FALE COM OS MONARQUISTAS !

FAÇA PARTE DO NOSSO GRUPO NO YAHOO

Inscreva-se em DMB1890
Powered by br.groups.yahoo.com

sábado, 17 de abril de 2010

REFORMA DO HOSPITAL ESCOLA SÃO FRANCISCO - SÓ ACREDITO VENDO !


Patinho feio ou cisne?


Hospital Escola São Francisco, no Centro do Rio, entrará finalmente em reforma


Publicada em 16/04/2010 às 23h20m


Jacqueline Costa

O GLOBO

RIO - Pouco a pouco, investimentos têm mudado a cara do lado mais abandonado e menos valorizado da Avenida Presidente Vargas, no Centro.

Depois da nova estação de metrô, que deve ser inaugurada em junho, da construção de prédios modernos - como a nova sede da Cedae, que está sendo erguida num terreno da própria empresa que estava abandonado desde os anos 70 - e da inauguração de um sofisticado centro de convenções, parece que agora é para valer o projeto de restauração do Hospital Escola São Francisco de Assis, da UFRJ.


O pontapé para a reforma total do edifício, que chama atenção não apenas pela beleza, como também pelo aspecto atual de abandono, será a reforma de todo o telhado, segundo o diretor administrativo da unidade, Maurício Schirmer, a partir do segundo semestre.


- Conseguimos a aprovação do projeto pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).


Ficou decidido que esta obra será custeada pela própria reitoria.


Sobre o restante, já existe um processo sendo analisado pelo BNDES.


A prioridade será o restauro do bloco mais antigo, que fica voltado para a Avenida Presidente Vargas - explica Schirmer.


A fachada, em estilo eclético, está tomada por pichações.


Logo na entrada, a parte central está apoiada em estacas de madeira.


No interior, um dos blocos que compõem o conjunto arquitetônico está completamente em ruínas e foi interditado, há mais de cinco anos, porque pode desabar.


Plantas crescem sem parar na fachada deste bloco, que tem uma das paredes tomada por limo.


Superintendente regional do Iphan, Carlos Fernando Andrade explica que o órgão aprovou um projeto para captação de R$ 3 milhões, através da Lei Rouanet.


E acrescenta que está em análise um projeto bem maior - de R$ 35 milhões - cuja aprovação depende da realização das obras já aprovadas.


- Na restauração, há a intenção de demolir os vários acréscimos que foram sendo construídos com o passar dos anos e retomar o formato original, que é pan-óptico (que permite visão total) - explica Andrade.


A história do hospital, tombado pelo Iphan desde 1983, remonta ao ano de 1879, quando tem início suas atividades como hospedaria para mendigos.


Com o passar do tempo, as instalações tornaram-se pequenas para abrigar o crescente número de moradores de rua da cidade.


No início da década de 20, o edifício sofreu várias adaptações para se transformar, em 1922, no Hospital Geral São Francisco de Assis, onde foi realizada a primeira transfusão de sangue do país.


No ano seguinte, o hospital foi desativado e só voltou a funcionar dez anos depois, em 1988, por motivo de calamidade pública provocada por uma das grandes enchentes da cidade.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

VISCONDE DE OURO PRETO, PATRONO DO DIRETÓRIO MONÁRQUICO DO BRASIL











O Visconde de Ouro Preto publicara a 10 de dezembro um manifesto no jornal “Comércio de Portugal”, sobre o levante de 15 de novembro, ao qual se seguira a proclamação da República.





O Imperador e ele estavam em Lisboa, exilados.



Visitando D. Pedro II, este lhe disse:



— Já li o seu trabalho.



Está muito bom, completo e claro.




Achei-o excelente, menos num ponto.

— Qual, senhor?




— Não me pareceu muito justo a respeito do Maracaju.




— Eu não lhe fiz a menor acusação.




— Sim, mas quem ler o que o senhor escreveu...




— Perdão, senhor.



Só me cumpria expor os fatos como eles se passaram.


Pratiquei a mais escrupulosa fidelidade, com toda a calma e sem nenhum ressentimento.



Não tenho receio de que me possam contestar com fundamento, porque só narrei o que presenciei, ouvi ou fiz.



Cada qual tire daí as ilações que julgar acertadas.




Se estas forem desfavoráveis a quem quer que seja, de quem é a culpa?




— Tem razão, mas não creio que houvesse traição da parte do Maracaju.




— Nem eu.




Tenho-o por incapaz disso.




Considero-o ainda hoje tão leal como no dia em que o apresentei a Vossa Majestade para ministro.




— Está bem. Vou reler o manifesto.




Repugna-me acreditar tivesse havido traição da parte de certos personagens, como circunstâncias inexplicáveis autorizariam a desconfiar.




Não sei definir...



Traição consciente e premeditada, não.




Trair parece-me coisa muito difícil: deve exigir extraordinário esforço.




E trata-se, ademais, de homens com honrosos precedentes e serviços ao País.




