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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

ECOS DE UMA GRANDE FESTA


30/11/2009 - 17:34 Enviado por: Paulo Pacini

A conquista de um novo território é um dos atos mais simbólicos do homem.
Inúmeras narrativas históricas e mitológicas descrevem o momento de fundação com grande solenidade, não raro com significação religiosa.
Em uma cidade, a história dos bairros de certo modo recapitula esse começo, quando, de modo específico no tempo e espaço, diferentes indivíduos enfrentam o desafio de criar um lugar para melhor viver onde anteriormente nada havia.
A anexação de novas áreas geralmente ocorre de forma paulatina, mas há exceções, onde são rapidamente criados novos espaços pelo homem, alterando a face e a dinâmica de uma cidade.


A Exposição Nacional, primeiro momento do bairro da Urca


Após as reformas do governo Rodrigues Alves, que proporcionaram o controle da febre amarela e do cólera, pensou-se em realizar uma grande exposição nacional, para mostrar ao mundo não sómente a nova capital, mas os produtos e mercadorias dos diversos estados e indústrias, onde, em seus pavilhões, as diversas nações pudessem contemplá-los.


Foi escolhido o ano de 1908, marcando o centenário da "abertura dos portos ao comércio com as nações amigas", decretada por D. João VI.


O local do certame foi um dos mais belos: um trecho que ia da Praia Vermelha até o antigo Hospício, hoje campus da UFRJ (na atual Av. Pasteur).


Em 11 de agosto de 1908, já durante o governo Affonso Penna, é inaugurado o evento.


Vários prédios compunham um magnífico conjunto, causando profundo impacto no público e imprensa.


A exposição exibiu um quadro extremamente favorável, onde o espírito do progresso, presente em toda parte, fazia sonhar com um futuro de possibilidades ilimitadas.


No embalo da festa e celebração, surge a idéia de se estender o aterro parcial, realizado entre a Av. Pasteur e o Morro da Urca, para criar um novo bairro, mas tal só aconteceria mais de dez anos depois.


Aproveitando um caminho originalmente aberto pelo comerciante Domingos Pinto no século XIX, ligando a Praia da Saudade à Fortaleza de São João, nunca concluído, a empresa Sociedade Anônima Empresa da Urca elaborou um plano de aterro, posto em execução a partir de 1921, sendo as primeiras ruas abertas no ano seguinte.




O público maravilhado de 1908 contempla uma fascinante exposição




A próxima década se tornaria a mais célebre em sua história, quando o Hotel Balneário foi transformado no Cassino da Urca, em cujo palco desfilaram os maiores nomes da música popular da época, como Carmen Miranda, Emilinha Borba e Marlene.




Tudo terminaria no governo Dutra, em 46, quando o jogo foi abolido e os cassinos fechados.




O prédio abandonado, contudo, voltaria à ativa em 1950, agora abrigando a TV Tupi, que marcaria o local pelos próximos 30 anos.




Apesar de ser um dos bairros mais novos do Rio, a Urca foi também o ponto de partida da colonização portuguesa da cidade, quando, em 1565, Estácio de Sá instalou sua vila, antes de vencer os franceses, dois anos depois.




A esse extrato mais antigo adicionou-se a obra do homem, que, conjugada com a beleza natural transformou este local em um dos mais pitorescos a agradáveis de nossa cidade.

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