FALE COM OS MONARQUISTAS !

FAÇA PARTE DO NOSSO GRUPO NO YAHOO

Inscreva-se em DMB1890
Powered by br.groups.yahoo.com

sábado, 9 de janeiro de 2010

9 Jan - O príncipe-regente D. Pedro decide permanecer no Brasil - Dia do Fico (1822).


O príncipe regente D. Pedro decide permanecer no Brasil
Dia do Fico (1822).

No dia 9 de janeiro de 1822 – que passaria à história como o dia do Fico – o Senado da Câmara reuniu-se no consistório da Igreja do Rosário, de onde saiu o cortejo para o palácio do governo, onde aguardava o príncipe regente.


Na ocasião discursou José Clemente Pereira, afirmando que “a saída de V. Alteza dos Estados do Brasil será o fatal decreto que sancione a independência deste reino.


Exige, portanto, a salvação da pátria que Vossa Alteza Real suspenda a sua ida até nova determinação do soberano congresso, Eis, aí, príncipe, a importante verdade que a Câmara desta cidade, órgão da vontade do povo que ela representa, tem a honra de submeter à alta consideração de Vossa Alteza Real”.


Chegara o momento previsto por D. João antes de seu regresso a Portugal, quando recomendara ao filho que seria preferível a independência com ele, D. Pedro, que respeitaria a autoridade portuguesa, do que com algum aventureiro que a desconhecesse.


O príncipe regente procurou uma medida conciliatória, respondendo que “convencido de que a presença de minha pessoa no Brasil interessa ao bem de toda a nação portuguesa, e convencido de que a vontade de algumas províncias assim o requer, demorarei a minha saída até que as Cortes e meu augusto pai deliberem a este respeito, com perfeito conhecimento das circunstâncias que têm ocorrido”.


Forçado a uma decisão objetiva, o príncipe resolveu ficar no Brasil, desobedecendo às ordens das Cortes.


No dia seguinte foi divulgada, como resposta oficial e definitiva, uma declaração de D. Pedro:


“Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto: diga ao povo que fico.”.

(Texto extraído do livro História do Brasil, Vol II, editado pela Bloch Editores – acervo do Centro de Documentação do Exército)

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

NOTA DE FALECIMENTO - DR. GERSON COTTA PEREIRA

Na Academia Nacional de Medicina,
Dr. Marcelo Roberto Ferreira e o Dr. Gerson Cotta Pereira


Faleceu na semana passada de forma inesperada o Dr. Gerson Cotta Pereira, médico titular da 3ª. enfermaria da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, dedicada a estudos genéticos, monarquista e católico conservador.


No ano passado o Dr. Gerson Cotta Pereira promoveu na Santa Casa o descerramento do quadro de D. Luiz conjuntamente com os demais soberanos brasileiros, cerimônia que contou com a participação do Dr. Carlos Eduardo de Artagão na qualidade de Chanceler e Dr. Marcelo Roberto Ferreira do Círculo Monárquico.


Naquela ocasião, o Dr. Cotta externou publicamente o apreço pelo ideário monarquista, comungando ademais das mesmas idéias da Casa Imperial relativas às pesquisas em torno de células tronco.

RELEMBRANDO . . .

- Carta Régia criando o Governo-Geral do Brasil (1549).
- Início da Insurreição dos Cabanos, no Pará (1835).
- Criação dos Corpos de Voluntários da Pátria - Guerra da Tríplice Aliança (1865).

PRESERVANDO A MEMÓRIA HISTÓRICA


terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A RUA DOS TEATROS


05/01/2010 - 13:44 Enviado por: Paulo Pacini

A vida noturna carioca, assim como em outras metrópoles modernas, se encontra dispersa por várias localidades, conseqüência do processo de crescimento e expansão experimentado pelas cidades.
Contudo, em épocas passadas, muitas das casas de espetáculo tendiam a se concentrar em uma região, em função da clientela ou tradição, na esperança de garantir sua bilheteria.
A partir do século XIX, e por um largo período, a área com maior número de teatros foi a Praça Tiradentes, o antigo Rossio, acompanhando o pioneiro Teatro São Pedro, de 1813.
Durante o nascimento e urbanização da conhecida praça, que era uma grande área entre terrenos alagados e chácaras, é aberta em 1801 uma nova rua, em terras da primitiva sesmaria que no século XVIII pertencia ao guarda-mor Pedro Dias Pais Leme.
Ligando a Rua do Senado (iniciada em 1789) à Praça Tiradentes, a Rua do Espírito Santo se tornaria um dos endereços mais conhecidos na vida artística do Rio de Janeiro, nas décadas seguintes e até o século XX.