O senhor, em todo o caso, exprimiu a verdade.




Cumpriu o seu dever.




Sobre a pena de morte, D. Pedro II afirmou:



— Não sou partidário da pena de morte, mas o estado da nossa sociedade ainda não a dispensa, e ela existe na lei.




Contudo, usando de uma das atribuições do Poder Moderador, comuto-a sempre que há circunstâncias que o permitam.



E para melhor realização deste pensamento, é sempre ouvida a Seção de Justiça do Conselho de Estado sobre os recursos de graça.



A idéia da consulta à seção, para esse fim, foi minha.




Se o Governo imperial pode reduzir as despesas, não cria novos impostos





Nos arquivos do Imperador, pode-se constatar a sua constante preocupação com as finanças públicas e com o equilíbrio orçamentário:




“Enquanto não tivermos certeza de extinguir o déficit, não se devem conceder favores pecuniários a novas empresas.




Mesmo às existentes, só excepcionalmente, depois de muito sério exame”.



Se ele não se mostrava mais arrojado do que os ministros, é de justiça reconhecer que não lhes ficava também atrás.


Muitas vezes antecedia-os vencendo seus preconceitos e prevenções, ou lutando por libertá-los das malhas absorventes da política partidária, que os esterilizavam e os consumiam.




O Visconde de Ouro Preto, na gestão do Ministério da Fazenda em 1879, emitia as seguintes idéias:




“Ter em vista principalmente a economia, porque, enquanto se puder reduzir a despesa, não há direito de criar novos impostos.




Do crédito, somente se deve usar para despesas produtivas, para as que aumentem e desenvolvam as fontes de receita”.




Na sessão de 5 de março de 1879, da Câmara dos Deputados, o Visconde de Ouro Preto se manifestou favorável à redução do subsídio de deputados e senadores, bem como dos vencimentos, sem razão majorados, de numerosos funcionários públicos.




Nas reduções projetadas, não figuravam as relativas à dotação da Família Imperial, e isso por razões justas que então apresentou.




Quando, porém, em despacho imperial, o ministro comunicou ao Imperador o plano de redução de subsídios e vencimentos, D. Pedro II espontaneamente disse que de sua parte faria, de bom grado, o sacrifício que lhe coubesse, para melhorar a situação financeira.




Não havia o que estranhar nesse ato, porque o Brasil estava habituado a ver partirem do Trono os nobres exemplos de abnegação e civismo.




O Governo Provisório, constituído após a proclamação da República, aprovou para as despesas da Família Imperial no exílio uma verba de 5.000 contos de réis, suficiente para comprar, na época, 4,5 toneladas de ouro.




Logo que lhe foi possível, o Imperador enviou ao seu procurador no Brasil esta recusa categórica:





“Tendo tido conhecimento, no momento da partida para a Europa, do decreto pelo qual é concedida à Família Imperial, de uma só vez, a quantia de cinco mil contos, mando que declare que não receberei, bem como minha família, senão as dotações e mais vantagens a que temos direito pelas leis, tratados e compromissos existentes; e, portanto, se tiver recebido aquela quantia, deverá restituí-la sem perda de tempo.




Recomendo outrossim que, cingindo-se aos termos desta comunicação, dirija ofício, que fará imediatamente publicar, e do qual me remeterá cópia”.




Sobre a oferta que lhe fizera o Governo Provisório, D. Pedro II comentou em Lisboa:



— Não sei com que autoridade esses senhores dispõem dos dinheiros públicos.







CONDE d'EU ASSUME O COMANDO GERAL







O conde d’Eu








assume o comando de todas as forças em








operações na Guerra da Tríplice Aliança








(1869)






Cumprimento do dever e amor à justiça, qualidades do Conde d’Eu


Nas três vezes em que a Princesa Isabel assumiu a Regência do Império, a atitude que manteve o Conde d’Eu foi a mais correta.


Nunca nenhum político que foi ministro nesses períodos disse o contrário.


Um constituinte republicano afirmou:


“O que era possível fazer para conquistar o título de brasileiro, ele o fez:


regulamentos, projetos de lei para melhor organização do Exército e aperfeiçoamento do seu material de guerra; escolas, bibliotecas, colônias orfanológicas para a infância desamparada; tudo enfim quanto podia falar à gratidão das massas mais desprotegidas da sorte ou às diversas classes da sociedade, ele planejou ou executou na maior parte”.


Durante a campanha do Paraguai, se as circunstâncias militares e políticas não lhe permitiram – mau grado dele, aliás – combater o inimigo do Brasil desde o início das hostilidades, sua ação de comandante-chefe, na última fase da guerra, quando os nossos melhores generais escasseavam já, por doentes ou cansados, foi cheia de heroísmo e de dignidade, e nunca se soube que tivesse se exercido em desabono das tradições do exército brasileiro.


Em suas “Memórias”, Taunay enumera as qualidades do Conde d’Eu:


“Gosto pelo trabalho, amor sincero ao estudo, consciência no saber, espírito inimigo da futilidade e cheio de modéstia.


