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sábado, 3 de março de 2012

CABRALZÃO . . . CASA DO SAMBA É SAMBÓDROMO ! . . . ISSO É HISTÓRIA DO POVO BRASILEIRO !


Casa do Samba fica sem o teto prometido

Prédio do Automóvel Club interditado pela Defesa Civil
Prédio do Automóvel Club interditado pela Defesa Civil Foto: Carlos Ivan / O Globo
Luiz Fernando Vianna - O Globo

RIO - Um dos idealizadores da Casa do Samba, o jornalista e escritor Sérgio Cabral, pai do governador do Rio, disse na sexta-feira estar surpreso e decepcionado com o recuo da prefeitura do Rio em ceder ao centro de memória do gênero o prédio do antigo Automóvel Club do Brasil, na Rua do Passeio.
Em reportagem do GLOBO, publicada na quinta-feira, sobre a deterioração do prédio no Centro e o risco de desabamento da marquise, o secretário municipal de Cultura, Emílio Kalil, afirmou que a solução mais viável seria "repassá-lo à iniciativa privada para uso comercial".
"Faltava só acertar os detalhes", diz escritor
Ao lado do violonista e pesquisador Luís Filipe de Lima e da produtora Andréa Alves, Cabral estava na reunião de 2010 em que o prefeito Eduardo Paes sugeriu abrigar o projeto no edifício de 1860, que seria reformado com recursos públicos (algo estimado em R$ 24 milhões).
— Para mim, já era assunto fechado, decidido. Faltava só acertar os detalhes — afirmou Cabral. — Acho que a situação mudou com a entrada desse Kalil na secretaria. Ele não parece muito interessado em fazer algo no Automóvel Club.
O secretário, que se encontrou no ano passado com os responsáveis pela Casa do Samba, confirmou na sexta-feira que são remotas as chances de a prefeitura encampar a ideia.
— Estou desesperado, sonhando com um belo projeto sustentável, ou seja, que tenha um patrocinador — disse Kalil. — Não posso repassar um bem público a terceiros. O Tribunal de Contas cai em cima de mim. Há várias pessoas querendo o prédio do Automóvel Club, todos os projetos têm viés cultural.
Segundo Cabral, Lima e Andréa, Paes havia compreendido a importância de a cidade ter, até 2016, um lugar dedicado à história do samba. O ano das Olimpíadas no Rio também marca o centenário (em novembro) do registro oficial na Biblioteca Nacional do primeiro samba, "Pelo telefone".
— É um lugar para o carioca, o brasileiro, o estrangeiro ter como referência quando o assunto for samba. Em Lisboa, há o Museu do Fado. Em Buenos Aires, há vários locais dedicados ao tango. Aqui não tem — ressalta Lima.
Kalil questiona o caráter público do empreendimento, pois nele estão previstas iniciativas comerciais como um grande teatro, um café-concerto e lançamentos de livros e discos.
Prioridade é reformar outros centros culturais
Os idealizadores da casa lembram que a instituição não tem fins lucrativos (as receitas seriam investidas nela mesma), o carro-chefe é um centro de memória com acesso público e que o projeto de R$ 1 milhão, aprovado na Lei Rouanet, não prevê remuneração para os organizadores.
Eles dizem aguardar uma resposta definitiva sobre o antigo prédio do Automóvel Club para, se for o caso, buscar uma alternativa. Segundo Kalil, apesar do péssimo estado da construção, a prioridade da prefeitura é reformar equipamentos culturais que já existem, como o Teatro Carlos Gomes, o Centro Helio Oiticica e o Centro Cultural José Bonifácio (na Gamboa).

TAL PAI . . . TAL FILHO ! . . .


sexta-feira, 2 de março de 2012

ANCELMO GÓIS, NOSSO MONARQUISTA HONORÁRIO ! . . .


Enviado por Ancelmo Gois -
1.3.2012
12h59m
Gois de papel

As fotos de hoje



A COLUNA TEM simpatia, quase amor, por dois prédios históricos do Rio. Aliás, um fica quase em frente ao outro, na Av. Presidente Vargas. 

Um é este da antiga sede da CEG, construção neoclássica do século XIX, que acaba, veja só, de passar por nova pintura — desta vez, com tinta antipichação. 

