é publicada hoje no GLOBO:

o "Jornal do Brasil" vai acabar em papel, e permanecer apenas na internet.

Não se trata de uma posição de vanguarda, de forma alguma. Mas da dilapidação de um dos maiores patrimônios da história da imprensa brasileira e até mesmo mundial. Mas vamos à carta, antes que acabe o papel e se esgote a paciência do caro leitor.






A condessa entrega um prêmio a Antonio Maria



 


"Estimada Condessa Pereira Carneiro,



Fui estagiário, repórter, repórter especial, chefe de reportagem e editor-assistente de cidade, do seu jornal,entre os anos de 81 a 88 e depois de 91 a 95.



Venho por meio deste, mui respeitosamente, lhe dar essa triste notícia, em primeira mão. O "Jornal do Brasil" acabou em papel. Primeiro perdeu o tamanho standard e virou berliner. Já havia doído em mim aquela transformação. Eu sou da época em que jornal era grande e se lia com as duas mãos, dobrando em quatro partes, no ônibus, na praia ou no banheiro.



Aprendi a ler jornal no seu matutino, ensinado por meu falecido pai, que insistia que eu começasse pela Coluna do Castello. Como eu não engrenava em assuntos complicados, comecei mesmo foi pelo Caderno B, o pioneiro suplemento de cultura, onde mais tarde admirei algumas das repórteres mais bonitas de uma redação, como Luciana Villas-Boas, Susana Schild, Norma Curi, Sonia Racy, Cleusa Maria, e alguns dos críticos mais fustigantes, como Wilson Coutinho, José Carlos Avellar, Macksen Luís, Luiz Paulo Horta, Tárik de Souza.



Foi no seu jornal onde vivi as emoções do princípio no exercício do ofício de repórter, o mais puro e carregado de perplexidades, entre as funções do jornalismo. Na Avenida Brasil 500, no início dos anos 80, foi ali que escrevi a primeira reportagem, me infiltrei no primeiro presídio, dei o primeiro "furo jornalístico", levei o primeiro furo, convenci a primeira pessoa a fazer confidências, fiz a primeira entrevista, perdi o primeiro bloco de anotações, fui ao primeiro local de crime, cobri a primeira chacina, sofri a primeira ameaça, levei o primeiro processo, publiquei a primeira denúncia, cobri e aderi a primeira greve, fui enviado especial para cobrir a primeira guerra, acompanhei o primeiro escândalo em Brasília, a primeira posse de presidente da República, assim como seu impeachment, participei da primeira coletiva, ganhei o primeiro prêmio e, pela primeira vez, compartilhei de um trabalho em equipe, com um grupo extraordinário de jornalistas, que ensinavam a fazer jornalismo, enquanto se divertiam.




A equipe vencedora do Prêmio Esso pela cobertura do Riocentro, em 81, quando comecei como estagiário




 

Fui aprendiz de repórter com Luiz Mário Gazzaneo, Ronald Carvalho, Sérgio Fleury, Heraldo Dias, Hedyl Valle Júnior, Luciano de Moraes, Paulo Henrique Amorim, Marcos Sá Correa, Flávio Pinheiro, Celina Cortes - minha primeira professora - Bella Stal, Beth Marins, Valéria Fernandes, Xico Vargas, Carlos Rangel, Joaquim Ferreira dos Santos, Zuenir Ventura, Artur Xexéo, Altair Thury, Sandra Chaves, Maurício Dias, José Luiz Alcântara, Bruno Thys, Paulo Motta, Luiz Fernando Gomes, J. Paulo da Silva, Jairo Costa, Abel Mathias, Ubirajara Moura Roulien, Bartolomeu Brito, Ronaldo Braga, Milton Amaral, Mônica Freitas, Tânia Rodrigues, Carlos Peixoto, Christine Ajuz, Maria Alice Paes Barreto, Glória O. Castro, Deborah Dumar, Regis Farr, Israel Tabak, Fritz Utzeri, Joelle Rouchou, José Gonçalves Fontes, Orivaldo Perin, Dácio Malta, João Batista de Freitas, Ricardo de Hollanda, Almir Veiga, Evandro Teixeira, Vidal Cavalcanti, Rogério Reis, Kiko Nascimento Brito, Telmo Wambier, Luiz Paulo Coutinho, entre tantos outros que são traídos pela memória.