Muita ordem na vida econômica, aborrecimento à intriga e aos mexericos.


Desconfiança de si mesmo, desejo de servir bem e cumprir o dever.


Absoluta simplicidade nos modos.


Amigo da justiça nos conceitos, pouco propenso a ouvir e aceitar bajulações.


Esposo exemplar, de fidelidade intangível, escrupulosíssima.


Excelente pai de família, impossível melhor, exagerado até no amor aos filhos e nos cuidados de que os rodeia incessantemente.


Crença viva na Religião. Discrição no falar, nenhum arrebatamento, paciente e nobremente resignado”.


Desejava ardentemente o Conde d’Eu participar da guerra no Paraguai, desde o início, mas encontrava invencível resistência em D. Pedro II, como também nos ministros.


Contudo ele insistia.


Tendo ido jantar com o Imperador, encontrou-se com o Marquês de Caxias, que acabava de ser promovido a Marechal do Exército e nomeado comandante geral das tropas brasileiras.


Num dos corredores do Palácio, não se conteve e indagou sem rodeios:


— Marechal, o senhor consentiria em que eu fosse servir no Paraguai, sob suas ordens?


— Oh, senhor! Isso é muita honra para mim.


Eu é que desejava ir sob as ordens de Vossa Alteza.


Mas... isso depende do Governo.


Só bem mais tarde, quando Caxias retornou do campo de batalha, pôde o Conde d’Eu combater, agora como comandante geral, com a idade de 27 anos.


O general Osório, Marquês de Herval, em saudação ao Conde d’Eu durante banquete em sua homenagem, a 25 de maio de 1877, afirmou:


— Brindo ao Sr. Conde d’Eu, meu companheiro de armas, que sempre prodigalizou-me as maiores provas de consideração.


Brindo-o pelo seu valor, pela sua coragem e pela justiça com que administrou o Exército.


Brindo-o porque no Paraguai deu sempre provas de amar o Brasil e devotar-se de alma ao seu serviço, como os brasileiros que lá serviam.



A caminho do campo de batalha, as preocupações humanitárias do Conde d’Eu



Um interessante exemplo da preocupação humanitária do Conde d’Eu se encontra no seu diário da viagem a Uruguaiana, em 1865, quando se iniciava a guerra do Paraguai:


“Os corpos do exército de Flores e do general argentino Paunero bateram e aniquilaram hoje (17/8/65), nas alturas de Uruguaiana, os paraguaios da margem direita, em número de 4.000.


Segundo estas notícias, que ainda não são oficiais, só teriam escapado 300, dos quais 50 ficaram prisioneiros dos aliados.


A vitória das forças aliadas está, pois, fora de toda a dúvida.


Para saber pormenores positivos, será necessário aguardar o relatório oficial de Flores.


Parece incrível, à primeira vista, que um corpo de 4.000 homens tenha quase totalmente perecido, e no curto espaço de hora e meia.


Querem alguns, sem esperar explicação, enxergar nisto crime dos generais orientais, que nem sempre se têm distinguido por sua generosidade para com os vencidos.


Quanto a mim, prefiro, até mais amplas informações, ter melhor opinião dos nossos aliados e explicar esse morticínio pela coragem cega, ou antes, fanatismo, que por ora têm mostrado nos combates os soldados paraguaios, o que torna muito difícil conservar-lhes a vida”.


Uma semana depois, relata:


“Recebemos o relatório oficial da batalha e as quatro bandeiras paraguaias, que no dia 17 caíram nas mãos dos aliados.


Por fim, e é o mais importante, a carta vem pôr termo à cruel dúvida em que ainda nos encontrávamos a respeito da sorte dos inimigos vencidos.


Não são só 50, como se dizia, os prisioneiros que se encontram em poder dos aliados, porém 1.200.


Tanto melhor para a humanidade e para a honra dos exércitos aliados”.


O Conde d’Eu anotou no diário o seguinte episódio da sua viagem a Uruguaiana:


“O jantar do Sr. Eufrásio fez-se esperar, mas resgatou a demora com o esplendor: grande mesa luxuosamente posta, cozinha francesa delicada e abundante.


Não tardei a descobrir que as pessoas da estimável família Eufrásio eram grandes viajantes.


Aos meus primeiros cumprimentos a propósito da sua casa, a senhora Eufrásia respondeu-me com modéstia:


— Mas para quem tem andado pela Europa, tudo isto é muito feio.


Não entendi que nisto houvesse segunda intenção.


Porém, ao ver que esta palavra Europa lhe voltava freqüentemente aos lábios, ousei perguntar-lhe:


— A senhora esteve na Europa?


— Sim, senhor! Dois meses em Paris, e mês e meio em Londres.


Estava dado o primeiro passo. Nunca mais se esgotou a conversação”.