O outro é o do Hospital São Francisco de Assis, da UFRJ, onde, pelo visto, enterraram uma caveira de burro. 

Mês passado, uma licitação para reformar os telhados e as fachadas de cinco dos oito pavilhões da unidade chegou ao fim sem um vencedor. 

As duas empresas selecionadas não tinham, acredite, atestado de execução de obras em imóveis tombados, caso do hospital. 

A licitação deve ser relançada em março. 

Vamos torcer, vamos cobrar

UM POVO SEM RESPEITO AO PASSADO, NÃO TEM FUTURO !


Patrimônio histórico, poste da Glória é derrubado no carnaval


Queda foi provocada por folião. RioLuz retirou equipamento, mas não há data para reinstalação


Vândalo derruba poste na murada da Glória, tombada pelo Inepac
Foto: Eu-repórter / Foto do leitor Jorge Mendes
Vândalo derruba poste na murada da Glória, tombada pelo Inepac Eu-repórter / Foto do leitor Jorge Mendes

RIO - Em fase de restauro pelo programa Lapa Legal, a murada da Glória, tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), foi alvo de depredação neste carnaval. Um folião derrubou a luminária durante a passagem de um bloco. Ele teria subido no guarda-corpo e forçado a base do poste, até levá-lo ao chão, relata o leitor Jorge Bernardo Mendes. A RioLuz recolheu a estrutura para ser restaurada, mas, por se tratar de uma peça antiga, o trabalho é artesanal e ainda não tem data para ser finalizado.
“A Glória é um bairro de rico acervo histórico, mas que sofre frequentemente com a ação de vândalos. É desanimador ver esse desrespeito pela cidade, enquanto a prefeitura se esforça para recuperar o pouco que restou”, observou o leitor.
Construída em 1905, a balaustrada é um exemplo da degradação da Glória - tendo sido usada como varal por moradores de rua, inclusive. A desvalorização do bairro nas últimas quatro décadas é apontada pelo subsecretário de Patrimônio Cultural, Washington Fajardo, como um dos motivos para o crescente vandalismo. Embora pondere que os motivos para a depredação sejam vários, Fajardo observa uma maior desvalorização do patrimônio cultural em regiões antes abandonadas pelo poder público.
“Felizmente, estamos atuando na área e poderemos corrigir esse dano. Mas foram anos de abandono na Glória, Lapa e Centro, que reforçaram a desvalorização dos bens culturais. Isso ainda é acentuado pela falta de consciência histórica da população. É preciso envolver toda sociedade para manter esse trabalho”, defende o subsecretário.
Além da murada, o chafariz da Glória tem sido alvo recorrente de vândalos. Só em 2010, a fonte passou por quatro restaurações e cinco depredações. Para conter os ataques, o Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) sugeriu a instalação de uma barreira de vidro no local.
A recuperação da murada da Glória, tombada em 1983, faz parte do programa Lapa Legal, orçado em R$ 12 milhões. De acordo com o subsecretário Fajardo, o guarda-corpo e as luminárias, que estavam destruídos, já passaram por reforma. Nos próximos dias, a prefeitura planeja realizar a limpeza das pichações e concluir os trabalhos em abril. Ainda em fevereiro, a Praça Cardeal Câmara, vizinha aos Arcos da Lapa, foi reinaugurada, após receber placas de granito no entorno.
Depredar o patrimônio público é crime. Se pego em flagrante, o infrator poderá ser preso. A pena varia de seis meses a três anos de prisão.

quinta-feira, 1 de março de 2012

RODRIGO BETHLEM NEGOU CESSÃO DE PRÉDIO AO DMB 1890 - PREFERE DEIXAR DESABAR ! . . .


Marquise do prédio do antigo Automóvel Club ameaça desabar


Prédio está abandonado desde que foi comprado pela prefeitura

Publicado:

RIO - O prédio histórico do Automóvel Club do Brasil, no Centro, erguido em 1860 e tombado desde 1965 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), foi interditado na terça-feira pela Defesa Civil. A marquise, segundo técnicos do órgão, ameaça desabar. Além disso, as esquadrias das janelas também estão a ponto de cair, pondo em risco os pedestres na Rua do Passeio. A Defesa Civil foi acionada após denúncias de que o reboco estava se desprendendo. O imóvel pertence desde 2004 à prefeitura, que o arrematou em leilão realizado pelo falido Automóvel Club para quitar suas dívidas. Desde então, o local está abandonado.
Quando comprou o prédio, a prefeitura anunciou que o espaço ia receber um centro de memória da cidade. No entanto, o projeto nunca saiu do papel. Outras promessas também foram feitas sem serem cumpridas: o prédio já foi cotado para abrigar o Museu da Imagem e do Som — que ainda vai ser inaugurado em Copacabana, no local da antiga boate Help —, uma galeria para o acervo art déco do colecionador português José Berardo, além da Biblioteca Central do Rio e até um clube de jazz.

