FALE COM OS MONARQUISTAS !

FAÇA PARTE DO NOSSO GRUPO NO YAHOO

Inscreva-se em DMB1890
Powered by br.groups.yahoo.com

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A RUA DO AQUEDUTO


Bonde passando ao lado do aqueduto, na Santa Teresa de 1900









10/02/2010 - 21:16 Enviado por: Paulo Pacini


O Morro de Santa Teresa, que forma um dos bairros mais tradicionais do Rio, foi inicialmente conhecido como do Desterro, seguindo o nome de sua primeira construção, a antiga ermida de N.Sª do Desterro, de 1629.


Após a criação e dedicação do convento para freiras reclusas de acordo com a regra de Santa Teresa, no século XVIII, é que tanto o morro quanto sua ladeira mudariam seu nome para o atual.


Nesta época já existia no local a obra que iria determinar os contornos do futuro bairro: o aqueduto da Carioca, levando ao centro da cidade o líquido vital, desde a serra do Corcovado.


Obra iniciada em 1672, sofreu vários atrasos e problemas, por conta da má qualidade do material e de vandalismo, mas mesmo assim conseguiu chegar até o Largo da Carioca em 1723 através dos primeiros arcos, que iam de Santa Teresa até o morro de Santo Antônio passando pelo morro das Mangueiras.


O abastecimento, ameaçado pelas constantes falhas, levou o governador Gomes Freire em 1744 a fazer uma revisão total no sistema, incluindo a feitura dos atuais arcos, de maior solidez.


O aqueduto, uma construção de alvenaria, tinha altura em torno de dois metros e leito interno de pedra, por onde corria a água.


Iniciando no Silvestre, o fluxo captado era nele introduzido e descia por 7 quilômetros até os arcos.


Até meados do século XIX cumpriu sua função, mas o crescimento da população forçou a busca por novos mananciais, pois o velho aqueduto já não dava conta.


No verão de 1889, a escassez resultou no aproveitamento das águas do Rio d'Ouro, na Baixada, através de obra feita em seis dias por Paulo de Frontin.


Os arcos de Gomes Freire, parte do sistema colonial, ganhariam uma segunda vida em 1896, quando, em 1º de setembro, os bondes elétricos da Companhia Ferro-Carril Carioca começaram a utilizá-los como nova passagem, indo até o Largo da Carioca.


No ano seguinte, todo bairro era servido pela empresa.


O eixo principal de transporte seguia o aqueduto, e tornou-se a grande artéria que daria vida a boa parte da região, cujo desenvolvimento anterior limitava-se à área de Paula Mattos.


Pouco a pouco, o antigo caminho, dispondo agora de uma ligação eficaz com o Centro, era ocupado, pontilhando de casas a Rua do Aqueduto.


Um dos mais conhecidos moradores foi o Almirante Alexandrino de Alencar, ministro da Marinha em vários governos, como de Afonso Pena e Hermes da Fonseca.


Em homenagem, o trecho da Rua do Aqueduto do Silvestre até o Curvelo recebeu seu nome, em 1917.


Daí até os arcos passou a se chamar Joaquim Murtinho, médico homeopata e ministro da Fazenda no governo Campos Sales, com residência no trecho inicial da rua, falecido em 1911.


Os vestígios do aqueduto iam paulatinamente desaparecendo, na medida em que surgiam novas residências e que sua principal via se ampliava, mas o bairro de Santa Teresa sempre traria como marca indelével em sua forma e disposição o caminho percorrido pelas águas das montanhas até o centro, por séculos verdadeira linha da vida da cidade.