Ainda algumas anotações do diário do Conde d’Eu:


“Pelo fato de se ter deixado aprisionar, um soldado paraguaio que interrogávamos sabia muito bem que, para o seu governo, ele é agora um grande criminoso.


Quando o Imperador lhe perguntou se desejava regressar ao seu país, a fisionomia, ordinariamente risonha, tornou-se logo sombria, e respondeu, com voz apavorada, que se o queriam mandar para lá, era melhor morto do que vivo, pois tinha a certeza de que lhe fariam sofrer algum cruel suplício.


Os homens do Norte, esses homens de pequena estatura, trigueiros, muitos deles mestiços, que deixaram as suas residências tropicais para virem, a 800 ou a 1.000 léguas de distância, defender a Pátria comum num clima para eles inóspito, inspiram-me profunda simpatia.


Amando muito o Brasil, agrada-me também muitíssimo o Brasil tropical, a sua perpétua primavera, as suas imensas florestas e as suas esplêndidas montanhas revestidas de eterna verdura.


O que é digno de admiração é a paciência do Imperador, que pára ao pé de cada um daqueles 89 doentes, a perguntar ele próprio de que se queixa, de que província é e, sempre que o seu rosto mostra excessiva mocidade, que idade tem. Infelizmente, mais de um revela ter menos que a idade legal de 18 anos”.


Conde d’Eu, o único que pode dar esperanças e animar a todos
Com a entrada do exército brasileiro em Assunção e a fuga de Solano López, Caxias dava por concluída a guerra do Paraguai.
Adoentado, e a conselho médico, retornara ao Rio de Janeiro, deixando o exército acéfalo.


Porém o Imperador só concordaria em dar por encerrada a guerra após a rendição incondicional do ditador ou a sua morte em batalha, ou ainda a sua fuga do Paraguai.


Depois de maduras reflexões, D. Pedro decidira enviar o Conde d’Eu, marechal do Exército, para comandar as tropas.


Mas não adiantou a ninguém a sua decisão. Em reunião do Conselho de Ministros, a mesma idéia ocorreu simultaneamente a mais de um.


O Barão de Cotegipe afirmou, em carta ao Visconde do Rio Branco:


“O Conde d’Eu é o único que, por sua posição, pode conter uma espécie de debandada, dar esperanças a uns e animar a todos”.


Em resposta, comentou o Visconde do Rio Branco:


“Não me surpreendeu a idéia que aí tiveram quanto ao comando em chefe.


Passou-me ela pela mente, tanto pela necessidade quanto pela insistência do indicado. Não vejo hoje nenhum inconveniente”.


Em carta ao general Dumas, seu antigo preceptor, o Conde d’Eu comenta:


“Esta expulsão de López da região do Prata não é somente uma questão de honra nacional para o Brasil, mas é também uma questão de vida ou morte para a organização pacífica das repúblicas nossas aliadas.


Para elas, ainda mais do que para nós, a existência de López será sempre uma espada de Dâmocles”.


Como se sabe, o comando da última fase da guerra foi conduzido magistralmente, culminando com a morte em batalha do ditador paraguaio.


Ao voltar para o Rio, desacompanhado de regimentos, música e bandeiras, a população acolheu o Conde d’Eu com estupenda manifestação.


Nenhum outro general fora ainda recebido assim, após lutar no Paraguai, o que deu origem a melindres injustificáveis.


Logo que se instalou em Assunção um governo provisório, após a vitória do Brasil e seus aliados na guerra do Paraguai, o Conde d’Eu dirigiu a esse governo uma carta pedindo a emancipação dos escravos ainda existentes naquele país:


“Em vários pontos do território desta República, que percorri à frente das forças brasileiras em operações contra o ditador López, tive ocasião de encontrar indivíduos que se diziam escravos, e muitos deles a mim se dirigiram pedindo que lhes concedesse a liberdade.


Teriam assim motivo para se associar à alegria que experimenta a nação paraguaia, ao se ver livre do governo que a oprimia.


Conceder-lhes o que pediam seria para mim uma agradável ocasião de satisfazer meus sentimentos, se tivesse poder para fazê-lo.


Estando agora constituído o governo provisório de que estais encarregados, é a ele que compete decidir sobre todas as questões que interessam à administração civil do país.


O melhor que posso fazer é dirigir-me a vós, como o faço, para chamar a atenção sobre a sorte desses infortunados, no momento da emancipação de todo o Paraguai.


Se lhes concederdes a liberdade pedida, rompereis solenemente com uma instituição que infelizmente foi legada a diversos povos da livre América.


Tomando esta resolução, que pouco influirá sobre a produção e os recursos materiais deste país, tereis inaugurado dignamente um governo destinado a reparar todos os males causados por uma longa tirania, e a dirigir a nação paraguaia para esta civilização que felicita os outros povos”.


Em conseqüência do pedido, o governo provisório do Paraguai decretou, a 2 de outubro de 1869, a abolição total e imediata da escravidão.


