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sexta-feira, 14 de setembro de 2012

RIO . . . TEM MUITA HISTÓRIA PRA CONTAR ! . . .


Um passeio histórico no entorno do Museu de Arte do Rio


MAR oferecerá no sábado e no domingo passeios gratuitos em seu entorno, nos quais sobressai o Morro da Conceição

Publicado:


Mar à vista. Museu promove quatro roteiros em seu entorno antes mesmo da inauguração. O Morro da Conceição é um dos destaques dos passeios
Foto: Márcia Foletto / O Globo
Mar à vista. Museu promove quatro roteiros em seu entorno antes mesmo da inauguração. O Morro da Conceição é um dos destaques dos passeiosMárcia Foletto / O Globo
RIO - O Museu de Arte do Rio (MAR) vai fazer uma tremenda onda antes mesmo de sua inauguração em novembro. Com o projeto “O morro e o MAR”, o museu oferecerá no sábado e no domingo passeios gratuitos em seu entorno, nos quais sobressai o Morro da Conceição.
— O MAR terá sempre uma ligação profunda com a cidade. Assim, o museu vai interagir com os pontos históricos do seu entorno. Os passeios, de certa forma, vão também mostrar um pouco da proposta do museu — afirma Andrea Farroco, coordenadora de projetos de patrimônio e cultura da Fundação Roberto Marinho, instituição responsável pelo acervo do MAR.
Os passeios, neste fim de semana, vão acontecer entre 10h e 17h, de uma em uma hora. Eles terão sempre como ponto de partida uma instalação da prefeitura, na Rua Barão de Teffé, onde todas as mudanças pelas quais passará a Região Portuária estão expostas. Ali, como explica a guia de turismo Márcia Troina, começam quatro diferentes roteiros pela região:
— Um dos roteiros, por exemplo, vai direto ao sítio arqueológico descoberto recentemente na Barão de Tefé. Os grupos poderão ver as diferentes camadas da cidade, como o Cais do Valongo, o Cais da Imperatriz e as mudanças feitas pelo então prefeito Pereira Passos. Tudo no mesmo lugar, retratando diferentes épocas.
Depois, segundo Márcia, o mesmo roteiro segue pela Rua Sacadura Cabral até chegar ao Largo João da Baiana e à Pedra do Sal, marcos da história do samba. Em seguida, o passeio sobe o Morro da Conceição pela Rua do Jogo da Bola, chegando ao Largo Major Vallo, onde serão detalhados os contextos em que foram construídos o Palácio Episcopal, de 1702, e a Fortaleza de Conceição, de 1713. A viagem no tempo desce pela Rua João Homem e aterrissa no Edifício A Noite, o primeiro arranha-céu da capital em estilo art déco. O primeiro roteiro termina no MAR totalmente restaurado.
Os outros três percursos têm em comum o Morro da Conceição. Um deles, no entanto, tem como enfoque os diversos ateliês do morro nas ruas do Jogo da Bola e João Homem. Um outro roteiro vai destacar a Igreja São Francisco da Prainha, do início do século XVIII.
Os Jardins Suspensos do Valongo, também recentemente recuperados, e o Observatório do Valongo são atrações pelas quais o visitante pode optar.
— Na Rua Barão de Teffé, equipes de guias vão conversar com as pessoas interessadas nos passeios para saber quais as preferências de roteiros — acrescenta Márcia.
Para ressaltar a ligação do MAR com a história da cidade, a coordenadora de projetos de patrimônio e cultura da Fundação Roberto Marinho, diz que em novembro o MAR já estreia com a mostra “Imagens: uma paisagem em construção”, que será instalada no terceiro pavimento do museu, tendo como curadores o artista plástico Carlos Martins e o historiador da arte Rafael Cardoso.
— O MAR terá oito salas para exposição e sempre uma delas será sobre o Rio de Janeiro. Daí a preocupação com o nosso entorno — explica Andrea.
Pinturas em exposição
O curador Rafael Cardoso conta que a exposição vai mostrar imagens da cidade do século XVIII até os dias de hoje.
— Vamos apresentar o universo de cartografia do Rio e pinturas da cidade feitas pelo artista francês Nicolas-Antoine Taunay, por seu filho Félix Taunay e pelo italiano Johann Georg Grimm, entre outros estrangeiros. Mas também vamos exibir, claro, o Rio de Janeiro de Di Cavalcanti, Tarsila de Amaral, Glauco Rodrigues, Lasar Segall... — antecipa Rafael.
Nessa história toda, o MAR também pode ser objeto de admiração. Instalado na Praça Mauá, o museu conta com dois prédios interligados por uma passarela: o palacete Dom João VI, de estilo eclético e do início do século passado, e outro de estilo moderno, onde vai funcionar a Escola do Olhar, que visa à capacitação de professores da rede pública.


