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terça-feira, 25 de maio de 2010

O CONSELHO MUNICIPAL



25/05/2010 - 06:10 Enviado por: Paulo Pacini


Se houvesse um concurso para escolher qual local, dos muitos de importância histórica do Rio de Janeiro, teria passado por mais mudanças, entre os finalistas estaria sem dúvida a conhecida Cinelândia, com sua bagagem de mais de quatro séculos bem vividos.


No alvorecer da colônia, um pequeno trecho de terra seca no meio dos pântanos atraiu os primeiros habitantes, os quais, não desperdiçando a felicidade de encontrar um sítio aproveitável, logo ocupariam a área, situada entre duas massas de água, respectivamente a lagoa de Santo Antônio (Largo da Carioca) e a do Boqueirão (Passeio).


Em uma época que a navegação era um ato heróico, e que todos que aqui chegaram haviam colocado as vidas nas mãos dos céus durante perigosa travessia, tornou-se habitual o culto de divindades protetoras das águas, como N. Sª da Ajuda, e, assim, na esquina da atual rua Evaristo da Veiga com a Cinelândia foi construída uma ermida a ela dedicada, junto a um punhado de casebres.



Escola São José, primeira casa dos vereadores na Cinelândia



A primeira grande transformação ocorreria no século XVIII, quando foi erigido o Convento da Ajuda, sendo demolida a primitiva ermida.


Construção de grandes proporções, ocupava toda região da Cinelândia, da rua dos Barbonos (Evaristo da Veiga) até onde é hoje o cinema Odeon.


No século seguinte, após o término da Guerra do Paraguai, em 1870, o governo imperial empreendeu a construção de várias escolas, em número assaz insuficiente na época.


Como um dos locais carentes era o Largo da Mãe do Bispo (na Cinelândia) negociou-se junto às religiosas da Ajuda a cessão de uma parte do terreno do convento para edificação da unidade escolar, o que foi aceito, porém mantendo a posse do terreno e condicionando o acordo à inclusão de aulas de doutrina Cristã no currículo.


Assim sendo, em 1871 é lançada a pedra fundamental da Escola de São José, resultado do esforço de Ferreira Viana, presidente da Câmara Municipal.


O prédio, em estilo manuelino, prestaria valiosos serviços à educação por décadas, até que mudanças vindas com a República lhe dariam outra finalidade.


Em 1896, a urgência de obras no prédio do Paço Municipal no Campo de Santana desaloja a Câmara, transformada em Conselho em 1892, dessa vez indo se abrigar na Escola São José, no Largo da Mãe do Bispo, cuja propriedade havia revertido para o convento pelo rompimento da cláusula contratual, ao serem abolidas as aulas de religião pelo governo republicano.


Como o Conselho não pretendia sair do novo local, em 1897 autorizou o prefeito Furquim Werneck a celebrar novo contrato com as religiosas, para obter a posse definitiva ou uma situação estável quanto à permanência na antiga escola, o que de fato aconteceu.


A partir de 1920, esta primeira sede do Conselho Municipal seria substituída pelo Palácio Pedro Ernesto, obra superfaturada conhecida como "Gaiola de Ouro", derradeiro e opulento ocupante de uma história iniciada pelo esforço e devoção de modestos colonos, com algumas choupanas e uma ermida à beira da lagoa.

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