Como um Príncipe comanda a guerra


O testemunho dos companheiros de armas do Conde d’Eu basta para demonstrar que não se pode escrever a história da guerra do Paraguai sem lembrar devidamente o seu nome, honrando-o.


João da Fonseca Varela, veterano da guerra do Paraguai, contou que corria nos acampamentos a lenda de que o Conde d’Eu dormia com um olho fechado e o outro aberto.


E quase sempre vestido.


Havia ordem para qualquer pessoa procurá-lo, e instituíra as audiências públicas semanais.


Nunca um soldado deixou de ser recebido por ele.


Durante a guerra do Paraguai, quando a fome e as doenças desgastavam o ânimo dos soldados brasileiros, um oficial se queixou da situação ao Conde d’Eu.


O Príncipe o chamou a participar da sua mesa, e disse-lhe:


— Veja como eu passo. Tenhamos paciência e coragem, salvemos a nossa honra e a do nosso País, indo adiante.


Relata o Visconde de Taunay, testemunha ocular:


Nos incessantes reconhecimentos, às vezes seguidos um dia após outro, mostrou o Príncipe grande habilidade estratégica, paciência de experimentado capitão, indiscutível coragem e notável sangue-frio.


Uma vez, diante da picada de Ascurra, cuja artilharia enfrentávamos, convidou alguns oficiais para nos aproximarmos o mais que fosse possível.


Observei então:


— Pelo menos, convém pormos as capas dos bonés, para ocultarmos as nossas divisas de oficiais, já que nos vamos expor tanto.


O Príncipe concordou:


— Com efeito. É precaução bem lembrada.


Tão perto chegamos, que distingui perfeitamente as feições e barbas dos artilheiros inimigos.


Desta forma o comandante em chefe patenteou bem claramente ao seu exército que sabia também ser valente, e não tinha medo da morte.


Quando o exército comandado pelo Conde d’Eu atravessava um riacho, sob a fuzilaria dos adversários, o general Menna Barreto correu ao seu encontro e lhe disse:


— Não há necessidade de se expor tanto.


A batalha está ganha. Se precisássemos de um grande exemplo por parte do Príncipe e general em chefe, eu não impediria Vossa Alteza de o dar, a bem da vitória de nossas armas.


No entusiasmo do combate, o Conde d’Eu galopava, acompanhado do seu estado-maior, avançando sempre, até ficar ao alcance da fuzilaria inimiga, sem sequer cogitar do perigo que a sua pessoa corria.


O capitão Francisco Joaquim de Almeida Castro o alcança, e com grande esforço contém o cavalo do Príncipe. Enraivecido, este ordena:


— Está preso, capitão!


— Quero ser preso, senhor, mas também quero salvar a vossa vida!


O marechal Deodoro costumava declarar:


— Não gosto do Conde d’Eu, solenemente antipatizo com ele.


Mas a verdade me obriga a dizer:


foi um dos mais ilustres generais sob os quais servi.




Exílio do Conde d’Eu e suas lembranças do Brasil



Seria necessário encher grossos volumes, para relatar tudo quanto se propalava no sentido de indispor o príncipe consorte com a opinião pública.


No dia 17 de novembro de 1889, a bordo do navio que levaria a Família Imperial para o exílio, o Conde d’Eu escreveu a seguinte carta:


“A todos os amigos que nessa terra me favoreceram com sua sincera e por mim tão apreciada afeição; aos companheiros que, há longos anos já, partilharam comigo as agruras da vida de campanha, prestando-me inestimável auxílio em prol da honra e segurança da Pátria brasileira; a todos que, na vida militar ou na civil, até há pouco se dignaram comigo colaborar; a todos aqueles a quem, em quase todas as províncias do Brasil, devo finezas sem número e generosa hospitalidade; e a todos os brasileiros em geral, um saudosíssimo adeus e a mais cordial gratidão.


Não guardo rancor a ninguém; e não me acusa a consciência de ter cientemente a ninguém feito mal.


Sempre procurei servir lealmente ao Brasil na medida de minhas forças.


Desculpo as acusações menos justas e juízos infundados, de que por vezes fui alvo.


A todos ofereço minha boa vontade, em qualquer ponto a que o destino me leve.


Com a mais profunda saudade e intenso pesar afasto-me deste País, ao qual devi, no lar doméstico ou nos trabalhos públicos, tantos dias felizes e momentos de imorredoura lembrança.


Nestes sentimentos acompanham-me minha muito amada esposa e nossos ternos filhinhos que, debulhados em lágrimas, conosco empreendem hoje a viagem do exílio.


Praza a Deus que, mesmo de longe, ainda me seja dado ser em alguma coisa útil aos brasileiros e ao Brasil”.


Em 1921, quando visitou o Brasil pouco antes de sua morte, o Conde d’Eu foi recepcionado e acompanhado pelo historiador Max Fleiuss, que deixou narrados alguns episódios ocorridos na ocasião:


“No Palace Hotel, onde se achava hospedado, assisti a várias cenas que confirmavam a sua estupenda memória.