No seu jornal foi onde comecei a perder a timidez ao lidar com pessoas e a gostar muito de tirar delas alguns segredos de interesse público. Senhora condessa, foi no seu jornal que eu iniciei como estagiário sem QI (Quem Indica), numa época em que ainda era possível um estudante de jornalismo conseguir uma audiência com o diretor de redação (Walter Fontoura), que me recebeu e me deu o estágio, depois que eu obtive a dica de um motorista, seu Cosme, que também já partiu dessa para melhor, como a senhora. Cosme estava ao volante de uma das Brasílias creme com o letreiro do Jornal do Brasil em preto, em frente ao antigo Rio Palace Hotel (hoje Sofitel), no Posto 6, quando me aproximei e perguntei como seria possível estagiar no JB, o jornal da minha infância. Eu era panfleteiro de uma joalheria e estudava à noite.



A Avenida Brasil 500 - que vai virar um hospital público - é um endereço inesquecível. Foi ali no seu jornal, condessa, que eu virei rato do departamento de pesquisa e da biblioteca. Que biblioteca! Eu adorava o espaço amplo da redação com grandes janelas de onde se podia avistar, de um lado, o Cais do Porto e, do outro, o trânsito do Elevado da Perimetral. Um dia, ali, o fotógrafo Carlos Hungria fez a fantástica foto de um policial rapinando galinhas, do caminhão particular para o carro da polícia. Eu não tinha carro, mas ouvia falar que muita gente gostava de namorar no estacionamento, entre uma reportagem e outra. É claro que eu prefiria almoçar no Brito's, o apelido do restaurante a la carte, em vez do bandejão. Brito era o sobrenome do dr. Nascimento Brito, genro da condessa, que assumiu a presidência do jornal. Foi ali que estive com muitas fontes que olhavam pro Jornal do Brasil com devoção hoje só comparável à de muita gente diante de uma grande emissora de TV. Num desses almoços, já como chefe de reportagem, conheci um jovem deputado arrojado que acabou virando governador.



Foi lá também que eu a conheci, numa tarde de 1979, quando participava do projeto Jovem Jornalista, aberto a secundaristas, onde eu era "gato" porque não tinha mais idade para frequentar. A senhora era uma grande entusiasta de novos talentos, condessa. De modo geral, as corporações de hoje se ressentem desse olhar mais artesanal, uma espécie de convicção de que o negócio de comunicação não é apenas uma fábrica de salsichas, mas lida com valores um pouco mais profundos, nos quais o ser humano é o objetivo principal.



Tudo bem, senhora condessa, eu tenho saudades. Tenho saudades até de um tempo que não vivi. Imagine dos anos que vivi no JB...Da dupla que formei com o fotógrafo Raimundo Valentim, com César ao volante. Das matérias com o fotógrafo Marco Antonio Cavalcanti. Dos amigos maravilhosos que fiz, que apesar da distância só nós sabemos o quanto nos une. Saudade de passar o dia na rua, batendo perna, e voltar no fim da tarde para escrever a matéria. Era a supremacia do papel, nem sonhávamos com computador. Era indescritível o barulho das máquinas de escrever, como uma sinfonia desorganizada e metálica, todas as tardes, no calor do fechamento. As laudas - o papel com medidas especiais para a impressão - com cópias em carbono, para deixar na chefia, na pesquisa e na Agência JB, que pagava uma merreca de direitos autorais, no fim do ano. Eu gostava tanto da minha Olivetti Lexikon 80, que até hoje sua imagem me acompanha como avatar no Twitter. Twitter, a senhora jamais imaginou, é aquilo que chamam de mídia social, onde todo mundo passou a ser dono da própria notícia e acreditar piamente que a qualquer momento jornal impresso vai se tornar algo obsoleto. Uma falácia. Jornais jamais vão acabar. Poderão apenas mudar de superfície. Mas tenho certeza de que vai doer, como a perda de um ente querido. Eu sou fanático por papel, tinta e letras.







