FALE COM OS MONARQUISTAS !

FAÇA PARTE DO NOSSO GRUPO NO YAHOO

Inscreva-se em DMB1890
Powered by br.groups.yahoo.com

quinta-feira, 21 de março de 2013

O RIO COMPRIDO E SUA AVENIDA


Quarta, 20 Março 2013 11:50

O Rio Comprido e sua Avenida

Escrito por

No Rio de antigamente, o grande trecho compreendido entre a Av. Francisco Bicalho, quase Praça da Bandeira, e o Campo de Santana, era conhecido como o complexo da Camboa Grande, para onde convergiam tanto o deságue de diversos rios quanto a entrada de um braço de mar. A transição entre a água salgada e a doce dos rios originou o mangal de São Diogo e sua vegetação típica.
Com o aterramento feito durante o século XIX, o local ganhou novos nomes: primeiro foi chamado de Aterrado e posteriormente Cidade Nova, sempre mantendo, contudo, a lembrança das origens até os dias de hoje pelo seu primeiro nome — Mangue. Este adquiriu nova significação no século passado por ali ter se desenvolvido o baixo meretrício, em inúmeras casas em ruas já desaparecidas, destruídas a partir de 1974. Em seu lugar está o prédio da Prefeitura, que não por acaso é conhecido como "Piranhão", lembrando a fama relativamente recente da área.
rio_comprido_antig
O rio comprido antigamente, correndo pelos fundos das casas.
Dentre os vários rios que alimentavam a Camboa Grande, podemos listar alguns que desciam da encosta do morro de Santa Teresa, em Paula Matos, além da grande Sanga sem nome, um rio que se estendia desde a Lagoa do Desterro, que ficava onde estão os Arcos, até onde é hoje o Canal do Mangue. Todo o trecho foi aterrado desde o século XVIII, e se ainda há algo, é na forma de galerias pluviais.
Dos rios que ainda existem, em sua maior parte canalizados, podemos listar o Maracanã, Joana, Trapicheiro, Catumbi e Rio Comprido, que deságuam mais para o lado da Praça da Bandeira. Esse local sofreu melhoras urbanísticas no início do século passado, quando foi retificado o traçado do canal até o mar criando a Av. Francisco Bicalho, estendendo o trabalho que havia sido feito anteriormente no Mangue.
No Rio Comprido, contudo, as coisas continuavam como antes, e o rio do bairro, cujas águas se originam no Lagoinha, em Santa Teresa, corriam pelos fundos das casas, até se unirem àquelas do Mangue e do Mar, junto a onde ficava a antiga Bica dos Marinheiros. O bairro do Rio Comprido foi, no passado, local de grandes chácaras, as quais, se segmentando ao longo do tempo, deram origem a um bairro extremamente residencial, próximo à tranquilidade da natureza.
rio_comprido
A Avenida Rio Comprido, atual Paulo de Frontin, após as obras efetuadas no final da década de 1910. Uma bela via em um bairro tranquilo.

Durante o governo de Delfim Moreira, no final da década de 1910, o engenheiro Paulo de Frontin realiza uma completa mudança ao canalizar o rio Comprido, criando ao seu lado uma avenida, que teve o nome do próprio rio, mas que mais tarde, foi chamada segundo seu criador: Paulo de Frontin. A obra, ao contrário de muitas intervenções destruidoras, melhorou bastante a vida do bairro e valorizou-o, pois facilitou o transporte através de uma via que abrangia grande parte da região.
No final dos anos 60, contudo, a obra do elevado do túnel Rebouças causaria um golpe irreparável ao bairro, destruindo sua principal via de comunicação e transformando a bela avenida em um inferno de barulho e poluição, da qual todos que puderam fugiram, com grandes prejuízos. A construção do elevado e do próprio túnel foram uma consequência de uma orientação, que ainda persiste, no sentido de privilegiar o transporte individual por automóveis, em detrimento de uma infraestrutura eficiente e abrangente de transporte coletivo por metrô e outras modalidades de alta capacidade, única solução possível para cidades com mais de 1 milhão de habitantes, se quiser se conservar a qualidade de vida.
O Rio Comprido foi mais um bairro vítima de concepções equivocadas perpetuadas por "gênios urbanísticos" a serviço de interesses quase sempre contrários aos da maioria, a qual, como qualquer ser humano, deseja viver em local limpo, belo e tranquilo, e poder sair às ruas sem medo. Nossa consciência e participação é o único modo pelo qual poderemos um dia alcançar esse justo objetivo.

quarta-feira, 20 de março de 2013

CABRAL O PREDADOR DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO NACIONAL !