ALBAMAR . . . FINALMENTE SERÁ RESTAURADO ! . . .


Albamar, uma joia do Centro que passará por restauração completa


Prédio do antigo Mercado Municipal vai ganhar centro cultural

Publicado:


Preservação. Fachada e cúpula do prédio do Albamar serão recuperadas
Foto: Daniela Dacorso / O Globo
Preservação. Fachada e cúpula do prédio do Albamar serão recuperadasDaniela Dacorso / O Globo
RIO - O resgate de uma história centenária começa a acontecer na Praça Quinze. O restaurante Albamar teve aprovado, na semana passada, pelo Ministério da Cultura um projeto que lhe permitirá captar R$ 1,8 milhão com empresas privadas para transformar parte do imóvel em centro cultural, como antecipou Ancelmo Gois em sua coluna no GLOBO. A estrutura, que é o único torreão remanescente do Mercado Municipal do Rio, está com a fachada quase abandonada, paredes descascadas, varanda malcuidada e a cúpula de cobre quase desmontada. Segundo Luiz Incao, chef do restaurante e um dos sócios, isso deve mudar:
— Eu e meu sócio assumimos o Albamar em 2009, após quase duas décadas de semi-abandono. A cooperativa de funcionários que administrava tudo estava cansada. Assumimos já com a ideia do projeto de revitalização.
Por dentro, o imóvel parece outro: bem decorado, com retratos do antigo mercado e fotos da era de ouro do restaurante, nos anos 1960 e 1970, quando era frequentado por celebridades e políticos. Nos planos da revitalização estão um bar temático no primeiro andar e a reabertura do segundo pavimento, hoje fechado.
— No segundo andar, abriremos um espaço cultural. As atividades ali ainda não estão definidas, dependem das empresas que quiserem participar. No restaurante, a mudança é que passaremos a abrir à noite. Hoje, abrimos apenas para o almoço — conta Incao.
Para Marcos Soares Pereira, diretor-presidente do Centro de Estudos e Pesquisas 28, que coordena o projeto de restauração, o Albamar traz de volta um pedaço da História do Rio:
— O Rio precisa de boas notícias e cuidar de sua História, como está ocorrendo, é importantíssimo. O trabalho inclui reestruturar a cúpula de cobre e a fachada. Vamos ainda adaptar o imóvel seguindo as regras de acessibilidade.
O Mercado Municipal, construído em 1908, foi apelidado de “Mercado de Ferro”, devido à sua estrutura importada da Bélgica. Foi fechado em 1933, quando apenas o trecho usado pelo Albamar ficou aberto.


O RIO DA CÔRTE . . . REVIVIDO NA NOVELA "LADO A LADO"


‘Lado a lado’: veja um roteiro pelo Centro inspirado na nova novela das seis, com atrações gratuitas

Thiago Fragoso, o Edgar de “Lado a lado”, em frente ao Teatro Municipal, no Centro do Rio
Thiago Fragoso, o Edgar de “Lado a lado”, em frente ao Teatro Municipal, no Centro do Rio Foto: Nina Lima
Filipe Isensee
EXTRA

A Confeitaria Colombo, fundada em 1894, é registro de um Rio que ganha destaque na nova novela das seis. Ao entrar pela primeira vez na casa, era inevitável a reação do ator Thiago Fragoso:

— A gente precisa gravar aqui — ressalta um dos protagonistas de "Lado a lado": — Temos um Centro muito bonito, pouco valorizado até mesmo pelos cariocas.