O JORNAL QUE DESAFIOU A DITADURA





Lançado em 1891, o "Jornal do Brasil" tem uma longa trajetória de respeito às liberdades democráticas. A meu ver, o jornal tem praticamente três grandes fases consideradas importantes em sua história. A primeira é logo no início da fundação quando foi alvo de grande violência por parte do governo da República, antes ou depois da Revolta da Armada, quando o jornal sofreu censura e até empastelamento. O jornal ficou sem circular durante cerca de um ano, entre 1893 e 1894, quando acabou o governo de Floriano Peixoto, o carneiro de batalhão.



A segunda fase importante é a reforma gráfica promovida por Odylo Costa, filho, e Amílcar de Castro, em 1957. Foi marcante porque foi uma verdadeira revolução, que influenciou as mudanças gráficas nos grandes jornais brasileiros. Artista plástico experiente e escultor de prestígio, Amílcar tirou o fio que havia entre as letras e, do aspecto antigo, restou apenas os anúncios classificados em forma de L, na margem esquerda da primeira página. Os classificados do JB deram ao periódico o apelido de jornal das cozinheiras, até o início da década de 60. Com a morte do “Correio da Manhã”, depois do golpe militar de 64, o JB herdou não apenas os leitores como seu estilo liberal.



A terceira grande fase do jornal ocorreu justamente na década de 60, com o recrudescimento da ditadura. Houve momentos memoráveis como o da cobertura fotográfica dos históricos conflitos entre a polícia e os estudantes no Centro do Rio, feita por Evandro Teixeira e Antônio Teixeira - dois nordestinos cabras da peste. No dia seguinte ao AI-5, 14 de dezembro de 1968, o jornal teve uma de suas primeiras páginas mais brilhantes na qual a previsão meteorológica era uma metáfora da crise política e um prenúncio dos anos de chumbo que nasciam com o golpe dentro do golpe. Do outro lado da página uma lembrança que tinha tudo a ver com o 13 de dezembro: Ontem foi dia dos cegos. A homenagem aos deficientes visuais era uma mensagem cifrada, que driblou os censores que já haviam se instalado dentro da redação, como ocorreu em outros diários e publicações.



Com o recrudescimento da censura, o jornal cresceu ainda mais seja pela criatividade de seus editores ou pela ousadia de seus repórteres. Em 1973, no golpe militar contra o governo Allende, o jornal enviou a Santiago o jornalista Humberto Vasconcellos. Sob censura, o relato foi publicado na primeira página em seis colunas de texto sem fotos e sem título. Uma das primeiras páginas mais criativas de todos os tempos.

As décadas de 60 e 70 foram uma época em que a reportagem do Jornal do Brasil virou uma escola de grandes repórteres como Fritz Utzeri, Heraldo Dias, Israel Tabak, José Gonçalves Fontes, Sérgio Fleury, Ghioldi Jacinto, Beatriz Bonfim, Lilian Newlands. A redação da Rio Branco foi celeiro de grandes redatores como Nelson Pereira dos Santos, Tite de Lemos, Ivan Junqueira e Lago Burnett. Juntos formaram um dos times mais prestigiados de jornalistas de todos os tempos num só jornal. O grupo era conhecido como o "copy" na época em que a atividade de reescrever matérias era chamada de copydesk.



Com a redação sob o comando de Alberto Dines, na década de 60, o jornal atingiu o auge entre os veículos impressos de maior credibilidade do país. O jornal da Condessa Pereira Carneiro ficou conhecido como o verdadeiro bastião contra a ditadura militar. A posição política do jornal impediu inclusive o grupo empresarial que o administrava de conseguir uma concessão de canal de TV. O jornalista Walder de Góes deve ter escrito algo sobre isso.



O JB influenciou tanto e tão bem várias gerações de jornalistas que criou uma publicação mensal, bimensal ou trimestral que foi o primeiro manual de jornalismo de muitos profissionais, muito tempo antes de as escolas de jornalismo cuspirem talentos ou blefadores. Os Cadernos de Jornalismo e Comunicação do JB traziam periodicamente o que havia de mais moderno nas ciências da comunicação de massa, na época.

