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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Desde 1808, a Escola da Santa Casa do Rio forma grandes nomes

Nara Boechat, Jornal do Brasil





RIO - A Escola de Medicina da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro completa 201 anos em 2009 e continua com grande importância na formação profissional da área médica, apesar de todas as dificuldades enfrentadas. Fundada em 1808, com a vinda da Família Real para o Rio, é considerada a instituição de assistência filantrópica mais antiga da cidade e, para muitos, o berço da medicina brasileira. Nomes como o atual ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e os secretários, estadual e municipal, Sérgio Côrtes e Hans Dohmann, se formaram passando pelo hospital, que por muito tempo foi vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e hoje está ligado às faculdades Souza Marques e Gama Filho.



Segundo o diretor de Ensino e Pesquisa da Santa Casa, o médico José Galvão Alves, que trabalha há 33 anos na instituição, a Escola é credenciada pela Comissão Nacional de Residência Médica, órgão do Ministério da Educação, desde 1982, e tem atualmente 300 docentes vinculados às duas faculdades, ministrando aulas profissionalizantes para estudantes do 3º ao 6º anos.



– Mas também oferecemos cursos de pós-graduação e residência médica de alta qualidade, com visão social e humanista extremamente apurada – acrescenta o médico.



A boa medicina



Com dificuldades em adquirir equipamentos modernos e de alta tecnologia, o Hospital se caracteriza por investir no profissional, integrando-o ao cenário nacional. De acordo com Galvão, no ensino valoriza-se a história clínica, exame físico adequado e as condições humanas e sociais de cada paciente.



– O melhor da medicina é o bom médico. Com conhecimento, pode-se resolver de 80 a 90% das doenças. Enquanto um mau médico pode tornar-se um risco, mesmo com toda a tecnologia.



Na Santa Casa, os alunos de graduação aprendem todas as etapas de tratamento do paciente. Começam no conhecimento da sua história, depois seguem para a análise, solicitação de exames, interpretação dos mesmos, diagnóstico e receita.



– A Santa Casa paga uma bolsa de estudos para cada aluno. Temos um gasto mensal de R$150 mil – acrescenta Galvão.



Ainda segundo o médico, a escola bicentenária já especializou cerca de 900 médicos em clínica médica, cirurgia geral, ortopedia e traumatologia, patologia, oftalmologia, cardiologia, ginecologia e obstetrícia, radiologia e diagnóstico por imagem e neurologia.



Depoimentos



A aluna do 4º ano da Escola de Medicina Souza Marques, Moema Dias de Alencar, diz que se depara com muitas dificuldades na graduação, mas que tudo o que vive é essencial para a sua formação profissional e pessoal.



– Na primeira vez que entrei na Santa Casa fiquei impressionada pela grandiosidade que ela representa – conta. – Aqui é uma experiência única. Inúmeros médicos passaram pelos mesmos corredores e escreveram suas histórias, por isso me sinto orgulhosa em fazer parte desta instituição.



Rubens Braile, secretário-geral da Sociedade de Gastroenterologia do Rio de Janeiro, foi aluno da Universidade Gama Filho e da Santa Casa de Misericórdia do Rio na década de 1980. Hoje em dia, ele dá aulas na escola e afirma que o hospital se mantém crítico desde sua fundação.



– Lá, aprendi a colher as minhas primeiras histórias, entender o sofrimento daquele que está enfermo e de seus familiares. As riquezas de informações médicas e humanísticas que ali tive ratificaram minha vontade de ser médico – diz Rubens.



O médico ainda acrescenta que na Santa Casa há a oportunidade de conviver com professores importantes, como Magalhães Gomes, Cruz Lima e Castelo Branco.



– Foi o meu berço acadêmico e muito me orgulha ter em meu currículo a grife Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro.



O hospital



A Santa Casa da Misericórdia foi fundada em 24 de março de 1582 pelo sacerdote espanhol José de Anchieta. Desde a sua criação, a missão do Hospital Geral é de acolher e cuidar dos mais carentes.