Certa manhã foi visitá-lo um cavalheiro da família Miranda Montenegro.


Ao entrar, fez uma reverência.


O Conde encarou-o, e de pronto chamou-o pelo nome de batismo. Disse-nos havê-lo conhecido menino, na fazenda de seus genitores, contando pitorescamente vários incidentes, um dos quais foi a passagem numa pequena ponte carcomida, do que resultou um banho nada confortável.


Outra visita foi a de um ancião de grandes barbas brancas, calças da mesma cor e um fraque antigo.


Ao vê-lo, o Conde abraçou-o com enternecimento e, pondo-lhe a mão na cabeça, exclamou:


— Cá está ela!


Era uma depressão produzida por bala, na batalha de Campo Grande.


O velho chorou de prazer”.


O Conde d’Eu insistiu em visitar o Palácio Guanabara, que fora a residência oficial da Princesa Isabel e dele.


Ao se aproximar, comentou:


— Como está mudado!Descendo do automóvel, ficou diante do portão, silencioso, estático, os olhos molhados, rolando saudosamente à direita e à esquerda, como numa evocação.


Depois, voltou-se.


O seu olhar estendeu-se por toda a Rua Paissandu, e ele caminhou para as três palmeiras do começo da rua:


— Está aqui! São estas! São estas!


Estas três foram plantadas por Isabel.


E aquelas outras foram plantadas por mim.


Pediu-me que o levasse à Igreja da Glória.


Ao chegarmos ao pátio do templo tradicional, a igreja estava de portas fechadas.


Um homem varria a escadaria exterior.


Saltei do automóvel e pedi permissão para entrarmos.


— Agora não é possível, patrão.Insisti, alegando que estava ali o Conde d’Eu.


Ao ouvir o nome de Sua Alteza, o varredor arregalou os olhos, e a vassoura caiu-lhe das mãos.


O homem sumiu-se, e minutos depois a porta da igreja abria-se. Entramos.


O templo estava vazio, mudo, mergulhado numa penumbra que era escuridão para os nossos olhos acostumados à claridade exterior.


O Conde encaminhou-se para o altar-mor, e ali ficou, num esforço de pupilas, a olhar a imagem.


Subitamente, para nossa surpresa, a igreja iluminou-se.


É que o varredor correra a avisar o sacristão, e a surpresa da luz fora um gesto gentil do sacristão, para com o marido da Redentora”.


quarta-feira, 14 de abril de 2010

SÃO PAULO: PM E EXÉRCITO, ABANDONAM PATRIMÔNIO HISTÓRICO DO BRASIL











Quartel histórico no centro está abandonado





Janelas podres, paredes com rachaduras e telhados destruídos são cenário em local que, além do Exército e da PM, abrigou hospício



Rodrigo Brancatelli - O Estado de S.Paulo



"Por aqui passaram os melhores soldados do Exército Brasileiro", diz a frase pintada em vermelho no alto do portal da antiga sede do 2º. Batalhão de Guardas, no Parque Dom Pedro II, centro de São Paulo.



Por ali agora passam o abandono, a degradação e a negligência com um dos imóveis mais importantes da história paulistana.



De símbolo da polícia paulista e do próprio Exército, o quartel se resume hoje a muito entulho, telhados quebrados, infiltrações, cupins, paredes prestes a ruir e memórias esquecidas.



É um triste resumo do patrimônio de São Paulo, mais um daqueles bens tombados imperceptíveis, que estão ali mas ninguém se dá conta.



Os arcos, paredes, a capela e a quadra do local guardam capítulos essenciais da memória da cidade.



Reza a lenda que o prédio do 2.º Batalhão de Guardas foi um presente de d. Pedro I a dona Domitila de Castro Canto e Mello, a marquesa de Santos.




Quando chegava a São Paulo, o imperador dormia por ali e, possivelmente, encontrava-se com a marquesa.




O endereço acabou mais tarde sendo transformado na sede de uma chácara da Várzea do Carmo, depois foi ocupado pelo Seminário das Educandas e anos depois pelo Hospício dos Alienados - onde chegou a morrer o poeta de Santo Amaro Paulo Eiró, em 1871.



Exército. Com o golpe militar em 1964, o quartel foi tomado pelo Exército, primeiro como sede da 7.ª Companhia de Guarda e depois do 2.º Batalhão de Guardas, reunindo cerca de 900 homens até 1992.




A degradação começou a partir de1995, quando o quartel foi ocupado pelo 3.º Batalhão da Polícia de Choque do Estado de São Paulo.




A falta de investimentos e a velha receita de descaso com o patrimônio histórico foram pouco a pouco dilapidando a beleza do quartel, destruindo telhados, trazendo a ferrugem, criando infiltrações.




Hoje, o prédio é apenas um arremedo de seu passado, um bocado de entulho e de paredes prestes a cair que guardam poucos vislumbres do charme do século 19.



