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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A FALIDA RÉS PÚBLICA !










A CASA DA PRINCESA ISABEL


Quarta, 14 Novembro 2012 09:58

A Casa da Princesa

Escrito por

A rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras, é uma das mais movimentadas da cidade, famosa pelos engarrafamentos que vão desde de manhã cedo até altas horas da noite, consequência do acesso ao Túnel Santa Bárbara, inaugurado em 1964. O caos e a poluição transformaram-na em algo irreconhecível aos cariocas de antigamente, que jamais imaginariam tal destino para aquele que era um dos locais mais aprazíveis e tranqüilos da zona sul.
 
Até meados do século XIX, grandes chácaras dominavam a paisagem, e uma delas pertencia a Domingos Francisco Rozo. Após seu falecimento, a propriedade foi dividida e os herdeiros abriram, em 1853, uma rua em suas terras, que recebeu o nome de Guanabara, em homenagem à conhecida baía. Tiveram o apoio de outro proprietário, José Machado Coelho, abastado comerciante de café da rua São Pedro, no centro.
 
palacio_guanabara_2

Palácio Guanabara: residência da Princesa Isabel de 1865 até o fim do Império,
em 1889


José Machado construiu um palacete em seu terreno em frente à nova rua, que se tornou o principal marco local, por suas dimensões e opulência. Anos depois, em 1865, o Conde d'Eu, marido da Princesa Isabel, o compra, entregando a reforma aos cuidados do arquiteto Jacinto Rabelo, discípulo de Grandjean de Montigny. Nascia o Palácio Isabel.
 
Após a proclamação da República, a propriedade, assim como vários outros imóveis da família imperial, foram incorporados aos bens da nação. No afã republicano de apagar os vestígios do  Império, o prédio passou a ser chamado de Palácio Guanabara. Como residência luxuosa que era, foi destinado ao papel de hospedagem para visitantes ilustres, geralmente chefes de estado. O primeiro hóspede chegaria em 1908, o rei de Portugal D. Carlos I, e para acomodá-lo fez-se uma reforma no palácio. Mas ele não veio, pois foi assassinado em fevereiro desse ano. Novas reformas foram feitas em 1922 para receber mais um monarca, o rei Alberto da Bélgica, que teve uma estadia bastante movimentada, tendo até mesmo escalado o Corcovado. Outras autoridades se hospedaram no Palácio Guanabara, incluindo o presidente americano Herbert Hoover e o de Portugal, José Antônio de Almeida.
 
O último presidente da República Velha, Washington Luís, passou a utilizar o Guanabara como residência oficial em 1926, dele saindo deposto pelo golpe de estado de 1930, que iniciou o período autoritário que culminaria com o Estado Novo e a ditadura Vargas. Os Integralistas, movimento de inspiração fascista, tentaram invadir o Palácio em 1938, em um golpe articulado com oposicionistas de São Paulo, mas fracassaram, e muitos foram fuzilados.
 
A tradição do Guanabara como residência presidencial terminaria com o presidente Dutra, que se transferiu para o Palácio do Catete, e, com a mudança da capital a Brasília, em 1960, o palácio tornou-se sede do governo do Estado da Guanabara até a fusão deste com o Estado do Rio em 1974, continuando até hoje.
 
Apesar de quase tudo ter mudado à sua volta, o Guanabara continua sendo uma bela construção, além de um dos mais importantes cenários da história do Império e da República brasileira, onde tantos episódios marcantes ocorreram ao longo de seus mais de cento e cinquenta anos de existência.

VAMOS MUDAR O RUMO DA PROSA ! . . . UM PARTIDO MONARQUISTA !


VIVA O QUÊ ?! . . .


Enviado por Renata Leite -
14.11.2012
|
23h51m
vida urbana

Um ser humano à espera de socorro, na véspera do feriado da República

Em plena Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro há dramas que a gente não tem noção que ocorram, na véspera do feriado em que se comemora os 123 anos de implantação da República. 

Samara tem 32 anos e paralisia cerebral grave, doença que a leva à idade mental de um bebê: usa fraldas e não é capaz de se alimentar ou beber água sozinha. Ela vive uma situação dramática desde que sua mãe e única parente próxima foi internada no Instituto Psiquiátrico Philippe Pinel, em Botafogo. Há 15 dias, os vizinhos de seu apartamento na Glória se revezam para cuidar dela. 