A novela aborda o período de transformações da cidade no começo do século 20. A época do surgimento das primeiras favelas convive historicamente com construções tradicionais que até hoje ocupam o Centro. Confira abaixo alguns destaques da programação, com atrações gratuitas.


Mundo da palavra

A Biblioteca Nacional tem acervo de nove milhões de itens. As visitas por lá são feitas de hora em hora: entre 10h e 17h, de segunda a sexta, e entre 12h30m e 16h30m, aos sábados, domingos e feriados. O espaço atualmente recebe a exposição “O Barão e a caricatura: Rio Branco no traço dos caricaturistas”. Avenida Rio Branco 219, Centro — 2220-9484.


Os doces da Cavé

O simpático Waldir Ramos (na foto, acima), que trabalha há 34 anos na Cavé, mostra alguns dos doces mais famosos da casa: sonho ao creme, ratinho (feito de massa de bolo, com coco, amêndoa e canela) e a polka (massa de bomba, com chantilly e morango). Saem a R$ 4,95 cada. Rua Sete de Setembro 137 e Rua Uruguaiana 11, Centro — 2221-0533.



Tradição no prato

De acordo com o chef Renato Freire, cerca de três mil pessoas visitam a Colombo diariamente. Entre os salgados mais tradicionais, a coxa creme (na foto, acima) custa R$ 10,80. Entre os doces, destaque para a bomba de chocolate e o mil folhas (R$ 7, cada). Rua Gonçalves Dias 32 — 2505-1500.
Intensa programação cultural

O histórico prédio do atual Centro Cultural Justiça Federal foi reinaugurado em 2001. Até domingo sedia o festival de cinema Animaldiçoados (sessões às 15h, 17h e 19h) com entrada a R$ 10. Amanhã e domingo, às 19h, tem a ópera “La Bohème”, com ingresso a R$ 30. Av. Rio Branco 241, Centro — 3261-2550.



O lugar da arte

Até o fim de outubro, a entrada é gratuita no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), que completa 75 anos. As visitas acontecem de terça a sexta-feira, das 10h às 18h, e sábados, domingos e feriados, do meio-dia às 17h. A exposição “Artistas brasileiros na Itália” (acima uma das imagens da mostra) fica em cartaz até dia 4 de novembro. Av. Rio Branco 199, Cinelândia — 2219-8474.

Casa imponente

Palco mais nobre do Rio, o Teatro Municipal foi inaugurado em 1909. Em 2010, após 18 meses fechado, o espaço reabriu as portas. Amanhã, a partir das 16h, a Orquestra Petrobras Sinfônica se apresenta com ingressos a partir de R$ 20. Há também visitas guiadas, com ingresso a R$ 10. Praça Floriano s/nº, Centro — 2332-9244.


quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Galeria de arte em sítio arqueológico na Gamboa


Enviado por Jorge Antonio Barros -
11.9.2012
|
17h43m
arte e antropologia

Galeria de arte em sítio arqueológico na Gamboa

Pela primeira vez no Brasil uma galeria de arte contemporânea terá um poço arqueológico. A Galeria Pretos Novos, na Zona Portuária, está sendo erguida onde se descobriu o sítio de contato entre os índios tupinambás e os europeus, há mais de cinco séculos. A primeira exposição, "Nova Arqueologia", será aberta amanhã, dia 12, com trabalhos de 17 jovens artistas e curadoria de Marcos Antonio Teobald, coordenador do Núcleo de Artes Visuais e Sonoras do Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos. 

Entre os artistas na foto acima está a fotógrafa Daniela Dacorso, do GLOBO (na primeira fila embaixo, à esquerda).

A galeria tem a proposta de ser um novo ponto de referência para a arte contemporânea no Rio. O instituto preserva a memória do Cemitério dos Pretos Novos, encontrado por acaso por Ana Merced Gonzalez quando fazia uma obra em sua casa, na Rua Pedro Ernesto, na Gamboa. Remexe daqui, remexe dali, acharam ossadas humanas e descobriu-se que eram de escravos trazidos da África, entre 1769 e 1830.

Em tempo: 

pretos novos era a denominação dada aos escravos recém-chegados e que não tinham qualquer para serviços doméstico ou de lavoura. 