Também serve como um exemplo da degradação da região, igualmente esquecida nas últimas décadas.



Soldado. "Aquilo está à venda, mas ninguém quer comprar porque não vale a pena restaurar", diz o gerente de loja Héveles Martinez, de 50 anos, soldado do 2.º Batalhão de Guardas em 1978.




"Então o que está acontecendo é que estão esperando tudo cair de vez, para aí sim construir um espigão residencial.



Desde 2004 eu chamo a atenção para o abandono do quartel, já tirei fotos, enviei carta para o governo, mas ninguém respondeu.



Mesmo tombado pelo patrimônio histórico, é um monumento que corre o risco de virar pó."


A degradação é vista de longe, até mesmo da Estação Dom Pedro II.



Parte do telhado já caiu, o resto parece fadado ao mesmo destino durante uma futura chuva forte.



Absolutamente todos os galpões aparecem deteriorados - o piso está forrado por pó de madeira, símbolo mais do que visível da ação dos cupins.



Janelas estão podres, paredes exibem rachaduras que mais parecem cicatrizes gigantes.



O assoalho da capela está afundando, bem como o piso da quadra do quartel - que já serviu para treinamentos do atleta João do Pulo, então 3.º sargento no 2.º Batalhão de Guardas.



A Polícia Militar afirmou que irá fazer um diagnóstico completo do imóvel, mas não há prazos para o restauro.



O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico do Estado (Condephaat) disse que já notificou a PM por falta de manutenção.



"Eu ainda guardo lembranças sensacionais do quartel, o prédio respira história", diz Martinez.



"Hoje, só tenho desgosto, até chorei quando notei a situação dos galpões. É muito triste ver a maneira que trataram a nossa memória."

CRONOLOGIA


Descaso com o patrimônio

1860


Seminário e hospício


Construído para ser sede de uma chácara, o imóvel é ocupado pelo Seminário das Educandas.


Anos depois, passa a ser o Hospício dos Alienados, onde, em 1871, faleceu o poeta Paulo Eiró, de Santo Amaro


1930


Exército


O imóvel no Parque Dom Pedro passa à antiga Força Pública, mas com o golpe militar em 1964 é ocupado pelo Exército Brasileiro

1995


Decadência


O imóvel passa a pertencer ao 3.º Batalhão da Polícia de Choque do Estado de São Paulo.


A Polícia Militar informou por meio de sua assessoria de imprensa que tem planos de restaurar o local




http://saopauloabandonada.com.br/2batalhao-de-guardas/

terça-feira, 13 de abril de 2010

DIA DO HINO NACIONAL BRASILEIRO


Capa original do Hino Nacional Brasileiro I



Dia do Hino Nacional




Data de sua oficialização (1831).











Por:
Professora Raquel Crusoé Loures de Macedo Meira




Segundo o Prof. Alvacyr Pedrinha, “o Hino Nacional de cada povo expressa, em todas as suas gamas, o modo de ser da psique coletiva de sua gente.




A identificação do povo com o Hino é mais do que necessária para que, ao ouvi-lo ou cantá-lo, se possa sentir ser ele, realmente, o porta-voz da nação, da alma do povo.”




Apesar de ser repleta de fatos interessantes, a história do Hino Nacional Brasileiro não é nada divulgada.




Normalmente se limita a uma breve referência aos autores da letra e da música.




Letra: Joaquim Osório Duque Estrada.




Música: Francisco Manuel da Silva.








No entanto ela é riquíssima.




Talvez mais do que qualquer outro dos Símbolos Nacionais, a história do nosso hino reflete os momentos mais relevantes da nossa pátria.A música de Francisco Manuel da Silva, inicialmente composta para banda, popularizou-se em 1831, com versos que comemoravam a abdicação de Dom Pedro I e, por ocasião da coroação de Dom Pedro II, com uma outra letra, a música se tornou tão popular que, apesar de não ter sido oficializada como tal, passou a ser considerada o hino nacional brasileiro.




Portanto, o nosso hino nasceu com o calor das agitações populares, quando vacilava a independência do Brasil, num dos momentos mais dramáticos de nossa História. Durante quase um século, por incrível que pareça, o Hino Nacional Brasileiro foi executado, sem ter oficialmente uma letra.




Francisco Manuel, como muitos, desejava a abdicação do Imperador e, com isto, não era visto com bons olhos.




Os irmãos Portugal, maestros Marcos e Simão, eram realmente os ditadores da música oficial aqui no Brasil.




Como Mestre da Capela Imperial, o maestro Portugal proibiu terminantemente que ali fosse executada qualquer música que não fosse de sua autoria. Imaginem o clima.




No entanto, apesar de todas as forças contrárias, foi ao som deste hino que conhecemos bem, porém com versos do desembargador Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva que a fragata inglesa Volage, levantou âncoras levando D. Pedro I e a sua família para o exílio na Europa.