Derrubada do quartel

O governo Cabral não desistiu de vender o terreno de 13.500 metros quadrados na Rua Evaristo da Veiga, onde funciona o QG da PM, mesmo depois que a Petrobras desistiu de pagar R$ 336 milhões.

O comando vai ser transferido para a Rua Fonseca Telles, em São Cristóvão, onde funciona uma parte do Inea.

BRT ATROPELA TAMBÉM O PATRIMÔNIO HISTÓRICO DO BRASIL !


Enviado por Ancelmo Gois -
20.3.2013
|
12h50m
A foto de hoje

Um chafariz no meio do caminho


Este chafariz, no meio do canteiro de obras do BRT Transoeste, em Campo Grande, na Zona Oeste, mobilizou os moradores da região. A turma, que já salvou duas figueiras ameaçadas de irem abaixo, temia pelo destino do monumento. Mas, ainda bem, a prefeitura do Rio já decidiu que ele ficará na futura estação do BRT. Segundo a Secretaria de Conservação e Serviços Públicos, trata-se da Fonte Ciborium, uma peça escocesa do século XIX, toda em ferro fundido. Vamos torcer. Vamos cobrar 

segunda-feira, 18 de março de 2013

ANCELMO GOIS E A RESPOSTA DA FAMÍLIA DO VISCONDE DE MAUÁ!




Foi com muita tristeza que lemos aquele excremento publicado no jornal O GLOBO de domingo em 17 de março de 2013.

Provavelmente uma matéria paga, embora escrita por supostos historiadores desinformados e deformados de ideias de nossa história.
Não gostaria de tocar no assunto, pois é desagradável, mas com tamanha falta de respeito não posso calar-me.

