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quarta-feira, 1 de junho de 2011

A ESTÁTUA DE OSÓRIO

A Estátua de Osório

30/05/2011 - 12:34
Enviado por: Paulo Pacini
JB


No final de 1888, voltava da Europa o escultor Rodolpho Bernardelli, em missão na França para adquirir materiais indispensáveis à criação de nova e importante obra, encomendada no ano anterior: uma estátua eqüestre do conhecido General Osório, falecido em 1879. Com a maquete do projeto aprovada, o artista caminhava para sua realização efetiva.



Manuel Luís Osório foi um dos mais destacados militares da história brasileira. Nasceu em 1808 — mesmo ano da chegada da côrte portuguesa — no Rio Grande do Sul. Aos 15 anos, já com o país independente, iniciou carreira acompanhado o regimento de seu pai, também soldado. Apesar de ter simpatia pelo movimento farroupilha, não concordou com as idéias separatistas, e integrou-se ao exército Imperial. Sua grande capacidade e destemor levariam aos mais altos postos, tendo-se tornado uma das grandes figuras da Guerra do Paraguai, movida por Brasil, Argentina e Uruguai contra o ditador Solano Lopez. No conflito, encerrado em 1870, Osório sofreu ferimentos que prejudicaram a saúde, mas que elevaram ainda mais sua aura de herói.





Inauguração da estátua equestre do General Osório, em 1894

(Revista Eu Sei Tudo, Dez. 1923)



Bernardelli, um dos maiores escultores que o país conheceu, estava à altura da tarefa, e, em seu afã de perfeccionismo, estudou por meses o movimento dos cavalos, e, no final de dois anos, o molde estava pronto. Em 1892 seguiria para a França, onde seria fundido, Bernardelli o acompanhando como um pai extremoso, para garantir o sucesso da empreitada. Tudo correu perfeitamente, e, após o retorno, cuidou-se da construção da base da estátua, feita com pedra importada da Itália.



O monumento foi inaugurado em 12 de novembro de 1894, com a presença de autoridades e grande público, homenageando uma figura exponencial cuja lembrança ainda era recente. A Praça XV sofreu uma reforma para acomodar a memorável obra, a qual recebeu em sua base os restos mortais de Osório, lá permanecendo até 1993, quando foram trasladados ao Rio Grande do Sul e sepultados perto da casa onde nasceu.



Nas últimas décadas, a Praça XV e os prédios históricos remanescentes foram beneficiados por iniciativas de preservação, valorizando a região e consequentemente a cidade. Os monumentos, contudo, se ressentem da falta de uma estrutura de vigilância que impeça sua contínua destruição nas mãos de vândalos e vagabundos, que mereceriam punições bem mais rigorosas que as atuais. A magnífica estátua de Osório não foi exceção, infelizmente, tendo várias partes roubadas, como o portão de acesso, as balas de canhão nos 4 cantos, as pontas de lanças da grade e até mesmo a corbeille que emoldurava a dedicação. Uma perda irreparável, considerando que o bronze empregado era proveniente do derretimento dos canhões apreendidos ao Paraguai após a guerra de 1870. Objetos podem ser substituídos, a história não.



A estátua encontra-se em processo de restauração, o que deve ser elogiado, mas, a menos que se implemente um esquema de vigilância permanente com câmeras e guardas dedicados — coisa que qualquer prédio sem importância possui — a recuperação dos monumentos terá de continuar por toda eternidade, pois as forças da destruição estão e sempre estarão de prontidão, noite e dia.



Comentários

Victor enviou em 31/05/2011 as 11:23:



Tempos atrás falou-se em transferir a estátua para a Praça Gen. Osório, em Ipanema, mas a grita foi grande. No entanto, eu vejo a ideia com bons olhos, pois lá haveria mais vigilância sobre o monumento, pois é um local onde há movimentação 24 horas por dia. Além disso, por mais que ela esteja no mesmo local desde a sua inauguração, sabemos que a escolha daquele local obedeceu a um critério político da época, que era o de apagar a história do Largo do Paço e do palácio que eram símbolos da monarquia.

Há uma bela estátua equestre de D. João VI "perdida" ali perto. Seria muito melhor recolocá-la mais próxima do Paço, resgatando a história do local, levar o Osório para Ipanema e trazer o chafariz colonial também para a Praça XV, onde faria uma boa composição com o igualmente colonial prédio do Paço, não acha?



>Olá, Vitor, com relação à localização da estátua de D. João VI, se o viaduto da perimetral desaparecer a situação muda totalmente, e a obra ganha mais visibilidade. A estátua de Osório na Praça XV já faz parte da história, não é desejável sua mudança, e o problema da vigilância e proteção ao patrimônio deve ser encarado em toda cidade, com equipamentos modernos e pessoal qualificado. PPacini.



Rombudsman Pancado enviou em 31/05/2011 as 15:50:



Alguém podia explicar: se a estátua de Osório está na Praça XV de Novembro no Centro do Rio, que estátua está na Praça General Osório?

Não devia ser o contrário?

>A localização dos monumentos é fruto de circunstâncias históricas e políticas, e frequentemente a associação não é aparente. Na Praça General Osório, por exemplo, o monumento principal é o Chafariz das Saracuras, que ficava no Convento da Ajuda, onde é hoje a Cinelândia. O nome dos logradouros é também usado como moeda política, e pode mudar oportunísticamente, como vários prefeitos têm feito últimamente, muitas vezes desrespeitando uma história e tradição local. PPacini.



ivonete enviou em 01/06/2011 as 05:03:



É como ler um livro, assistindo a história, sua forma de contar é excepcional, que beleza.Abs.



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