Nesta quarta-feira, esse grupo entrou em contato com Teresa Amaral, superintendente do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD), que acionou órgãos públicos, incluindo a polícia. No entanto, até o momento, ninguém foi capaz de apresentar uma solução para o drama. 

-- Registramos denúncia na delegacia, no Disque-Denúncia, no Ministério Público estadual e na Secretaria de Direitos Humanos. Os órgãos anotaram a reclamação e disseram que vão verificar, mas estamos às vésperas de um feriadão. Quando será que vão efetivamente agir? Por mais quanto tempo os vizinhos conseguirão atender às necessidades dessa mulher, que são muitas? -- diz Teresa.

Sensibilizada pela história de Samara, a subsecretária municipal da Pessoa com Deficiência, Ana Claudia Monteiro, conseguiu uma vaga num dos abrigos do órgão. Mas agora ela esbarra numa questão legal: quem teria autoridade para remover a moça, de casa para o abrigo.

-- Fui ao Pinel, e a mãe de Samara está internada com quadro de demência, sem previsão para voltar para casa. Mesmo quando voltar, não poderá mais cuidar dela. Procurei dois integrantes da família, um tio e um primo de Samara, que não querem se responsabilizar. Estamos aguardando a polícia ou o MP agirem -- disse Ana Claudia.


Será que o poder público vai esperar o fim do feriadão, na quarta-feira, para tomar alguma providência?

terça-feira, 13 de novembro de 2012

CHOQUE DE ORDEM . . .


Choque de ordem

ANCELMO GÓIS




Mendigo, só com licença dada pela polícia. Quem vendesse objetos falsos por verdadeiros seria preso e era proibido ter cachorro em casa sem matrícula.
Essas foram algumas das posturas municipais que o Rio teve nos últimos 180 anos.
Para comemorar seus 120 anos, o Arquivo Geral da Cidade vai compartilhar esse tesouro na internet.

Segue...

O acervo, que inclui esta foto do bode com o cachorrinho, de Augusto Malta, tem edições de 1854, 1889 e 1928, das décadas de 1970 e 1980, até os dias atuais.


RIO DE JANEIRO E O SEU PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL !


Sobrado do Corredor Cultural vira estacionamento de motos no Centro


Como a construção, atingida por incêndio, é particular, prefeitura alega que nada pode fazer

Publicado:
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Ruínas de sobrado agora são usadas como estacionamento por motociclistas
Foto: Foto do leitor Daniel Azevedo/ Eu-Repórter
Ruínas de sobrado agora são usadas como estacionamento por motociclistasFoto do leitor Daniel Azevedo/ Eu-Repórter

RIO - De edifício do século XIX preservado pelo Corredor Cultural do Centro do Rio a paredes escoradas que abrigam um estacionamento de motos. Essa é a transformação sofrida pelo sobrado do número 76 da Rua da Constituição, esquina com a Rua República do Líbano, onde até o último dia 11 de abril funcionava uma loja de eletroeletrônicos destruída por um incêndio.

Veja também

O leitor Daniel Azevedo fotografou o uso irregular da parte interna do casarão, abrigando motocicletas, situação vista há pelo menos um mês.
- Antes, o local estava cheio de entulho. Agora, tiraram e virou um estacionamento de motocicletas. A fachada está escorada por um pedaço de madeira e corre o risco de cair em caso de alguma colisão - relata Azevedo, também apreensivo com as condições gerais de grande parte dos prédios do Centro histórico da cidade.
Na época do incêndio, o proprietário do imóvel se negou a pagar o serviço de escoramento das estruturas que ameaçavam desabar. Por isso, a prefeitura realizou uma demolição controlada dessas partes.
A Secretaria Especial de Ordem Pública (Seop) enviou uma equipe de fiscalização ao local nesta sexta-feira. Segundo a Seop, os fiscais constataram que as motos são de comerciantes locais e que ninguém explora comercialmente as vagas. Como o terreno é particular, a secretaria não pode agir.
A restauração necessária do sobrado, a cargo do dono, continua sem prazo definido para acontecer. O pedido já foi aprovado pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, que afirma acompanhar o caso de perto.


CENTRO EMPRESARIAL SENADO . . .