Segundo Luís Heitor de Azevedo Correia, o nosso hino foi "executado entre girândolas de foguetes e vivas entusiásticos", quando da partida de D. Pedro I, em 13 de abril de 1831.




Com a proclamação da república, os governantes abriram um concurso para a escolha e oficialização de um novo hino.




Leopoldo Miguez foi o vencedor, porém o povo não aceitou.




Com as inúmeras manifestações populares contrárias à adoção do novo hino, o então presidente da República, Deodoro da Fonseca, oficializou como Hino Nacional Brasileiro a composição de Francisco Manuel da Silva e estabeleceu que a composição de Leopoldo Miguez seria o Hino da Proclamação da República.




A letra escrita pelo jornalista e poeta Joaquim Osório Duque Estrada, tornou-se finalmente oficial, durante o centenário da Proclamação da Independência em 1822 .




Com a orquestração de Antônio Assis Republicano e instrumentação para banda do tenente Antônio Pinto Júnior, a adaptação vocal foi feita por Alberto Nepomuceno, quando então foi proibida a execução de quaisquer outros arranjos vocais ou artístico-instrumentais no hino.




Será isto o que estamos assistindo no dia a dia em nosso país ?




DECRETO N.º 171, DE 20 DE JANEIRO DE 1890




"Conserva o Hino Nacional e adota o da Proclamação da República."




"O Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil constituído pelo Exército e Armada, em nome da Nação, decreta:




Art. 1º - É conservada como Hino Nacional a composição musical do maestro Francisco Manuel da Silva.




Art. 2º - É adotada sob o título de Hino da Proclamação da República a composição do maestro Leopoldo Miguez, baseada na poesia do cidadão José Joaquim de Campos da Costa de Medeiros Albuquerque."






segunda-feira, 12 de abril de 2010

RUA DA CARIOCA



12/04/2010 - 06:30 Enviado por: Paulo Pacini


No interior de qualquer grande cidade, sempre há um conjunto de localidades que, de algum modo, refletem a essência deste centro urbano, forjada a partir do encontro secular das pessoas com o lugar e que define sua individualidade e marca característica.


No Rio de Janeiro do século XIX, algumas ruas eram tidas como melhores representantes, por exemplo, a Gonçalves Dias, a Riachuelo e até mesmo a do Ouvidor, a passarela da moda.


Contudo, preferências à parte, só uma delas tinha como nome o adjetivo que caracteriza tudo que aqui se origina.


É a antiga e atual Rua da Carioca.


Sua trajetória começa no século XVII, não passando de um caminho que margeava o morro de Santo Antônio, evitando o terreno alagado para chegar ao Campo da Cidade, onde é atualmente a Praça Tiradentes.


Em algumas décadas, recebia seu primeiro nome, o de Caminho (depois rua) do Egito, conferido a partir de um oratório próximo a seu início, dedicado à fuga da Sagrada Família para o Egito.


Nesta época, só havia um punhado de casas do lado direito, pois junto à encosta ficava a cerca do convento, delimitando a propriedade dos franciscanos.


Eis que, no final deste século, nela fez residência um conhecido procurador de causas, que, andando incessantemente pelos tribunais à busca de questões, recebeu de seus rivais o apelido de "piolho".


Sua fama, aliada ao fato de possuir alguns imóveis na rua, acabou mudando o nome desta, que passou a ser conhecida como "do Piolho" em medos do século XVIII.


Nessa ocasião, a via ganhou seu lado esquerdo, após a cessão feita pelo convento de Santo Antônio de uma faixa de terreno junto ao morro.




Rua da Carioca ainda em reformas, no início do século XX


A inauguração do chafariz da Carioca em 1723 fez com que o nome do rio que abastecia a cidade se estendesse à região da antiga lagoa de Santo Antônio, drenada e doravante conhecida como Largo da Carioca.


Apesar dessa influência, persistia o nome da vizinha rua do Piolho, até que, finalmente, a Câmara Municipal o muda em 1848 para o atual, da Carioca.


Originalmente uma rua de feições coloniais, sofreu grande transformação a partir de 1904/5, quando foi alargada para 17 metros, durante as reformas efetuadas na gestão de Pereira Passos na prefeitura.


A maioria dos prédios atuais datam da época dessa reurbanização, já centenária.


Dotada de comércio diversificado e de qualidade desde o século XIX, representado por lojas de instrumentos musicais, bolsas e malas, ópticas, livrarias e outras, conseguiu manter esta tradição até hoje em dia, apesar das grandes mudanças sofridas pelo centro da cidade.


Nela se encontra um dos poucos cinemas remanescentes dos tempos mais antigos, o Íris, além do Bar Luiz, um dos mais notórios e celebrados do Rio de Janeiro, utilizado como locação no filme "Bar Esperança" de 1983, com Maríla Pera e Hugo Carvana.


Com longo e rico passado, esta rua continua sendo uma das mais conhecidas e representativas daquilo que é tipicamente carioca, um modo de ser e viver único, patrimônio imaterial transmitido a cada nova geração.