Reforma custará R$ 24 milhões

As últimas informações, de julho do ano passado, eram de que o imóvel abandonado poderia se tornar a Casa do Samba ou até mesmo uma unidade da Organização das Nações Unidas (ONU).
— Quando viu as exigências todas, a ONU voltou atrás — diz o secretário municipal de Cultura, Emílio Kalil. — Se você quiser ocupar amanhã o Automóvel Club, precisa vir com o projeto e com os recursos.
Segundo ele, o objetivo da prefeitura é encontrar um candidato da iniciativa privada para ser concessionário do imóvel. Kalil acredita que recebeu pelo menos dez projetos desde que assumiu a pasta, no ano passado. O problema é que a empresa terá que bancar toda a reforma do prédio. As últimas estimativas são que as obras custariam cerca de R$ 24 milhões.
Para o subsecretário municipal de Patrimônio Cultural, Washington Fajardo, o mais provável é que se consiga um parceiro da iniciativa privada para abrir um empreendimento comercial.
— Estamos aguardando. Mas, pelas características do Centro do Rio hoje, naquela região, acredito que uma solução seria repassá-lo à iniciativa privada para uso comercial. Será, entretanto, um processo demorado. Para a prefeitura fazer a cessão, há um processo público. É um caso complexo, e não podemos estimar quando será o desfecho. Até porque não depende apenas de nós — disse o subsecretário.
Fajardo afirmou que o casarão é um "paciente na UTI" e que, para tentar salvá-lo, apelou até para Steve Jobs, o fundador da Apple, morto no ano passado.
— Até enviei uma carta a Steve Jobs pedindo a ele que abrisse uma loja da Apple no local. Não deu certo — lamenta Fajardo, que fez um vídeo sobre o interior do prédio, mostrando infiltrações nas paredes, buracos no teto e janelas quebradas.
Arquiteto sugere casa de shows no imóvel
Enquanto nada acontece, o prédio vai sendo depredado pouco a pouco. Dias antes do carnaval, o Inepac, durante uma visita técnica, constatou que a fachada estava em perigo iminente. O órgão solicitou a interdição do prédio à Subsecretaria de Patrimônio. Notificada ontem, a prefeitura prometeu ir hoje ao local para retirar a cobertura de vidro da marquise, que, segundo Fajardo, representa um risco.
Segundo Kalil, a prioridade da prefeitura é restaurar os imóveis que estejam ocupados, como o Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica, na Praça Tiradentes. É possível, no entanto, que a interdição do casarão de estilo neoclássico na Rua do Passeio 90 o tenha empurrado para o topo da lista.
— Com essa interdição, quem sabe as coisas podem se acelerar mais — diz o secretário, que não admite o abandono. — Contratamos seguranças para o local e fazemos vistorias periódicas.
O arquiteto e urbanista Carlos Fernando Andrade, integrante do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-RJ) e ex-superintendente do Iphan no Rio, entende que uma sala de espetáculos cairia bem no antigo prédio, tendo em vista a proximidade com a Sala Cecília Meireles e com o Teatro Municipal.
— Pelo seu formato, pelos espaços internos, o casarão não permite um uso muito diversificado. Acredito na viabilidade de um projeto ligado à música. Se a gente pensar na proximidade com a Sala Cecília Meireles e com o Teatro Municipal, podemos ter ali uma verdadeira cidade da música — diz Carlos Fernando. — Espero, como carioca, arquiteto e apaixonado por música, um desfecho positivo para aquela situação. Há uma gama de possibilidades: cinemas, biblioteca, espaços culturais. O que não dá é para ficar parado.