Futura sede da Petrobras atrai empreendimentos e revitaliza área do Rio antigo

Os pontos comerciais se multiplicam para disputar cerca de dez mil funcionários da empresa


Publicado:
Casario no entorno do novo prédio da Petrobras, na Rua do Senado: renovação Foto: Carlos Ivan / O Globo
Casario no entorno do novo prédio da Petrobras, na Rua do Senado: renovaçãoCarlos Ivan / O Globo
RIO - “O lugar está com outro aspecto, de cidade mesmo, sabe?” O comentário da contadora Madalena de Freitas Costa, moradora da Travessa Dídimo, no Centro, vem depois da enumeração de mudanças que tem percebido em sua vizinhança: restaurantes e lojas abrindo, mais segurança à noite e melhor iluminação nas ruas. Como vários outros moradores e comerciantes da região, Madalena vive a expectativa do fim das obras no entorno do Centro Empresarial Senado, nova sede da Petrobras a partir de janeiro, no quarteirão formado pelas ruas do Senado e dos Inválidos, pela Avenida Henrique Valadares e pela Travessa Dídimo. Depois de mais de quatro anos de muita poeira e barulho de máquinas, a ida da estatal para o endereço, aliada a obras de urbanização, começa a mudar a paisagem local.
Os pontos comerciais se multiplicam para disputar cerca de dez mil funcionários da Petrobras, mais quatro mil pessoas que visitarão as torres diariamente, segundo estimativas da WTorre Rio, construtora responsável pelo empreendimento de R$ 600 milhões, que será alugado pela estatal. Na Avenida Henrique Valadares 17, a Galeria da Lapa, aberta há poucos meses, oferece 18 boxes para comerciantes — dez já estão ocupados. O aluguel do espaço de cinco metros quadrados custa R$ 3 mil. Há três meses no ponto, os donos do Mix Café estão ansiosos.
— Já adiaram a inauguração das torres algumas vezes. Esta parte do Rio estava meio morta e agora terá grande circulação. Resolvi apostar aqui — diz Patrícia Pinheiro, sócia do café.
Dono do recém-aberto restaurante Rösti Grill, na mesma avenida, Luis Felipe Murray pensa em adquirir outro imóvel na região para mais um negócio. Mas, na corrida por pontos comerciais, a WTorre saiu na frente e comprou 12 sobrados nas ruas do Senado e dos Inválidos, que estão sendo revitalizados e serão alugados para comerciantes. Outras 13 construções da área, incluindo a Igreja de Santo Antônio dos Pobres, o Palácio da Polícia Central e a Sociedade Brasileira de Belas Artes, também estão sofrendo melhorias — algumas são parte do acordo feito com a prefeitura na aprovação do projeto das torres. A previsão de Antonio Paulo Magalhães, diretor da WTorre Rio, é que as obras, na maior parte de recuperação de fachadas, telhados e estruturas, fiquem prontas até o fim do ano, assim como todo o entorno do empreendimento:
— A área vai virar o ano com novos calçamento e paisagismo, além de postes com iluminação em LED instalados. Só ficarão para 2013 a urbanização do trecho que liga o empreendimento à Central do Brasil, pela lateral do Campo de Santana, e a recuperação da Garagem Poula (uma cocheira da época do Império), que compramos com a intenção de ocupar com uma livraria e um bistrô. Já funcionam na região 12 câmeras.
Os novos tempos vêm acompanhados pela alta vertiginosa dos preços de imóveis que se vê em outras partes da cidade. Um estudo imobiliário sobre a região encomendado pela WTorre Rio mostra um aumento de até 450% nos valores entre 2007 e maio de 2012. A experiência de compra da própria empresa mostra a elevação.
— Na aquisição dos primeiros sobrados, pagamos entre mil reais e R$ 1,5 mil pelo metro quadrado. Nos últimos, o valor já estava em R$ 10 mil — conta Magalhães.
Imóvel de R$ 135 mil hoje vale R$ 450 mil
Outro exemplo é o prédio residencial na Rua da Relação 43, que acaba de ficar pronto. O comandante de embarcações José Carlos Ramos comprou em 2010, ainda na planta, duas unidades de quarto e sala por R$ 135 mil. Hoje, cada apartamento não sai por menos de R$ 450 mil.
Morando de aluguel num imóvel de dois quartos na Travessa Dídimo, o bancário Michel Costa conta que o valor do contrato há dois anos era de R$ 900. Hoje, os proprietários não pedem menos de R$ 2.200.