Rua Pedro I, lar de Chiquinha Gonzaga e de teatros de outrora


Em 1877, inaugurava-se o Teatro Varietés, chamado no ano seguinte de Teatro Variedades, depois Brasilian Garden e por fim, em 1880, Teatro Recreio Dramático, abreviado para Teatro Recreio.


Localizava-se no final da rua, em um trecho sem saída, com os fundos dando para a encosta do morro de Santo Antônio.


De capacidade média, era muito popular, tendo recebido até mesmo o imperador D. Pedro II em 1884.


Fechou suas portas em 1969, após quase cem anos de existência. Outro bastante conhecido foi o Lucinda, de 1880, onde foram representadas peças de autores famosos, como Arthur Azevedo.


Esta antiga casa de espetáculos também foi palco de acontecimentos políticos relevantes, quando, em abril de 1906, sediou o Iº Congresso Operário Brasileiro, que decidiu pela criação da Confederação Operária Brasileira e a deflagração da greve geral em 1º de maio de 1907.


Uma das figuras mais conhecidas da vida artística carioca nesta época foi Pascoal Segreto, cuja empresa arrendou o Teatro Carlos Gomes, o São José e o Maison Moderne, em frente ao Carlos Gomes, do outro lado da rua e fazendo lado com a praça.


Em seus jardins Segreto fez instalar um parque de diversões com brinquedos, palhaços, mágicos e bandas de música, que tocavam maxixes e tangos, para atrair o público para suas peças.


Em 1912, estreava no São José a peça Forrobodó, de Luiz Peixoto e Carlos Bittencourt, com música de Chiquinha Gonzaga, a mais famosa moradora desta rua, uma presença constante em seus teatros.


Viveu e faleceu em seu apartamento, na véspera do carnaval de 1935.


A Rua do Espírito Santo, tão ligada às artes cênicas e à música, passaria em 1921 a se chamar Pedro I, após ter o nome de Luís Gama durante um período.


O último teatro remanescente desta era, o Carlos Gomes, nasceu em 1872 como Teatro Cassino Franco-Brésilien, passou por três incêndios, e continua sua trajetória de quase 140 anos em pleno século XXI, como símbolo renascido da arte brasileira, eternamente persistindo e se reinventando.

O CASTELO INVISÍVEL


29/12/2009 - 15:29 Enviado por: Paulo Pacini

Dentre as diversas áreas que compõem o centro do Rio, uma das mais conhecidas e freqüentadas é aquela do Castelo.
Geralmente associado com a avenida presidente Antonio Carlos, esse logradouro é uma idéia bastante vaga para a maioria das pessoas, que tem dificuldade em definir sua abrangência, além de desconhecer a própria origem do nome, pois nunca houve castelo algum no local.
Ou teve?A resposta nos remete à própria origem da cidade, quando Mem de Sá decidiu transferir a Vila Velha, no morro Cara de Cão, para uma região mais central e defensável contra invasores, a partir de 20 de janeiro de 1567.
Escolheu-se um morro estrategicamente situado, denominado do Descanso ou São Januário, sendo o primeiro nome uma alusão à merecida paz após as inúmeras lutas travadas com os invasores franceses.
Das primeiras construções destacam-se a igreja e colégio dos Jesuítas, a igreja de São Sebastião, onde foi sepultado Estácio de Sá, além da Câmara dos representantes e diversas casas de moradia.


Antigo Forte de São Sebastião, em desenho de 1730 do Pe. Diogo Soares


Para a defesa dos ataques vindos tanto do mar quanto da terra, erigiu-se a primeira estrutura dedicada a este fim, o Forte São Sebastião, com suas peças de artilharia.


Situava-se a mais de 40 metros de altura, em um ponto correspondente ao cruzamento das atuais avenidas Nilo Peçanha e Graça Aranha.


Tinha à sua direita a entrada da barra e à esquerda o interior da baía de Guanabara.


Era uma construção modesta, de grande fragilidade em caso de ataque direto.Durante o século XVII, o forte não conheceu grandes melhorias, o que foi incentivado pela relativa tranqüilidade que a cidade desfrutava, sem ataques e maiores problemas.


Tudo mudou depois das invasões francesas de 1710 e 1711, onde a precariedade e desorganização da defesa acabou deixando a cidade em maus lençóis, capitulando e tendo de pagar resgate para recobrar sua liberdade.