A baronesa Philippine de Rothschild e Erwan Le Brozec


No lugar da baronesa, vem aí um bonitão

29
fev
13h29

A baronesa Philippine de Rothschild não vem. Mas, em seu lugar, enviará um bonitão, Erwan Le Brozec, que a representará durante o I Encontro de Grands Chateaux de Bordeaux, realizado pela importadora Wine Stock, dia 9, no Iate Clube do Rio. 

Presentes, 10 dos mais importantes produtores de vinhos bordeaux, como Pauillac, St-Julien, Moulis, Haut-Médoc, Pessac-Léognan, St-Émilion e Pomerol. Da parte da baronesa de Rothschild estarão participando as vinícolas Mouton-Rothschild, Château D'Armailhac e Château Clerc Milon, todas de propriedade dela, uma das mais veneradas produtoras de vinho do mundo e, por isso mesmo, figurinha dificílima...

Chateaux ErwanBrozec No lugar da baronesa, vem aí um bonitão
O bonitão Erwan Le Brozec vem representando a baronesa (foto de Oscar Daudt)
Philippine de Rothschild No lugar da baronesa, vem aí um bonitão
La baronne Philipinne de Rotshschild e, abaixo, seu Château de Bonalgue e a cave do Château Gloria
Chateaux Chateau Bonalgue No lugar da baronesa, vem aí um bonitão
Chateaux Chateau Gloria No lugar da baronesa, vem aí um bonitão

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

PRINCESA ISABEL NO CARNAVAL DE 1888


foto de Marcelo Coburgo


No último carnaval antes da Abolição, em 1888, a Princesa Dona Isabel preparou um festejo especial. Aos moldes das Batalhas de flores francesas, enfeitou a carruagem com camélias - na época, simbolo da da libertação dos escravos - e saiu com seu marido o Conde d'Eu e os filhos jogando flores e confetes pela ruas da corte. A ideia era mobilizar a alta sociedade para causa abolicionista e arrecadar recursos para Confederação Abolicionista. Na foto vemos a princesa Isabel e o Conde d'Eu saindo de carruagem aberta do Paço Isabel.

MINISTÉRIO DA VIAÇÃO


O Ministério da Viação
Escrito por Paulo Pacini   
Qua, 29 de Fevereiro de 2012 10:49
Uma das características mais comuns a ocorrer na paisagem urbana do Rio de Janeiro, desde o século passado, é a rapidez com que são feitas intervenções, substituindo obras relativamente recentes em iniciativas intempestivas, na maior parte das vezes não trazendo nada de benéfico para a população. A sombra do desaparecimento está sempre a pairar sobre maioria dos imóveis e logradouros, com exceção dos incluídos no tombamento, por ora protegidos.
 
ministerio_agricultura2

O edifício do Ministério da Viação e Obras Públicas, projeto dos arquitetos
Bosísio e Ballarini 
A ação daqueles que, por motivos políticos ou pecuniários, atentam contra o que deveria ser considerado patrimônio coletivo — a paisagem urbana — é facilitada por uma atitude persistente, desvalorizando tudo que é antigo e equiparando-o a um lixo do passado que não fará falta alguma quando removido e substituído por algo "moderno", supostamente melhor. É como se o espaço público compartilhasse a mesma lógica consumista do descarte contínuo, com uma substituição eterna de objetos percebidos como não detentores de nenhum valor intrínseco, e que por isso são jogados fora sem cerimônia. Esta postura e a decorrente indiferença coletiva facilitaram, no passado, empreitadas maliciosas ou simplesmente estúpidas, que levaram vários marcos importantes da cidade, muitos de modo totalmente desnecessário.
 
Um dos imóveis a lamentávelmente desaparecer dessa forma  foi o do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, que se situava onde é hoje o anexo da Assembléia Legislativa, na Praça XV. Originalmente destinado a sediar a repartição Geral dos Correios, teve sua pedra fundamental lançada em 1871, sendo as obras concluídas em 1875. Com projeto dos arquitetos Bosísio e Ballarini, foi construído durante a gestão de Pereira Passos, futuro prefeito, enquanto engenheiro do Ministério do Império.
 
cais_pharoux_2

Cais Pharoux em 1892, visto por quem chegava na barca de Niterói. Ao centro,
o prédio do Ministério da Viação, à esquerda o Morro do Castelo e à direita
a Estação Ferry e a Rotunda, construção metálica montada para a exibição
da pintura panorâmica de Vitor Meireles sobre a baía da Guanabara
 
O elegante prédio tinha forma quadrangular e três pavimentos, quatro pavilhões salientes e um corpo central, e nas suas laterais jardins protegidos por grades de ferro. Visto do alto, tinha a forma de um H maiúsculo. O local passou posteriormente a sediar o Ministério da Viação e Obras Públicas, tendo como ilustre funcionário ninguém menos que o escritor Machado de Assis. Essa antiga construção foi bem aceita pela população, e o edifício era tido como dos mais belos da cidade, o que, contudo, não impediu seu desaparecimento tempos depois.
 