— Apesar do aluguel mais caro, os moradores estão empolgados. Sofremos um bocado com as obras, várias construções tiveram rachaduras e agora queremos ver o resultado. O trânsito é que ficará um caos — teme Michel.
O Centro Empresarial Senado inclui no subsolo uma garagem com cinco pavimentos e cerca de duas mil vagas, num estímulo ao uso do carro no Centro Histórico que vai na contramão das tendências internacionais de sustentabilidade. Segundo Magalhães, cerca de cinco mil funcionários da Petrobras vão de carro para o trabalho. Moradores como Michel acreditam que as vias estreitas da região não suportarão tamanho movimento de veículos. O diretor da WTorre Rio argumenta, no entanto, que um acordo com a CET-Rio garantirá boa fluidez ao trânsito: serão instalados 14 sinais luminosos na área, que poderão ser ajustados de acordo com os fluxos de cada horário do dia; as ruas ganharão recuos para os pontos de ônibus; e as áreas de estacionamento nas vias serão eliminadas.
Três dos sobrados comprados pela WTorre já têm destino certo. O que fica na esquina da Henrique Valadares com a Rua dos Inválidos abrigará um banco. Já dois sobrados contíguos na Inválidos terão seus espaços internos integrados para receber uma filial de uma rede de fast food. Entre a futura lanchonete e o banco, fica a papelaria Radial, no número 98 da Inválidos. Funcionando ali desde os anos 50, o estabelecimento foi alvo de uma oferta de compra de R$ 6 milhões da WTorre. A resposta dos irmãos proprietários do negócio foi “não”.
— Nascemos e moramos aqui. Não é agora que as coisas tendem a melhorar que vamos nos desterrar. Contribuímos muito para que esse terreno (das torres) não fosse invadido (eles costumavam alertar a polícia para a presença de invasores). Ele ficou abandonado por anos — conta Manuel Silva, um dos donos da papelaria.
Uma das expectativas de Manuel é se a nova rede de drenagem instalada pela WTorre nas ruas da área e o piscinão para captar a água da chuva serão eficientes para dar um fim às constantes enchentes. Segundo Magalhães, as tubulações de esgoto e de águas pluviais foram separadas. Já a capacidade do piscinão — de oito milhões de litros de água — foi definida com base no maior índice de chuva dos últimos 25 anos.
No local viveram Villa-Lobos, Dalva de Oliveira e Mário Lago
Esta não é a primeira vez que o terreno da Rua do Senado onde foram construídas as torres sofre uma grande mudança depois de um período de abandono. Até 1890, ficava ali a Chácara dos Inválidos, uma propriedade decadente que servia de abrigo para pessoas sem moradia. Em seu lugar, naquele ano, começou a construção da Vila Rui Barbosa, que ocupou todo o quarteirão com 145 casas para famílias e 324 cômodos para solteiros em sobrados. A curiosidade é que, nos andares para solteiros, era exigido um casal na extremidade de cada corredor para se manter a decência.
Inaugurada em 1901, a vila só ficou pronta em 1912. Em seu interior, de ruas arborizadas, havia também uma lavanderia, armazéns e uma carvoaria. O conjunto arquitetônico em estilo eclético, construído para ser uma vila operária, acabou ocupado por cariocas de classe média.
No livro “No tempo da Vila Rui Barbosa”, o jornalista Celso Balthazar detalha histórias dos moradores ilustres da vila, que, no final da década de 1910, já se mostrava um forte reduto de festas.
O músico Heitor Villa-Lobos, por exemplo, morou com a mulher no número 10 da Rua Dídimo. Outros nomes de peso da música brasileira na vila foram Dalva de Oliveira e Herivelto Martins, que levaram para morar lá o parceiro Nilo Chagas, com quem formavam o Trio de Ouro. Já o ator Mário Lago, segundo Balthazar, foi viver na vila ainda menino. O apresentador Silvio Santos e o radialista Luiz Mendes também moraram no conjunto, que acabou demolido nos anos 70. A intenção era construir prédios residenciais no terreno, que ficou desocupado até o início das obras das torres.