O Visconde de Mauá que tanto fez pelo Brasil e pelo Mundo, absolutamente não tem parâmetro de comparação para sua grandeza e benemerência.
O grande Mauá foi responsável em construir e desenvolver tantas inovações técnicas industriais não só no Brasil mas em varias partes do mundo:
Ferrovias, não somente nos 5 mil quilômetros no Brasil, mais em Portugal (Caminho de Ferro de Lisboa), Bélgica (Chemin de Fer de Bruxelles), Rússia (Chemin de Fer de Nicolas), França(Chemin de Fer du Nord), Itália (Chemin de Fer du Vaticane), Thailandia (Chemin de Fer de Bagkoc), Japão (Chemin de Fer de Yokohama), Egito (Chemin de Fer de Alexandrie), participou da construção dos Canais Internacionais de Corintho na Grécia, de Suez no Egito e mesmo do Panamá associado a Ferdinand de Lessep que só não o terminou tendo Mauá falido em 1878 a Sociedade do Canal do Panamá fecha suas portas em1886 sem recursos. Construiu companhias de Gás e de Carris Urbanos em Bruxelas, Lisboa, Porto, Roma, Montevidéu, Budapest, Viena, São Petersburgo, Buenos Aires, Assumpção além do Rio de Janeiro, Salvador, Manaus, Porto Alegre, Fortaleza e Recife.
Tão importante na época que Júlio Verne cita Mauá e seus livros, "Vinte mil Léguas Submarinas" (...e o Capitão resolveu fazer os reparos do Nautilus em uma Ponta d´Areia no fundo de uma baia...), "Da Terra a Lua" (...o Presidente do Gunn Club afirmou que a única instituição no mundo capaz mandar um homem a Lua seria o Banco Mauá...), e “Volta ao Mundo em 80 dias”(...Philias Fogg mandava seu mordomo Paspatout ver o cambio do dia e trocar as libras esterlinas por moeda local nas agências do Banco Mauá & Ciª no Cairo, em Gôa, em Bangkoc e em Tokio...).
Era a quarta maior fortuna do Mundo, a sua frente somente Nathan Meyers Rothschild da Casa Bancaria Rothschild & Sons seu inimigo declarado, o Banco de Londres e finalmente Leopoldo II Rei do Belgas, a maior fortuna do Mundo no século XIX graças as minas de diamantes de seu Estado do Congo. Era ele sócio e amigo fiel de Mauá até nas horas difíceis da falência em 1878.
Muito prejudicado por constantes perseguições e sabotagens, arquitetadas por Rothschild & Sons principalmente no Estaleiro e Fundição da Ponta d´Areia, na Ciª de Gás e na Estrada de Ferro Santos-Jundiay causaram sua falência em 1878.
E resolveu doar suas ações das principais companhias aos seus funcionários mais ligados para desvincula-las da massa falida da Casa Mauá, no Rio de Janeiro a sua Imperial Companhia de Navegação a Vapor Estrada de Ferro de Petrópolis que rebatizando a com o nome de Imperial Companhia Estrada de Ferro Príncipe do Grão-Pará, nomeado seus ex-funcionários Luís e Antônio Pandiá Calógeras escriturários do Banco Mauá & Ciª e Luís Berrini engenheiro da Fundição e Estaleiro da Ponta d´Areia. E em São Paulo a sua Companhia Docas de Santos que administrava 72 dos 90 Trapiches e Armazéns existentes na época além do porto e do maquinário de transporte dos produtos exportados ou fabricados pelo próprio Visconde de Mauá na Ponta d´Areia, rebatizou com o mesmo nome de Companhia Docas de Santos, nomeando seus ex-funcionários Eduardo Guinle chefe do almoxarifado, Louis Fournier chefe de cabotagem e Diogo Gracie Taylor engenheiro da companhia.
Não foi possível salvar a Estrada de Ferro Santos Jundiay da mão inescrupulosa de Rothschild & Sons adquirida pelos ingleses no grande leilão da falência. Mas a maior traição foi do ex-funcionário feito acionista por Mauá em 1878, Eduardo Guinle que, tendo recebido as mesmas apólices por acordo jamais poderia vende-las a estrangeiros, mas usando de um artifício malicioso de um “testa-de-ferro”, vendeu em 1898 todas as suas ações a Rothschild & Sons num valor astronômico para época... sim a fortuna dos Guinle saiu da traição, não a Mauá mas a nação brasileira.
O grande Francisco Picot em belo artigo no Jornal do Commercio achava imprudente o benemérito Visconde de Mauá confiar em pessoas descredenciadas e duvidosas, dizia ele; “...seu defeito de banqueiro era sua cegueira patriótica, para derrubar o colosso de Rodes foi necessário a competência dos inimigos e a incompetência dos amigos, e leis serem necessárias revogar, nem assim foi fácil destruí-lo nem assim foi facil derruba-lo...”
Uma fortuna tão grande que garantiu uma existência sem trabalho por todo século XX da família Guinle construindo hotéis como o Copacabana Palace e palácios como o Laranjeiras....!!! Eis a grande contribuição desta família para a sociedade brasileira, investindo em um império hoteleiro e imobiliário que levou os membros desta família a frequentar as Associações de Comercio e Indústria no Rio de Janeiro e em São Paulo com dinheiro alheio.
Não vou perder meu tempo a responder a calhordas e aproveitadores, mas achei melhor escrever isto para não deixar uma mentira se tornar histórica. 

domingo, 17 de março de 2013

JÓIA USADA PELO IMPERADOR DOM PEDRO I, VAI A LEILÃO!


Quem dá mais?






Usada por D. Pedro I, esta joia (foto) portuguesa do século XVIII da coleção de Maria Candida Peixoto Palhares vai a leilão, organizado por Soraia Cals, em abril.



A peça, de ouro e prata, é cravejada de diamantes com safira azul-claro. O lance é de R$ 600 mil.

MAUÁ É O MAIOR DO MUNDO, OS BULCÕES LADRAM E A CARAVANA PASSA. . .