Hoje em dia vários indivíduos e grupos lutam pela valorização do patrimônio histórico, no qual dever ser incluída a paisagem urbana, em um esforço que está levando a uma transformação de uma atitude coletiva de predominante indiferença. Uma longa luta a combater hábitos antigos e arraigados, mas plenamente justificável e benéfica, pois com o tempo poderá evitar que bens valiosos, como o antigo Ministério da Viação, sejam descartados como algo sem importância.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

A reforma do Solar da Marquesa de Santos




Estilo histórico no Solar Marquesa de Santos

Joyce Caetano - O Globo

No ano da Independência do Brasil, 1822, chegava ao Rio Domitila de Castro Canto e Melo, trazida de sua terra natal, São Paulo, pelo grande amor, o imperador dom Pedro I, casado com Leopoldina. 

Ela viveu de 1826 a 1829 num palacete em São Cristóvão, hoje conhecido como Museu do Primeiro Reinado, ou Solar da Marquesa de Santos. 

Quase dois séculos depois, o cenário do romance extraconjugal está em reforma para abrigar em dois anos o primeiro Museu da Moda do Rio de Janeiro.

— Entendemos o lugar como um plataforma de ideias para pensar o assunto como cultura no século XXI. O tempo da moda é algo que funciona de uma maneira muito inclusiva. Não há problema em ter uma roupa do século XIX ao mesmo tempo que uma calça jeans. 

Acredito que a moda tem essa interlocução de juntar tempos e construir diálogos com ele. Aqui vamos poder fazer isso de uma forma espacial. Vai haver muita menção à história da casa, que teve um papel importante na História da cidade em vários momentos — diz Luiza Marcier, diretora do solar.

Um futuro para o passado no Bairro Imperial

Quem passa pela Avenida Dom Pedro II, em São Cristóvão, não imagina o tesouro que o lugar guarda. São marcas do passado redescobertas pelos restauradores, que trazem para o presente histórias para abrir novos horizontes, principalmente os da moda.

A reforma do Solar da Marquesa de Santos — instalado no Palacete do Caminho Novo — tem financiamento de R$ 4,2 milhões do Fundo Social do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Devido à degradação do prédio, as primeiras intervenções serão emergenciais, combatendo infiltrações.

Essa primeira fase pode levar até oito meses, de acordo com o BNDES. Mais tarde, o prédio do século XIX, que é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), passará pela recuperação do seu acervo artístico.

No Salão Flora — onde se acredita ter sido o salão de apoio do quarto da Marquesa de Santos —, restauradores trazidos de Portugal pelo Instituto Espírito Santo, responsável pelo restauro, encontraram vestígios de ouro no teto. A descoberta não foi a única.

— Achei uma espécie de marmorizado, que seria uma escaiola, imitação de mármore de pedra, que se usava desde o Império Romano. É sempre uma grande surpresa. E emocionante cada vez que você acha um desenho, quase um trabalho de arqueologia — afirma Danuza Vieira, restauradora da Concrejato (responsável pela recuperação estrutural do prédio).

Um dos objetivos do projeto, da Secretaria estadual de Cultura, é acolher no local o segmento têxtil de São Cristóvão, além de colaborar para a revitalização local. O Bairro Imperial concentra parte da indústria de confecção da cidade.

— Além de termos um acervo têxtil e bibliográfico da moda brasileira, queremos abrigar a sede do Polo de Moda de São Cristóvão. Chegamos a conversar sobre o projeto com Oskar Metsavaht, diretor de estilo e criação da marca Osklen, que tem fábrica em São Cristóvão. Até o fim do ano, teremos o cronograma e os estudos de viabilidade do projeto — afirma a secretária estadual de Cultura, Adriana Rattes.