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domingo, 17 de março de 2013

Os Últimos Passos de Tiradentes


Quarta, 13 Março 2013 11:19

Os Últimos Passos de Tiradentes

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No dia 19 de abril de 1792, uma quinta-feira, os 11 acusados no movimento da Inconfidência Mineira ouviam com gravidade suas sentenças, as quais incluíam degredo, açoite e galé, mudando drásticamente suas vidas. A Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, como é conhecido, foi reservada a fôrca por ser considerado o principal responsável, daí a punição exemplar.
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Cela do prédio da Cadeia Velha, onde permaneceu preso Tiradentes até o dia de sua execução (foto revista Eu Sei Tudo, 8/1921)
O dia seguinte foi utilizado pelos advogados para recursos jurídicos diversos no sentido de abrandar as penas, o que foi conseguido para alguns réus, como Francisco de Paula Freire de Andrade, José Alves Maciel, Inácio José de Alvarenga, Domingos de Breu Vieira, Francisco Antônio de Oliveira Lopes e Luiz Vaz de Toledo Piza que, também condenados à fôrca, puderam reverter a sentença.
Mas a morte de Tiradentes estava fora de questão. Assim, na 6ª feira, dia 20, a ele foi recomendado que fizesse as pazes com sua alma, pois no dia seguinte seria executado. As últimas horas do mártir da Inconfidência se passaram em uma cela do prédio conhecido então como Cadeia Velha, construído a partir de 1636, tendo de ser refeito e reformado diversas vezes devido a trabalho e materiais deficientes. Situado ao lado da igreja de São José, fez parte do movimento de ocupação da várzea, quando a cidade iniciou a descida do Morro do Castelo.
Além de cadeia, o prédio sediava a Câmara dos representantes, e ao longo do tempo foi também ocupado por diversos outros atores, com destaque para a primeira Assembléia Constituinte do Brasil independente em 1823, que inclusive mudaria para sempre o nome da rua em frente, de da Cadeia para Assembléia.
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Prédio da Cadeia Velha, com sua frente voltada para a rua da Misericórdia. Foi por uma porta nesse local, na época da foto transformada em janela, que Tiradentes saiu e iniciou o cortejo rumo à fôrca montada no Campo de São Domingos. (foto revista Eu Sei Tudo, 8/1921)
Tiradentes sairia de sua masmorra no dia seguinte por uma porta que ficava em frente à rua da Misericórdia (Av. Pres. Antonio Carlos – 1º de Março), seguindo pela rua da Cadeia (Assembléia) e do Piolho (Carioca). Os estudos do historiador Vieira Fazenda demonstraram de modo cabal que o local da execução não foi aquele normalmente atribuído, na rua Visconde do Rio Branco, mas que, ao sair da rua da Carioca, o cortejo dobrou à direita e seguiu para a área onde é hoje a Av. Passos, na época um grande espaço em maior parte vazio e contínuo ao Largo de São Francisco. A hipótese é ainda mais coerente quando se leva em conta que Tiradentes fez breve parada em frente à igreja da Lampadosa, seguindo para a fôrca logo adiante.
O prédio da Cadeia Velha, onde o mártir da Inconfidência passou suas últimas horas, desapareceu em 1922, sendo substituído pela da atual Assembléia Legislativa, na mesma área mas não exatamente no mesmo local. Uma bela construção, mas que não possui a mesma importância histórica do anterior, testemunha do nascimento da cidade e do sacrifício supremo daqueles que ousaram sonhar um Brasil independente e melhor ainda nas trevas da noite colonial.

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