Enviado por Márcia Vieira -
17.3.2013
|
12h30m

gois de papel

Mais importante do que Mauá



Este ano, o Brasil comemora o bicentenário do Barão de Mauá, festejado como o grande empreendedor da História do país. Nem todo mundo pensa assim. O historiador Clóvis Bulcão defende que a família Guinle foi muito mais importante para o Brasil do que Mauá. Há três anos, ele se debruça sobre a saga do clã que construiu o Porto de Santos e o hotel Copacabana Palace. Bulcão está escrevendo a biografia da família que sairá pela Intrínseca em 2014. A coluna trocou dois dedos de prosa com o historiador:


Por que os Guinle foram mais importantes para o Brasil do que o Barão de Mauá?

Fazer o Porto de Santos, um enorme lodaçal, foi um duplo desafio: reunir capitais e ter tecnologia. Quem tentou antes fracassou. Os Guinle perceberam o futuro da energia elétrica no Brasil. Tinham visão. Quando Guilherme Guinle participou da construção da CSN, não havia mão de obra letrada no Brasil. Ele abriu escolas. O Porto de Santos, maior da América Latina, continua em plena atividade. Volta Redonda ainda é fundamental para o país. Qual a herança de Mauá para o Brasil de hoje?

Qual a maior surpresa que você encontrou nestes três anos de pesquisa?

Eu me deparei com uma megabomba. Eduardo Palassin Guinle, casado com Guilhermina Guinle (tataravó da famosa atriz), era sócio de Cândido Gaffrée. Descobri que a sociedade ia além dos negócios. Os Guinle não gostam muito de falar sobre isso, mas tenho várias fontes que dizem que Guilhermina teve filhos com o sócio do marido.

A Rua de São Jorge


Quarta, 06 Março 2013 12:04

A Rua de São Jorge

Escrito por

A grande área além da rua Uruguaiana, nos tempos da Colônia, conhecida inicialmente como o Campo ou Várzea da Cidade, era vaga e agreste, geralmente usada para pasto de animais e escassamente povoada. Depois de 1706, o local passaria a ser conhecido como Campo de São Domingos, por conta de uma capela próxima à atual esquina da Av. Pres. Vargas com a Av. Passos, transformada em igreja tempos depois.
As ruas surgiam pouco a pouco, tendo como pontos de referência, além da capela de São Domingos, a ermida de N.Sª da Lampadosa e o rossio grande, atual Praça Tiradentes, também ainda em gestação. Por essa época, foi criada a Irmandade de São Jorge, aprovada pelo bispo D. Antônio do Desterro em 1742. Seus fundadores estavam imbuídos de boas intenções, mas sem dispor do capital necessário para erguer um templo. Assim, tiveram de comprar um altar na igreja de N.Sª do Parto, além de sepulturas para os irmãos, pois até o século XIX as pessoas eram enterradas nas igrejas.
r_sjorge
A rua de São Jorge há mais de cem anos. Hoje conhecida como Gonçalves Ledo, em sua esquina com a rua da Lampadosa (Luís de Camões) ficava a Capela de São Jorge, demolida em 1855.
Em 1753, a irmandade receberia uma doação que seria o primeiro passo para construção de sua casa. Pedro Coelho da Silva e sua mulher cederam um terreno de seis braças de frente e vinte de fundos em sua chácara, situada no Campo de São Domingos. Assim que tomaram posse, decidiram iniciar a construção da capela, realizando uma aspiração fundamental.
O acesso ao terreno se dava a partir de um caminho, que serviu de base para a futura rua. Ao mesmo tempo, outro templo era erguido próximamente: a capela de N.Sª da Lampadosa, inaugurada, ainda em estado precário, em 1748, só sendo benzida, contudo em 1772. A presença da capela deu nome a um pequeno caminho que passava a seu lado, que até o final daquele século seria chamado de rua da Lampadosa.
A capela de São Jorge ficava exatamente na esquina dessa rua com o caminho que ia do rossio à seu templo, e receberia seu nome a exemplo daquele da Lampadosa, ao ter seu status elevado: rua de São Jorge. A obra da capela, contudo, ia a passos de tartaruga, pois com os poucos recursos, a trasladação do santo para seu interior só aconteceria em 1800. Entretanto, o abandono continuou durante as décadas seguintes, e em 1854 a Irmandade de São Jorge agremiou-se à de São Gonçalo Garcia, em sua igreja próxima ao Campo de Santana. A capela, em estado de ruína, foi demolida no ano seguinte.
A rua de São Jorge, desde 1921 chamada de Gonçalves Ledo, não traz em si nenhuma lembrança da presença do antigo templo, o que é uma pena pois nasceram ao mesmo tempo, ficando a via sem sua referência original. Tivessem os fiéis de então melhor cuidado de sua capela, esta poderia ter se transformado em igreja, a exemplo da Lampadosa, e se constituído em mais uma peça do patrimônio carioca. Contudo, a região é de grande valor histórico e deve ser preservada, evitando a todo custo demolições estúpidas como aquelas que levaram a escola de Belas Artes de Grandjean de Montigngy e o prédio do Tesouro, deles restando hoje só um terreno baldio transformado em estacionamento na Av. Passos.