Hoje em dia, a instituição oferece educandários para receber e cuidar de crianças, repousos para idosos e serviços funerários. No hospital, são feitos cerca de 10 mil atendimentos ambulatoriais por mês pelo Sistema Único de Saúde (SUS), onde mil médicos-residentes concursados cuidam da saúde básica dos pacientes. Além disso, a Casa oferece 600 leitos para internação e dez no Centro de Tratamento Intensivo (CTI).







22:07 - 06/09/2009


terça-feira, 8 de setembro de 2009

ORATÓRIO TENTADOR

07/09/2009 - 20:50
Enviado por: Paulo Pacini


JB


É provável que a passagem mais conhecida na Bíblia seja aquela em que, no Gênese, Deus cria a luz, iluminando as trevas do abismo. A centelha original se esparge pelo universo, de modo bastante análogo à atual teoria cosmogênica do Big Bang. Para gerar a luz na escuridão, foi necessária apenas Sua vontade (Deus é Deus), mas, entre os pobres mortais, o mesmo só era obtido com muito esforço, e, durante eras, a penumbra foi companheira dos homens em suas longas noites.




Não foi diferente no Rio de Janeiro colonial. Por séculos, a única iluminação presente nas ruas era composta por alguns poucos lampadários suspensos em edifícios religiosos e nos nichos e oratórios em algumas esquinas. O combustível era o azeite de peixe, que fornecia uma luz baça e fraca. O número de oratórios era limitado, não mais que 73 em 1790, e, ainda por cima, não eram acesos em noites de lua, mesmo com o céu encoberto, ficando-se em total escuridão.


Oratório na rua da Alfândega,
ainda de pé no começo do século XX



Mas, além de sua pouca utilidade, os oratórios também foram causa de acontecimentos curiosos, que nos falam dos costumes desses tempos.
Em "Memórias de um Sargento de Milícias", Manuel Antônio de Almeida conta que, até uma certa época, as famílias moradoras próximas a um oratório compareciam regularmente para se ajoelhar e rezar em frente à imagem iluminada do santo, e repetidas vezes, no meio do lusco-fusco, a filha de alguém que estava mais atrás acabava desaparecendo.
Não era obra do sobrenatural, mas de algum sedutor que havia combinado dias antes a fuga com a moça, conversando discretamente através das rótulas da casa.
Além disso, a escuridão favoreceu alguns assassinatos, transformando os oratórios em caso de polícia e afastando os fiéis. Eles continuaram a iluminar, mas sem as imagens de santos, perdendo sua função religiosa.



A chegada da côrte em 1808 trouxe melhorias, com a ampliação do número de pontos de luz, apesar de ainda se utilizar o velho azeite de peixe. Após o sucesso da iluminação a gás em Londres, em 1807, pensou-se em modernizar a iluminação carioca através desse sistema.
A primeira tentativa foi em 1828, fracassando a seguir.
Finalmente, em 1854, por obra do Barão de Mauá, o Rio ganhava uma iluminação moderna, a qual transformou a vida e o aspecto da cidade. Deve-se ao pioneirismo de Mauá o fato do Rio de Janeiro ser a primeira cidade com rede generalizada de gás encanado, obra iniciada há mais de 150 anos.


O MERCADO DO PEIXE

07/09/2009 - 20:46
Enviado por: Paulo Pacini

JB

Por muitos séculos, a proximidade com o mar conferiu um caráter metropolitano a muitas cidades do mundo, pelo menos até o século XIX.
Muito antes do transporte aéreo, a navegação era a porta de contato com o exterior, através da qual trocavam-se bens materiais e culturais, favorecendo uma transformação dos costumes pela contribuição de diversas influências.
Mas, além de via de intercâmbio, o mar sempre forneceu diversos alimentos, e, nos antigos tempos da cidade, foi mesmo uma de suas principais fontes.



Originalmente, o trecho de litoral entre a Misericórdia e o Morro de São Bento era uma praia, chamada de Praia de Manuel de Brito ou Marinha da Cidade, correndo paralelamente à rua 1º de Março, não muito distante de seu traçado atual.
Ao ocuparem o local, os primeiros habitantes paulatinamente o aterraram, inclusive a área que é hoje a Praça XV.
Nesta época, e até o governo do vice-rei D. Luís Vasconcellos (1779-90), não havia cais.
As canoas encostavam na praia para descarregarem ou para o transporte de passageiros.