Eram chamados também de bossais, vem daí a origem da ofensa.

Fazenda do Viegas de 1725 . . . ABANDONADA !


Enviado por Ancelmo Gois -
13.9.2012
|
12h30m
a foto de hoje

Patrimônio esquecido


A Zona Oeste do Rio guarda tesouros históricos, que foram protegidos, mas necessitam de atenção do poder público. Um deles é a Fazenda do Viegas, em Senador Camará, tombada pelo Iphan em 1938. Construída em 1725 para ser a sede de uma fazenda de cana-de-açúcar, tornou-se pioneira no cultivo do café em todo o Estado do Rio. A casa rural tem ampla varanda com colunas toscanas de alvenaria, além de uma capela. Consta que D. Pedro II se hospedou lá em suas andanças pela região. Em 1996, a prefeitura do Rio implantou ali o Parque Municipal do Viegas, com acesso pela Rua Marmiari 221. Mas o leitor Ivo Korytowski, autor de um guia sobre o Rio e um apaixonado pelos sítios históricos da cidade, foi lá e descobriu que o local está sujo, malconservado e pichado. Aliás, há anos os moradores reclamam do abandono. O bosque no entorno, que justificou a criação do parque, é impossível ser aproveitado: o clima de insegurança com a favelização da área assusta os frequentadores. A prefeitura bem que poderia retomar a conservação da área e fazer dela mais uma joia carioca

A RESSACA


Quarta, 12 Setembro 2012 10:36

A Ressaca

Escrito por

Quase todas as obras feitas ao longo do litoral do Rio de Janeiro, principalmente entre o centro e a zona sul, tiveram como denominador comum o fato de que o mar era cada vez mais afastado do convívio com os habitantes. No começo do século passado, durante a administração Passos na prefeitura, fizeram-se vários aterros que retificaram a linha costeira do centro até Botafogo, onde se abriu a avenida Beira-Mar.  Desapareceriam o Cais da Glória, a praia do Russel, e no Flamengo o mar ficou mais distante das casas, apesar de ainda poder ser ouvido e percebido pelo olfato. Após o Aterro, contudo, tem de se andar muito para chegar até a água, a qual não pode ser mais vista como antigamente.
 
ressaca_flamengo

Ressaca na Praia do Flamengo, no começo do século passado
(Revista Eu Sei Tudo, 1919)


 A mania dos aterros continua até hoje, e parece que existe uma compulsão incontrolável de colocar sempre mais alguma coisa junto ao mar, que com certeza irá prejudicar a vista. Além de não ser visto, a não ser que se esteja no alto de um prédio, seu distanciamento também privou os cariocas de seu aspecto mais imprevisível, as ressacas, que periódicamente deixavam sua marca. O poder destrutivo das águas, que, insufladas pelo vento, invadiam ruas e casas, causava grande transtorno, mas ao mesmo tempo atraía a curiosidade de muitos, que se arriscavam para ver o flagelo das ondas.
 
Muitas ressacas aconteceram na história do Rio, castigando tanto o centro como as praias da zona sul e o interior da baía, sendo consideradas como mais uma entre as várias fatalidades cotidianas, como enchentes, resfriados, impostos ou a morte. Sua familiaridade pode até mesmo ser constatada no romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, onde Escobar, o amigo da onça de Bentinho, o Dom Casmurro, enfrentava com destemor as ondas da Praia do Flamengo, até o dia em que estas levaram a melhor e ele morreu afogado. Nessa época, em torno de 1870, poucas pessoas se aventuravam no mar bravio, que se chocava violentamente contra o paredão de pedra próximo às moradias da praia, substituído por outro após a construção da Av. Beira-Mar, agora em local mais distante.
 
flamengo_qmar

Parte da antiga muralha à beira-mar na esquina da Praia do Flamengo
com rua Almirante Tamandaré, exposta em obras no ano de 1998, e
provávelmente contemporânea à ação descrita no romance
D.Casmurro, de Machado de Assis (foto do autor).