Os Últimos Passos de Tiradentes


Quarta, 13 Março 2013 11:19

Os Últimos Passos de Tiradentes

Escrito por

No dia 19 de abril de 1792, uma quinta-feira, os 11 acusados no movimento da Inconfidência Mineira ouviam com gravidade suas sentenças, as quais incluíam degredo, açoite e galé, mudando drásticamente suas vidas. A Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, como é conhecido, foi reservada a fôrca por ser considerado o principal responsável, daí a punição exemplar.
cadeia_tiradentes_1
Cela do prédio da Cadeia Velha, onde permaneceu preso Tiradentes até o dia de sua execução (foto revista Eu Sei Tudo, 8/1921)
O dia seguinte foi utilizado pelos advogados para recursos jurídicos diversos no sentido de abrandar as penas, o que foi conseguido para alguns réus, como Francisco de Paula Freire de Andrade, José Alves Maciel, Inácio José de Alvarenga, Domingos de Breu Vieira, Francisco Antônio de Oliveira Lopes e Luiz Vaz de Toledo Piza que, também condenados à fôrca, puderam reverter a sentença.
Mas a morte de Tiradentes estava fora de questão. Assim, na 6ª feira, dia 20, a ele foi recomendado que fizesse as pazes com sua alma, pois no dia seguinte seria executado. As últimas horas do mártir da Inconfidência se passaram em uma cela do prédio conhecido então como Cadeia Velha, construído a partir de 1636, tendo de ser refeito e reformado diversas vezes devido a trabalho e materiais deficientes. Situado ao lado da igreja de São José, fez parte do movimento de ocupação da várzea, quando a cidade iniciou a descida do Morro do Castelo.
Além de cadeia, o prédio sediava a Câmara dos representantes, e ao longo do tempo foi também ocupado por diversos outros atores, com destaque para a primeira Assembléia Constituinte do Brasil independente em 1823, que inclusive mudaria para sempre o nome da rua em frente, de da Cadeia para Assembléia.
cadeia_tiradentes_2
Prédio da Cadeia Velha, com sua frente voltada para a rua da Misericórdia. Foi por uma porta nesse local, na época da foto transformada em janela, que Tiradentes saiu e iniciou o cortejo rumo à fôrca montada no Campo de São Domingos. (foto revista Eu Sei Tudo, 8/1921)
Tiradentes sairia de sua masmorra no dia seguinte por uma porta que ficava em frente à rua da Misericórdia (Av. Pres. Antonio Carlos – 1º de Março), seguindo pela rua da Cadeia (Assembléia) e do Piolho (Carioca). Os estudos do historiador Vieira Fazenda demonstraram de modo cabal que o local da execução não foi aquele normalmente atribuído, na rua Visconde do Rio Branco, mas que, ao sair da rua da Carioca, o cortejo dobrou à direita e seguiu para a área onde é hoje a Av. Passos, na época um grande espaço em maior parte vazio e contínuo ao Largo de São Francisco. A hipótese é ainda mais coerente quando se leva em conta que Tiradentes fez breve parada em frente à igreja da Lampadosa, seguindo para a fôrca logo adiante.
O prédio da Cadeia Velha, onde o mártir da Inconfidência passou suas últimas horas, desapareceu em 1922, sendo substituído pela da atual Assembléia Legislativa, na mesma área mas não exatamente no mesmo local. Uma bela construção, mas que não possui a mesma importância histórica do anterior, testemunha do nascimento da cidade e do sacrifício supremo daqueles que ousaram sonhar um Brasil independente e melhor ainda nas trevas da noite colonial.