Outro ineditismo do jornal foi o investimento num dos maiores e mais eficientes departamentos de pesquisa de publicação. Daquela seção do jornal, saíram grandes jornalistas. Era uma época em que os jornalistas da pesquisa produziam belos textos, que alimentavam belas edições. Foi um dos primeiros locais do jornal que eu adorava freqüentar, ao lado da biblioteca, uma das melhores já adotadas por um matutino do Rio. Flor era a bibliotecária inesquecível por sua eficiência e simpatia.



O Caderno B é um capítulo à parte na história desse matutino. Foi um suplemento pioneiro na formação de uma cultura jornalística antenada com modismos e comportamentos nos grandes centros urbanos e descobriu logo que Ipanema era a capital da república cultural do Rio. Foi o suplemento onde aprendi a ler jornal, orientado pelo meu pai, que não conseguia me convencer a ler o primeiro caderno (ali comecei pela Coluna do Castelo, um dos maiores repórteres políticos que o país já teve). O JB deixava definitivamente a imagem de jornal das cozinheiras para virar o jornal dos literatos e intelectuais, da esquerda festiva de Ipanema e do executivo do mercado financeiro. Era a época em que repórteres como Vitor Passos enchiam a boca para dizer que haviam sido enviados pelo Jornal do Brasil para cobrir esse ou aquele evento. Vitor lembra que era nítido o tratamento superior dado aos enviados do Jornal do Brasil, em relação aos de outros jornais.



O JB foi pioneiro também no lançamento da revista Domingo, em 1976. Deve ter sido um dos primeiros jornais brasileiros a ter suplemento semelhante. O jornal inovou ainda com o Caderno Cidade, idealizado por Dacio Malta e lançado em 1986, quando a redação estava sob a direção de Marcos Sá Correa. Foi o primeiro jornal brasileiro a lançar um suplemento diário com a cobertura dos assuntos de cidade. Dacio teve a idéia depois de informado que o plano cruzado havia detonado uma sobra de caixa para os consumidores. Havia papel sobrando para se fazer jornais.



Um dos períodos mais críticos da história recente do JB ocorreu às vésperas da última eleição indireta para a presidência da República, quando se dizia pelos corredores da redação que o jornal estava nas mãos de um político do mal - Paulo Maluf, que disputava a eleição com Tancredo Neves. O assunto nunca foi tratado abertamente e nem sequer ventilado pela imprensa. Deixo aos historiadores a tarefa de comparar a cobertura daquelas eleições. Coincidentemente foi quando a cúpula do jornal foi dominada por um grupo de jornalistas que veio de São Paulo, alguns deles muito talentosos e até simpáticos. Esse grupo era liderado pelo jornalista JB Lemos, que substituíra Paulo Henrique Amorim, um dos criativos editores que vi passar pelo JB. Mas nos bastidores começava um questionamento silencioso da tradição democrática do jornal. Era a primeira vez que se ouvia falar da necessidade de o jornal receber não apenas investimentos financeiros mas a influência direta de grupos de lobistas de plantão.



Em 1985, o jornal iniciou seu primeiro programa de informatização, que não foi adiante, sendo retomado mais tarde, com certo atraso. Fiquei fora do jornal entre 88 e 91, retornando para o centenário. A redação estava sob o comando de Dacio Malta que me convidou para assumir a chefia de reportagem da seção onde eu começara dez anos antes, como estagiário. Voltei com o entusiasmo de estar lá no centenário, crente que estava vivendo um momento histórico. Mas a festa foi pífia e só me recordo de apenas uma edição especial, no dia do aniversário. Não lembro de coquetel nem de algum livro ou exposição especial. Eu sonhava com uma semana de debates, intercâmbio com jornalistas do The New York Times e um caderno especial com as melhores reportagens dos últimos cem anos. Que nada. Com certeza, agora dá para entender que era o princípio das dores.



Texto meu publicado na revista Lide, do Sindicato dos Jornalistas, em 2005.