Nada disso mais existe, e só em ressacas excepcionais algumas praias são atingidas, como Ipanema e principalmente o Leblon, por conta de sua faixa de areia estreita. É conveniente que não tenhamos mais nossa rotina prejudicada por tal acontecimento natural, mas, ao evitarmos esse contratempo, também perdemos o contato com uma das mais importantes características da vida carioca, presente ao longo de toda sua história.
 
Ir à praia é muito bom, mas sempre que possível deveria ser restituída a vista do mar, como se fez recentemente na Praça XV, com a desativação de um infeliz estacionamento de automóveis existente ao lado da estação das barcas que impedia sua visão. Iniciativas nesse sentido podem trazer de volta um pouco da convivência com esse elemento tão indissociável de nosso passado e sempre inspirador de uma admiração inesgotável.

BIBLIOTECA NACIONAL . . . UMA TRAGÉDIA ANUNCIADA !


Biblioteca Nacional é notificada por irregularidades na prevenção de incêndio

Corpo de Bombeiros fez vistoria no local após iG revelar relatório técnico que aponta graves problemas de prevenção, alto risco de incêndio e risco para funcionários. Órgão tem 180 dias para cumprir lista de exigências, sob risco de autuação e até interdição dos prédios

Raphael Gomide iG Rio de Janeiro |



Reprodução
Sala com excesso de volumes na Biblioteca Nacional, sem precaução de incêndio

O Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro vistoriou e notificou oficialmente a Biblioteca Nacional por irregularidades no sistema de incêndio e pânico do estabelecimento.
A biblioteca tem 180 dias para cumprir as exigências elencadas na notificação do Corpo de Bombeiros. Segundo o órgão, "para qualquer órgão que não cumpra as exigências, é realizada a entrega de um primeiro auto de infração – após a notificação. Se, ainda assim, o problema não for solucionado, é entregue um segundo auto de infração. Em último caso, aplica-se a interdição".

Reprodução
Lugar identificado como "lixão" pelo relatório, no anexo da biblioteca

A vistoria do Corpo de Bombeiros ocorreu após a publicação da reportagem do iG . 
A matéria revelou que relatório técnico contratado pela Biblioteca Nacional aponta sério risco de incêndio do prédio principal e do anexo por graves falhas de segurança de prevenção e combate de fogo. 
O documento de 28 páginas ao qual a reportagem teve acesso recomenda correções urgentes, “a fim de evitar consequências seríssimas ao acervo da Fundação Biblioteca Nacional”. 
Maior biblioteca da América Latina, a BN tem acervo de 9 milhões de volumes.
"Corpo de Bombeiros verificou irregularidades no sistema de segurança contra incêndio e pânico", diz nota

Reprodução
Três hidrantes são obstruídos por móveis em salas da Biblioteca Nacional

De acordo com nota da corporação, "o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro verificou irregularidades no sistema de segurança contra incêndio e pânico do estabelecimento (da Biblioteca Nacional)".
"Diante disso, expediu notificação para que o órgão apresente projeto de regularização quanto a esses aspectos." A assessoria do órgão não detalhou as irregularidades identificadas.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o tipo de vistoria feito na Biblioteca Nacional "verifica, no local, o cumprimento de todos os aspectos cobrados pelo Decreto 897 de 1976 (Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico - COSCIP). O código cobra diversos tipos de dispositivos fixos e móveis de segurança para as edificações, de acordo com suas características de tamanho, tipo de atividade e carga de incêndio."
Segundo a nota, são verificados a existência e funcionamento de "mecanismos como extintores, sinalização, rede de chuveiros automáticos, sistema de canalização preventiva, caixas de incêndio, escada enclausurada, entre outros".
Hidrantes obstruídos por móveis e portas trancadas ou bloqueadas por mureta