domingo, 11 de novembro de 2012

AS JÓIAS ARQUITETÔNICAS AINDA NÃO DESTRUÍDAS !


O discreto charme de outras joias arquitetônicas


Pouco conhecidos, prédios nos estilos art nouveau, art déco e moderno ajudam a embelezar a cidade

Publicado:


Art déco. O Tabor Loreto, no Flamengo, com a grade vazada para os salões
Foto: Ana Branco / O Globo
Art déco. O Tabor Loreto, no Flamengo, com a grade vazada para os salões Ana Branco / O Globo
RIO - Eles não criaram a paisagem carioca. E, nem sempre, são os autores dos grandes ícones da arquitetura da cidade, como o Teatro Municipal ou o Edifício Gustavo Capanema. Mas marcaram sua assinatura em belas construções, que hoje fazem do Rio um mosaico interessante de diferentes estilos e épocas. Com um pouco de calma e o olhar atento, o pedestre descobre verdadeiras obras de arte a céu aberto em meio à selva de pedra. E ainda faz uma viagem ao passado.
Em frente ao número 734 da Rua do Russel, na Glória, é necessário algum tempo de observação para apreciar todos os detalhes do casarão em estilo art nouveau. Comparado a Gaudí, o italiano Antonio Virzi é o arquiteto da construção de três andares, chamada de Casa Villino Silveira, hoje propriedade do empresário Eike Batista. A formas de Virzi são imprevisíveis, e cada pequena ornamentação surpreende o olhar, como os laçarotes em ferro presos às colunas.
Virzi chegou ao Rio em 1910, foi professor da Escola Nacional de Belas Artes e construiu diversas propriedades para uma burguesia carioca mais extravagante. A Casa Villino Silveira data de 1915 e foi erguida para Gervásio Renault da Silveira, fabricante do Elixir de Nogueira.
— Se tivesse feito o mesmo na Itália, teria sido um arquiteto de renome internacional — afirma o arquiteto Alberto Taveira, do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac).
Professor de história e teoria da arquitetura na Universidade Rural, Claudio Antônio Lima Carlos diz que o art nouveau valoriza elementos naturais e o estilo livre, como os que são vistos no endereço:
— Nada do Virzi é previsível, ortogonal ou simétrico.
No mesmo trecho da Russel, o Edifício Milton é outra joia arquitetônica, classificada como eclética, com algumas formas em art déco. No passado um dos endereços mais elegantes da cidade, com seu portal de mármore verde, o prédio foi projetado por Adolpho Dourado Lopes, em 1929.
— Ele era dono, em sociedade, da construtora Gusmão, Dourado & Baldassini, uma das maiores do Rio na época. Eles faziam prédios imensos — diz Taveira.
O telhado é inspirado no renascimento francês, e as venezianas verdes que ainda restam chamam a atenção. O nome do imóvel veio do seu construtor e primeiro proprietário, Milton Carvalho, sócio do magazine A Exposição.
Andando mais um pouco, a Praia do Flamengo reserva algumas pérolas. O Tabor Loreto, no número 244, tem a assinatura do arquiteto francês Henri-Paul Pierre Sajous, também autor do Biarritz, a poucos metros de distância e ícone do art déco. No mesmo estilo, o Tabor Loreto (de 1940) é mais grandioso e vanguardista.
— A grade em ferro batido que chanfra a quina do prédio é extremamente moderna para a época — analisa o presidente do Instituto Art Déco Brasil, Márcio Roiter.
Sajous foi autor de outras construções importantes, como os prédios da Mesbla e da Associação Comercial.
Entre os projetos escondidos na paisagem e que merecem destaque para o arquiteto e historiador Nireu Cavalcanti está o do Liceu de Artes e Ofícios, na Rua Frederico Silva, Cidade Nova. De 1957, o conjunto tem o formato de E e três blocos interligados por passadiços. O desenho é de Enéas Trigueiro Silva. Antes, o arquiteto projetara escolas durante a administração de Anísio Teixeira na Diretoria de Instrução Pública do Distrito Federal (1931-1935).
— Eu o considero pós-moderno. Destaco o uso de elementos do modernismo, como o cobogó, as rampas, os pilotis e o teto plano — diz Nireu.
O passado do Centro do Rio espremido entre espigões de vidro
A Avenida Rio Branco, no Centro, reserva um corredor curioso de prédios que começa na esquina da Rua do Ouvidor e segue pela Miguel Couto. Com edifícios envidraçados e de cor escura em volta, o grupo de construções antigas e coloridas se destaca na paisagem. A mais chamativa é a da Ouvidor 116, na esquina com a Miguel Couto, com seu estilo eclético e influências egípcias, vistas em duas esculturas no segundo pavimento e em pinturas nas paredes. O nome do arquiteto foi esquecido no tempo. Ao lado, há dois exemplares art déco: um construído pela empresa J.A. Costa & Cia. em 1932, de cor ocre, seguido por outro de 1931, cinza, do arquiteto e construtor Joaquim da Silva Cardoso.

IPHAN . . . UMA VERGONHA REPUBLICANA !