O antigo mercado do peixe da Praça XV, onde é a Bolsa atualmente




No trecho da praça oposto ao Paço dos Governadores, junto ao mar, se formou, ainda na colônia, um mercado cujo produto principal eram os peixes. Além destes, eram trazidas verduras e legumes provenientes de plantações ao redor da baía. O comércio da época, contudo, já sofria com os atravessadores, chamados então de "pombeiros". Como se vê, nem tudo muda.




O velho mercado supria grande parte do consumo local, mas era um local lamentável e imundo, só freqüentado por quem realmente lá necessitava ir. Com a chegada da côrte, a presença incômoda do sujo porém necessário mercado tornou-se cada vez mas insustentável. Entretanto, só em 1834, na Regência, é que se iniciaria a transformação desta praça. Sob o comando de Gradjean de Montigny, da missão artística francesa, é construído um novo mercado, com quatro portões de acesso e muitas lojas, que vendiam todo tipo de mercadoria, desde o esperado peixe até ervas, animais vivos e ferragens. Tornou-se o principal do Rio no século XIX, citado em algumas obras literárias.



O mercado de Montigny foi demolido durante as reformas de Pereira Passos, em favor do Mercado Municipal, inaugurado em 1907 no antigo Largo do Moura. Este último também desapareceu, vítima do elevado da perimetral, a obra que mais agrediu a Praça XV, e que agora também se pensa em demolir, fechando um círculo, de certo modo.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Proclamação da Independência do Brasil - D. Pedro (1822).

07 Set - Dia da Pátria
- Proclamação da Independência do Brasil -
D. Pedro I (1822).







7 de setembro, dia da Independência do Brasil, é a mais conhecida e celebrada data nacional.
Está associada à proclamação feita, em 1822, pelo príncipe D. Pedro, às margens do riacho do Ipiranga, em São Paulo, acontecimento que teria assinalado o rompimento definitivo dos laços coloniais e políticos com Portugal.



Entretanto, o episódio do Ipiranga não teve repercussão no momento em que ocorreu, pois a separação do Reino europeu não era uma decisão consensualmente aceita pelos diferentes segmentos da sociedade na época.

Tanto o delineamento do Império e da monarquia constitucional quanto o reconhecimento da data de 7 de setembro como marco da história da nação brasileira foram resultado de complexo processo de lutas políticas que tiveram lugar no Rio de Janeiro e nas demais províncias do Brasil durante a primeira metade do século XIX.



Após 1860, a data começou a ganhar importância no calendário de comemorações oficiais do Império, período em que também foram erguidos monumentos em homenagem à fundação da nacionalidade.
Em 1862, foi inaugurada a estátua equestre de D. Pedro I na atual Praça Tiradentes, na cidade do Rio de Janeiro, em honra aos quarenta anos da Independência e à Carta Constitucional de 1824.


Entre 1885 e 1890, realizaram-se, na cidade de São Paulo, as obras de construção do Monumento do Ipiranga, palácio de feições renascentistas, edificado no suposto local do famoso “grito”, e que após a proclamação da República passou a abrigar o Museu Paulista, popularmente conhecido como Museu do Ipiranga. Especialmente para ornamentar esse edifício, Pedro Américo confeccionou, entre 1886 e 1888, o painel Independência ou Morte, imagem emblemática do 7 de setembro.



Com a organização do regime republicano, esse dia passou a figurar como a mais significativa data da história brasileira, sendo festejada anualmente com desfiles militares e outras manifestações.
Essas tradições celebrativas se consolidaram em 1922, por ocasião do Centenário da Independência, momento em que foi oficialmente instituído o Hino Nacional cantado até hoje.


(Trecho do texto de Cecília Salles Oliveira, extraído da obra Dicionário de datas da História do Brasil, organizado por Circe Bittencourt e publicado pela editora Contexto – acervo C Doc Ex)