Reprodução
Escada completamente obstruída no anexo da Biblioteca

A matéria revelou inúmeras falhas apontadas pela auditoria nos dois prédios da BN. Em ambos, faltam extintores de incêndio, há extintores de pó químico onde deveria haver de água – e vice-versa – e há três hidrantes de água confinados em salas e escritórios, completamente obstruídos por móveis. 
“(Localizamos) O primeiro hidrante da edificação, lamentavelmente com bloqueio total, fechado dentro de uma sala, com acesso difícil e equipamento precário, inclusivo com um esguicho danificado.”
Também não existe escada adequada de escape para o caso de fogo e há portas de escape bloqueadas por muretas de concreto, além de gambiarras elétricas e excesso de livros e volumes espalhados a esmo, sem arrumação ou precaução contra incêndios. Falta sinalização de equipamento preventivo, de rotas de fuga e de como proceder em situações de emergência.
Na sede da Biblioteca, há portas de escape trancadas magneticamente, e nenhum responsável pela segurança tem a chave. Um acesso ao quinto andar, com porta de madeira, é bloqueado por mureta de cimento e só abre cerca de 20 centímetros, o que inviabiliza a passagem por ali. “Para situações emergenciais na área será de suma importância para o salvamento de pessoas que possam estar do 7º ao 9º andar do armazém”, diz o texto.
Segundo Biblioteca, serviço solicitado pelo Corpo de Bombeiros será contratado

Reprodução
Grande acúmulo de material impede o trânsito no anexo

Procurada pelo iG , a assessoria de imprensa da Biblioteca Nacional confirmou ter recebido a notificação. "Já estamos preparando a contratação do serviço solicitado pelo Corpo de Bombeiros."
O jornal O Globo noticiou ter havido um curto-circuito, com princípio de incêndio no anexo da Biblioteca Nacional - de acordo com o relatório, em condições ainda mais graves de prevenção do que o prédio principal.
A Biblioteca nega o incêndio. "Houve um curto-circuito no reator de uma luminária do 3º andar e a emissão de pequena fumaça somente no momento da ocorrência. Tudo acompanhado de perto pelo chefe do Departamento de Manutenção. Em nenhum momento houve principio de incêndio", informou a assessoria de imprensa do órgão.

Reprodução
Mureta impede abertura de porta que seria usada para evacuação da biblioteca

A Biblioteca Nacional afirmou ao iG que vem tomando medidas para melhorar a prevenção de incêndio de seus prédios. De acordo com a assessoria, foi pedido laudo para a brigada contra incêndio com o objetivo de saber exatamente o que era preciso para deixar o prédio mais seguro.
Segundo a BN, os extintores de incêndio foram substituídos há cerca de três meses e "estão regularmente mantidos em todos os prédios", em número adequado e no prazo de validade, e a brigada de incêndio faz "verificações diárias e mensais".
Sobre a falta de sinalização de hidrantes, extintores e rotas de escape generalizada, apontada pelo relatório técnico, a BN disse que "a rota de escape está planejada e o treinamento será realizado em breve". A assessoria afirmou que a Casa investiu "mais de R$ 1,2 milhão na instalação do novo e moderno Sistema de Detecção de Alarme de incêndios (SDAI) no prédio-sede".

domingo, 9 de setembro de 2012

MONUMENTO A OSÓRIO, MAIS UMA VEZ ATACADO POR LADRÕES !


Após dois furtos em cinco meses, câmera vigiará estátua no Centro


Escultura de General Osório já perdeu espada e balas de canhão, um prejuízo de R$ 33 mil