Fotos do Álbum Jotabeniano, blog criado por ex-funcionários do Jornal do Brasil. http://albumfotojotabeniano.blogspot.com/2010/06/equipe-do-jb-1981.html



Veja aqui o site do JB online, o primeiro jornal a chegar na internet e o primeiro a acabar o papel. http://jbonline.terra.com.br/



REI JUAN CARLOS DA ESPANHA RECEBE OS CAMPEÕES DO MUNDO DE 2010

Rei Juan Carlos da Espanha recebe os jogadores campeões mundiais









Rei agradece à seleção por "projetar a Espanha no Mundo"









Das agências internacionais



Em Madri (ESP)



O rei D. Juan Carlos recebeu nesta segunda-feira os jogadores da Espanha no Palácio Real, logo depois da chegada dos campeões mundiais a Madri, um dia depois da vitória por 1 a 0 sobre a Holanda na final da Copa do Mundo.



“Estou orgulhoso por ver a Espanha campeã, por ver realizado os nossos melhores sonhos e o nome da Espanha projetado em todo o mundo”, declarou o monarca em frente aos jogadores da seleção espanhola.



O presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Ángel María Villar, e o técnico da Espanha, Vicente del Bosque, comandaram a comitiva, que foi em dois ônibus até o palácio. Juan Carlos disse ainda que o triunfo foi “bem merecido”, e que a seleção se portou de maneira “excepcional, fazendo vibrar o coração de todos os espanhóis”.



“Obrigado, campeões, em nome de toda a Espanha e todos os espanhóis! Obrigado por vosso exemplo de espírito. Viva a seleção espanhola!”, clamou o rei de 72 anos, aparentando cansaço, pois se recupera de uma cirurgia e tem aparecido pouco em público.



Após a visita ao Palácio Real, a Fúria seguiu para o Palacio de la Moncloa, residência oficial do chefe de Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero. Depois, a equipe saiu em percurso pelas ruas de Madri.



O presidente de Israel, Shimon Peres, deu os parabéns hoje ao rei espanhol D. Juan Carlos pelo título: "Nos últimos meses, vimos o mundo unido como nunca antes. O futebol conseguiu criar a unidade mundial e que as pessoas esqueçam as diferenças e divergências", disse Peres em um telefonema para o espanhol.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A IGREJA DE SÃO SEBASTIÃO

A Igreja de São Sebastião

12/07/2010 - 10:43

Enviado por: Paulo Pacini
JB


Em 1583, o governador Salvador de Sá ordena o traslado dos restos mortais de seu primo, Estácio de Sá, para a primeira igreja construída, de São Sebastião no Castelo, finalmente inaugurada. O suposto local de descanso eterno do fundador da cidade passava a integrar a vida da pequena comunidade, que ainda lutava pela sobrevivência.



Décadas após, com a ocupação da várzea e o esvaziamento do morro, o templo entrou em dacadência, e surgiram as primeiras tentativas de se transferir a igreja matriz, já em 1659. A Câmara resistiu, e, sendo elevada a cidade à categoria de bispado, a igreja tornou-se a nova Sé. Persistindo a falta de recursos, contudo, a degradação continuou, e em 1733 a Sé finalmente abandonava o Castelo.





Despedida:
a última missa na Igreja de São Sebastião em 1921.





A velha igreja continuou funcionando precáriamente, até que, em 1842, foi entregue aos frades capuchinhos, que iniciaram sua restauração através de doações e auxílio governamental. A reconstrução aconteceu entre 1861e 63. Em dezembro de 1862, com a presença do Imperador D. Pedro II, o corpo de Estácio de Sá foi exumado, sendo sepultado de novo em uma urna de pau-brasil e chumbo em 20 de janeiro de 1863.



O século XX traria o desaparecimento desta primeira igreja, assim como de todo morro, levando para sempre o berço de nascimento do Rio de Janeiro. A última missa celebrada no Castelo ocorreu em 21 de novembro de 1921, após o que os trabalhos de destruição se aceleraram, legando à história algumas poucas fotos e uma lembrança cada vez mais distante.