Após dois furtos em cinco meses, câmera vigiará estátua no Centro
Escultura de General Osório já perdeu espada e balas de canhão, um prejuízo de R$ 33 mil
Só restou a base que prendia as três balas de canhão no gradil que protege a
estátua Foto do leitor Victor Affonso Grinbaum
RIO - Personagem central das guerras do Paraguai e dos Farrapos, General
Osório jamais imaginaria travar uma ferrenha batalha contra vândalos e ladrões.
Após o segundo furto em menos de cinco meses, o local onde está a estátua
erguida em memória do militar gaúcho na Praça Quinze, Centro do Rio, e o
pedestal depredado devem ganhar uma câmera de vigilância até outubro, promete a
prefeitura.
A foto do leitor Victor Affonso Grinbaum mostra o resultado do último furto,
na semana passada: foram levadas três balas de canhão de bronze numa das
extremidades do gradil que cerca a estátua e partes de uma ornamentação no
pedestal. O sumiço das peças na Praça Quinze foi noticiado por Joaquim Ferreira
dos Santos na coluna Gente Boa do GLOBO desta terça-feira (4).
— Menos de um ano depois de ter sido restaurada, a estátua foi novamente alvo
de vândalos. Nada é feito para vigiar o monumento e protegê-lo da ação dos
ladrões de bronze. Ele também tem servido de banheiro para a população de rua. O
mau cheiro é intenso e afasta os turistas que tentam admirar a bela obra de arte
colocada num espaço histórico, que deveria ser mais valorizado pelas autoridades
e pela população — relata o leitor ao Eu-repórter.
Em novembro de 2011, a prefeitura restaurou completamente o monumento, no
primeiro grande reparo desde a sua inauguração, em 1894. Segundo o secretário
municipal de Conservação e Serviços Públicos, Carlos Roberto Osório, a reforma
custou mais de R$ 300 mil. Meses depois, porém, o gradil, uma placa de bronze e
a lança da espada do general já tinham sido levados por ladrões.
— Nas duas vezes registramos os furtos na 1ª DP, na Gamboa. Vou ligar e pedir
novamente o empenho da polícia. General Osório é o monumento que mais sofreu
neste ano. Por isso, vamos instalar uma câmera exclusiva para cuidar dele, já
que as câmeras próximas são focadas apenas no trânsito da região — afirma o
secretário.
A reposição das peças que foram levadas no primeiro furto deste ano, em
abril, ainda não foi feita. As que foram levadas por ladrões na semana passada
devem integrar o mesmo contrato, que soma R$ 33 mil — cerca de 10% do valor da
restauração completa. Todos os itens devem começar a ser recolocados até
novembro, promete o secretário.
Neste ano, foram registrados apenas três furtos de peças em monumentos da
cidade. Além das duas ocorrências na Praça Quinze, os óculos do poeta Carlos
Drummond de Andrade foram levados pela nona vez na orla da Copacabana. O
monumento conta com a proteção de uma câmera de vigilância desde 2009 e, segundo
Osório, é o “recordista mundial de furtos.” Cada novo par de óculos custa R$ 3
mil aos cofres públicos. No último furto, as imagens captadas pela câmera,
identificando o autor da ação, facilitaram o trabalho da polícia, o que o
secretário espera se repetir no caso do monumento no Centro.
— Espero que, com a câmera, os furtos contra a estátua de General Osório
cessem. Não parece ser ação de menores ou vândalos, tenho a impressão de que
foram pessoas que querem vender o material. Peço que o carioca esteja atento aos
monumentos e nos ajude a preservar a cidade — pede Osório.
Quem flagrar atos de vandalismo ou furto de peças do patrimônio público deve
ligar para a polícia (190) ou para o Disque-Denúncia (2253-1177). Informações
sobre possíveis receptores também podem ser repassadas aos mesmos telefones.
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