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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Rio antigo - O Beco do Piolho


Paulo Pacini
JB


Quem sai da Praça Tiradentes rumo à Lapa, pela av. República do Paraguai, raramente nota, à sua esquerda, um arranjo estranho, como que uma rua pela metade, com as fachadas voltadas para uma praça abandonada, geralmente com moradores de rua. A peculiar disposição, contudo, é testemunha de outra época, e para compreendê-la temos de recuar quase 200 anos, e assimilar as mudanças ocorridas.


Ao final do século 18, a área da atual Praça Tiradentes se encontrava definida, com o principal acesso se dando pela rua que conhecemos como Carioca, mas que então tinha outro nome, mais burlesco, como era comum naqueles tempos. Era chamada de rua do Piolho, apelido de um proprietário de casas no local, uma espécie de procurador e despachante, o qual vivia pulando de cartório em cartório à cata de serviço.


No fim da rua, foi aberta a Travessa da Barreira – atual Silva Jardim –, que, após fazer um desvio à direita, se encontrava com a rua do Espírito Santo – atual Pedro I. Na Travessa, aos pés do morro de Santo Antônio, havia uma jazida de barro, que o convento de Santo Antônio utilizava em sua olaria, e foi causa de um litígio entre os religiosos e a Câmara, que também queria o material o qual o convento considerava propriedade sua. O governo acabou impondo sua vontade, e aterrou parte da praça Tiradentes com o barro em disputa.


Ao pé da barreira dos franciscanos também havia um poço ou nascente, que, ao ser escavado, passou a fornecer água para o público. Foi inicialmente protegido por um muro, substituído na época de D. João VI por uma construção com três bicas, que servia aos moradores da área. O local recebeu o nome de fonte das Boiotas, porque suas águas eram conhecidas por serem terapêuticas em casos de hidrocele (testículos dilatados), sendo freqüentada à noite por muitos enfermos atingidos pelo mal. No século 19, a fonte milagrosa passa a ter uma saída d'água em uma via recentemente criada, que recebeu o nome de Beco do Piolho – atual Rua Gustavo Lacerda. Assim seria chamado até o século 20, mesmo após a rua que lhe deu o nome ter virado da Carioca em 1848.


A região da Travessa da Barreira, incluindo o velho beco, nos remete a acontecimentos pouco conhecidos mas nem por isso menos significativos. Perdida no meio do tráfico pesado, é uma parte da cidade que, embora pequena e discreta, tem histórias que merecem ser contadas, e por isso deve ser preservada e valorizada.


Segunda-feira, 22 de Junho de 2009 - 00:00

domingo, 21 de junho de 2009

21 Jun - Nascimento de Machado de Assis, maior escritor brasileiro (1839).


Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Filho de um operário mestiço de negro e português, Francisco José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis, aquele que viria a tornar-se o maior escritor do país e um mestre da língua, perde a mãe muito cedo e é criado pela madrasta, Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino e o matricula na escola pública, única que freqüentará o autodidata Machado de Assis.


De saúde frágil, epilético, gago, sabe-se pouco de sua infância e início da juventude. Criado no morro do Livramento, consta que ajudava a missa na igreja da Lampadosa. Com a morte do pai, em 1851, Maria Inês, à época morando em São Cristóvão, emprega-se como doceira num colégio do bairro, e Machadinho, como era chamado, torna-se vendedor de doces. No colégio tem contato com professores e alunos e é até provável que assistisse às aulas nas ocasiões em que não estava trabalhando.


Mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender. Consta que, em São Cristóvão, conheceu uma senhora francesa, proprietária de uma padaria, cujo forneiro lhe deu as primeiras lições de Francês. Contava, também, com a proteção da madrinha D. Maria José de Mendonça Barroso, viúva do Brigadeiro e Senador do Império Bento Barroso Pereira, proprietária da Quinta do Livramento, onde foram agregados seus pais.


Aos 16 anos, publica em 12-01-1855 seu primeiro trabalho literário, o poema "Ela", na revista Marmota Fluminense, de Francisco de Paula Brito. A Livraria Paula Brito acolhia novos talentos da época, tendo publicado o citado poema e feito de Machado de Assis seu colaborador efetivo
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