Só restou a base que prendia as três balas de canhão no gradil que protege a estátua
Foto: Foto do leitor Victor Affonso Grinbaum
Só restou a base que prendia as três balas de canhão no gradil que protege a estátua Foto do leitor Victor Affonso Grinbaum
RIO - Personagem central das guerras do Paraguai e dos Farrapos, General Osório jamais imaginaria travar uma ferrenha batalha contra vândalos e ladrões. Após o segundo furto em menos de cinco meses, o local onde está a estátua erguida em memória do militar gaúcho na Praça Quinze, Centro do Rio, e o pedestal depredado devem ganhar uma câmera de vigilância até outubro, promete a prefeitura.
A foto do leitor Victor Affonso Grinbaum mostra o resultado do último furto, na semana passada: foram levadas três balas de canhão de bronze numa das extremidades do gradil que cerca a estátua e partes de uma ornamentação no pedestal. O sumiço das peças na Praça Quinze foi noticiado por Joaquim Ferreira dos Santos na coluna Gente Boa do GLOBO desta terça-feira (4).
— Menos de um ano depois de ter sido restaurada, a estátua foi novamente alvo de vândalos. Nada é feito para vigiar o monumento e protegê-lo da ação dos ladrões de bronze. Ele também tem servido de banheiro para a população de rua. O mau cheiro é intenso e afasta os turistas que tentam admirar a bela obra de arte colocada num espaço histórico, que deveria ser mais valorizado pelas autoridades e pela população — relata o leitor ao Eu-repórter.
Em novembro de 2011, a prefeitura restaurou completamente o monumento, no primeiro grande reparo desde a sua inauguração, em 1894. Segundo o secretário municipal de Conservação e Serviços Públicos, Carlos Roberto Osório, a reforma custou mais de R$ 300 mil. Meses depois, porém, o gradil, uma placa de bronze e a lança da espada do general já tinham sido levados por ladrões.
— Nas duas vezes registramos os furtos na 1ª DP, na Gamboa. Vou ligar e pedir novamente o empenho da polícia. General Osório é o monumento que mais sofreu neste ano. Por isso, vamos instalar uma câmera exclusiva para cuidar dele, já que as câmeras próximas são focadas apenas no trânsito da região — afirma o secretário.
A reposição das peças que foram levadas no primeiro furto deste ano, em abril, ainda não foi feita. As que foram levadas por ladrões na semana passada devem integrar o mesmo contrato, que soma R$ 33 mil — cerca de 10% do valor da restauração completa. Todos os itens devem começar a ser recolocados até novembro, promete o secretário.
Neste ano, foram registrados apenas três furtos de peças em monumentos da cidade. Além das duas ocorrências na Praça Quinze, os óculos do poeta Carlos Drummond de Andrade foram levados pela nona vez na orla da Copacabana. O monumento conta com a proteção de uma câmera de vigilância desde 2009 e, segundo Osório, é o “recordista mundial de furtos.” Cada novo par de óculos custa R$ 3 mil aos cofres públicos. No último furto, as imagens captadas pela câmera, identificando o autor da ação, facilitaram o trabalho da polícia, o que o secretário espera se repetir no caso do monumento no Centro.
— Espero que, com a câmera, os furtos contra a estátua de General Osório cessem. Não parece ser ação de menores ou vândalos, tenho a impressão de que foram pessoas que querem vender o material. Peço que o carioca esteja atento aos monumentos e nos ajude a preservar a cidade — pede Osório.
Quem flagrar atos de vandalismo ou furto de peças do patrimônio público deve ligar para a polícia (190) ou para o Disque-Denúncia (2253-1177). Informações sobre possíveis receptores também podem ser repassadas aos mesmos telefones.


CENTRO HISTÓRICO DO RIO, NOSSO PATRIMÔNIO !


Rica arquitetura da Avenida Rio Branco proporciona viagem no tempo



Inaugurada em 1905 como um dos marcos da remodelação da cidade capitaneada pelo prefeito Pereira Passos, a então Avenida Central nasceu sob a inspiração de Paris

Publicado:

A Biblioteca Nacional é um dos prédios, do início do século XX, que preservam o glamour da Rio Branco
Foto: Custodio Coimbra / O Globo
A Biblioteca Nacional é um dos prédios, do início do século XX, que preservam o glamour da Rio Branco Custodio Coimbra / O Globo
RIO - Uma caminhada pela Avenida Rio Branco, no Centro do Rio, pode ser uma viagem ao passado se o pedestre souber olhar para os lugares certos. Inaugurada em 15 de novembro de 1905 como um dos marcos da remodelação da cidade capitaneada pelo prefeito Pereira Passos, a então Avenida Central nasceu sob a inspiração de Paris: com 1.800 metros de extensão, 33 metros de largura, pequenos abrigos para transeuntes, e prédios em estilo eclético. Passados mais de 100 anos, a via mudou completamente e pode-se contar nos dedos das mãos os edifícios que restaram destes primeiros tempos. Até 1910, eram 86 prédios; hoje, só sobraram 10. Desses, seis são públicos e tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac): o Banco Central, a Biblioteca Nacional, a própria sede do Iphan, o Museu Nacional de Belas Artes, o Teatro Municipal e o Centro Cultural da Justiça Federal, antiga sede do Supremo Tribunal Federal. Também são tombados pelo estado o prédio do Clube Naval e os imóveis 88 e 155 da avenida, que pertencem, respectivamente, à Ordem Terceira de Nossa Senhora da Conceição e Boa Morte e à Santa Casa da Misericórdia.
Para o professor de geografia da Uerj, João Baptista Ferreira de Mello, coordenador dos Roteiros Geográficos do Rio, apesar de não ter sido preservada em seu conjunto, a avenida dá aula de história:
— A Avenida Central era nossa Paris: uma via ligando o mar ao mar, pois não havia os aterros do Flamengo e do porto, com prédios belíssimos em estilo eclético francês.
No sábado, a partir das 15h, ele guiará cariocas e turistas no roteiro “Avenida Rio Branco de Ponta a Ponta.” O passeio começa no nº 1, marco dos edifícios pós-modernistas. As inscrições, gratuitas, são pelo site www.roteirosdorio.com.
Da Belle Époque aos traços modernistas
À época de sua abertura, todas as construções da Avenida Rio Branco (inaugurada com 30 prédios acabados e 85 ainda sendo erguidos) obedeceram às regras de um concurso de fachadas que previa prédios parecidos com os da capital francesa. No número 30, fica o prédio da antiga Caixa de Amortização, hoje Banco Central, construído junto com a avenida e inaugurado em 1906. O interior tem uma rotunda decorada por painéis de mosaicos dourados. Na fachada, colunas neoclássicas em mármore de Carrara e janelas decoradas com guirlandas.
A lista de edificações remanescentes inclui ainda o prédio do número 19, onde está o Hotel São Bento, na Praça Mauá. Projetado pelo arquiteto Vicente de Carvalho e inaugurado em 1906, fica na esquina das ruas Dom Gerardo e São Bento e está degradado.
Traçado sofreu desvio
Cruzando a Avenida Presidente Vargas, o roteiro traz mais exemplos da época em que a Rio Branco tinha ares parisienses: a construção do número 88, entre a Igreja de Nossa Senhora da Conceição e Boa Morte e a avenida, de 1908, já abrigou uma lotérica e o Bar Simpatia, fechado em 1990. No local, há uma loja de roupas masculinas. O prédio tem uma torre gótica, grades em estilo art-nouveau e desenhos de cerâmica vitrificada. A história explica como ainda está ali.
— Na época da construção da avenida, a Igreja da Nossa Senhora da Conceição e Boa Morte, de 1738, não foi demolida porque o engenheiro Paulo de Frontin, da Comissão Construtora, devoto da santa, desviou um pouco o traçado — conta João Baptista.
Outro imóvel do início do século XX fica entre os números 155 e 159 e pertence à Santa Casa de Misericórdia. No lado esquerdo, aina é possível ver características da Belle Époque, enquanto, no direito, há uma nova fachada de linhas retas. Na esquina com a Avenida Almirante Barroso fica o Clube Naval, inaugurado em 1910, do arquiteto Tomazzo Galdenze, que também assina o Teatro Colón de Buenos Aires. Ao longo dos anos, o prédio teve a estrutura interna alterada e ganhou mais dois pavimentos em 1924.
Erros levam à reflexão
Para o arquiteto e urbanista Nireu Cavalcanti, a história da construção e posterior descaracterização da antiga Avenida Central deveria gerar uma reflexão sobre o futuro das intervenções urbanas da cidade:
— Para que a avenida fosse construída, houve desapropriações e muitas perdas. No lugar, foi construída a mais bela avenida do Brasil, mas ela não chegou a ter 50 anos de vida quando acabou descaracterizada porque não havia sido protegida — observa Nireu, citando como exemplo de perda o Palácio Monroe.
O consultor Carlos Fernando Andrade, ex-superintendente do Iphan no Rio, destaca o tombamento tardio e parcial dos prédios da Rio Branco:
—Na época, o único órgão de proteção do patrimônio era o Iphan, cujos arquitetos não apreciavam prédios ecléticos, preferiam o modernismo. Há um parecer de Lúcio Costa pedindo o tombamento de apenas quatro prédios, o Teatro Municipal, o Museu de Belas Artes, a Biblioteca Nacional e o prédio do Supremo.