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sábado, 21 de novembro de 2009

O FEIJÃO NOSSO DE CADA DIA . . .


Pesquisador conta como a feijoada surgiu na mesa de famílias cariocas


Jornal do Brasil


RIO - A feijoada não surgiu nas senzalas, como invenção dos escravos, que juntariam sobras de carnes não aproveitadas pelos “senhores” para preparar um prato mais encorpada. Tampouco começou a ser preparada por famílias de poucas posses que requentariam sobras de refeições anteriores para reforçar a alimentação. Ela foi criada para servir como comida para as elites do século 19, especialmente nas famílias cariocas mais ricas. Esta é a tese de um estudo feito pelo pesquisador da Universidade Federal Fluminense (UFF), Almir Chaiban El-Kareh sobre o prato que melhor simboliza a culinária nacional.


– Minha teoria é que a feijoada, como a conhecemos, surgiu nas famílias ricas, porque os miúdos eram valorizados pelas elites. Os ricos comiam refeições com feijão incrementado com diversas carnes e miúdos. Os pobres comiam feijão ralo, com pequenos pedaços de carne-seca ou toicinho – afirma Almir.


Almir baseou sua pesquisa em relatos de viajantes estrangeiros que visitaram o Brasil, em especial o Rio de Janeiro, ao longo do século 19. Um destes viajantes foi o pintor francês Jean-Baptiste Debret.


– Segundo Debret, os escravos comiam a mesma comida que os patrões. Alguns chegavam a comer juntos no mesmo recinto. Os patrões sentados à mesa e os escravos em esteiras no chão. Isso reforço minha tese de que os escravos não preparavam a própria comida – comenta o pesquisador.
Mas antes de cair no gosto das famílias ricas e se tornar o ingrediente principal da feijoadas, o feijão encontrava muita resistência entre as famílias mais ricas do Rio de Janeiro. Pouco depois da transferência da família real e de sua Corte para o Brasil, em 1808, os feijões ainda eram classificados como “comida de pobre”.


Debret


Almir diz que esta informação foi tirada dos relatos de Debret. Segundo o pintor francês, que chegou ao Brasil em 1816, as famílias ricas tinham como prato mais tradicional o cozido português, acompanhado de galinha, arroz e farinha de mandioca.


– O feijão ainda não aparecia na mesa das elites naquele momento – diz Almir, acrescentado que seu consumo era velado. – Debret escreveu que, na época, os pequenos comerciantes comiam feijão com um pedaço de carne-seca e farinha, regado com muita pimenta, mas escondidos de todos, no fundo das lojas.


No entanto, segundo o pesquisador, já por volta de 1830, todos os viajantes que escreveram relatos sobre o Brasil, atestaram que ricos e pobres comiam feijão, carne seca e toicinho todos os dias. Essa aceitação gradual do consumo de feijão pelas elites acabou por sobressair à incorporação dos hábitos europeus e transformou o cozido português numa segunda opção .


O interessante é que a invenção da feijoada e sua incorporação aos hábitos alimentares da população se deu em paralelo à permanência da família real portuguesa no Brasil, nas primeiras duas décadas do século 19.


A etiqueta à mesa foi uma das influências da estada da família real no Rio de Janeiro. As poucos, a sociedade carioca assimilou a etiqueta e as boas maneiras europeias, usando talheres. Porém, só mudou a forma de comer e não o conteúdo – a própria comida. No caso, a feijoada, que foi ganhando cada vez mais espaço na mesa do carioca e do brasileiro.


– A alimentação é o ponto de maiores resistências à mudança porque é um hábitos adquirido na infância. A elite mudou de roupa, copiando a moda francesa, mas não mudou de gosto alimentar. Essa foi a vitória da feijoada.


Da Redação, com Agência Faperj


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Marcelo Gigliotti


Comer uma feijoada e sair ileso, bem disposto e, sobretudo, pronto para qualquer atividade, é uma verdadeira arte. Se houver exagero, o pós-feijoada pode fazer com que a gravidade exerça uma força quase que sobrenatural sobre as pálpebras, levando a um estado de sono irreversível – embora delicioso.


– Para não capotar após a feijoada, a gente recomenda uma certa moderação. Nossa receita é optar por três pedaços de carne, como lombinho, carne seca e costela e um de linguiça. E o ideal é evitar os pedaços mais gordurosos – diz Leonardo Rangel, diretor da Academia da Cachaça, onde são servidas pelo menos 300 feijoadas entre a sexta-feira e o domingo.


Uma cachaça envelhecida com limão, além de abrir o apetite, ajuda na digestão, segundo Ana Beatriz Rezende, nutricionista da Academia da Cachaça. O limão na cachacinha, por conter vitamina C, facilita o trabalho do estômago e cia e ajuda a absorção do ferro. Assim como a laranja.


– A gente recomenda que a pessoa coma meia laranja junto com a feijoada. Além da couve, que também ajuda o organismo a processar a comida, por causa das fibras vegetais – diz Leonardo.


Seguindo – conseguindo seguir – estas orientações, a feijoada certamente dará uma sensação de saciedade e prazer inigualáveis.


Mas, por precaução, é bom deixar aquela poltrona confortável ou até mesmo o sofá da sala desocupado, para pelo menos uma rápida cochilada.


22:02 - 20/11/2009

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