Nos anos seguintes, o antigo baluarte cederia lugar a uma construção muito maior e mais sólida, que recebeu o nome de Forte de São Januário.


Dentre as melhorias introduzidas, construiu-se na praça de armas uma torre para depósito da pólvora.


Por sua semelhança com estruturas medievais, acabou recebendo a alcunha popular de castelo, o que acabou finalmente mudando o nome do morro de São Januário para aquele de Castelo.




Ruínas do portão do Forte do Morro do Castelo, em seus últimos dias




Ao longo do tempo, o forte se deteriorou, mas, persistia, testemunha heróica dos tempos da colonização.




Mas não duraria muito tempo, pois, com as reformas feitas na cidade a partir do início do século XX, o destino do Morro do Castelo estava selado.




Em 1922, este não mais existia, destruído na gestão do prefeito Carlos Sampaio, liberando uma enorme área à especulação imobiliária e interesses paralelos, aproximadamente entre as ruas São José, Av. Rio Branco, Santa Luzia e Dom Manuel.




A cidade de Mem de Sá, onde o Rio nasceu, passava a existir sómente em livros de história, sobrevivendo através de um nome que lembra um passado valoroso, e que não deve ser esquecido.

O POLÊMICO QUIOSQUE


22/12/2009 - 12:59 Enviado por: Paulo Pacini

Após a guerra do Paraguai, em 1870, a paisagem carioca ganhou um novo elemento, que nos anos seguintes se disseminaria por grande parte da cidade.
Não se tratava de nenhuma melhoria do serviço público, mas de inúmeras unidades comerciais de pequeno porte, espalhadas pelas ruas, as quais, pela sua peculiaridade visual, receberam o nome de quiosque.
Imitação de congêneres europeus, eram estruturas de madeira de formato hexagonal, pintadas de côres diversas, evocando uma atmosfera oriental pelas suas formas, especialmente a cobertura de zinco.
Originalmente destinados à venda de livros, cartões-postais, revistas e jornais, como um complemento e adorno às ruas, sua utilização com o tempo acabou se desviando bastante da original.
Após algum tempo, a maioria deles passou a vender cachaça, café de má qualidade, sardinhas fritas, bilhetes de loteria e jogo de bicho.


O antigo quiosque e seu público, para muitos um incômodo vizinho


Tornando-se fundamentalmente um ponto de venda de bebidas, seus clientes, de condição modesta, geralmente não primavam pelo asseio e educação, tornando sua vizinhança altamente inconveniente, que ninguém desejava por perto.


Uma das melhores descrições da repulsa existente na época foi feita pelo escritor Luiz Edmundo:


"Contra o monstro do quiosque e sua freguesia reclamam as famílias, os homens de negócio e até as gazetas... mas ninguém tem coragem de com eles acabar, os homens de estado encolhem-se, os prefeitos desconversam, os fiscais engordam...".


Por trás desse comércio está Luiz de Freitas Vale, o Barão de Ibirocaí, dono do negócio desde 1898.


Milionário com pretensões a origens aristocráticas, a fortuna de Freitas Vale era aumentada pelos pequenos botequins, sustentando mansão em Petrópolis e hábitos dispendiosos.


O povo passou a chamá-lo de barão de Ibiroquiosque, uma mordaz ironia, referindo-se a este seu ramo de negócios.


Com as reformas da gestão de Pereira Passos na prefeitura, a situação dos quiosques se tornou insustentável, pois, pelo menos na área central, não se desejava nada que pudesse macular os ares progressistas.


A burguesia se apossou do território e desejava escamotear e banir para longe a pobreza e a lembrança do passado, incompatíveis com a nova Paris tropical, o que levou, em 1906, a um ataque aos quiosques do centro, no qual vários deles foram destruídos e incendiados com querosene por grupos revoltados.


Os quiosques continuaram a existir até 1911, quando seu contrato encerrou e recolheram-se-se os restantes.


A história dos velhos quiosques mostra o quanto é difícil e complexa a administração do espaço público, arena onde se encontram interesses diversos, com freqüentes conflitos.


É preciso conciliar o direito da maioria à livre locomoção e limpeza com as concessões ao comércio de rua que, se bem organizado e localizado, pode oferecer uma contribuição positiva à cidade.


Seja como for, a omissão por parte do poder público em enfrentar a questão, como várias vezes aconteceu ao longo do tempo, é algo que simplesmente não pode mais acontecer.

O CHAPÉU DE SOL

O Chapéu de Sol

17/12/2009 - 07:44 Enviado por: Paulo Pacini

A paisagem carioca, cenário único criado pela natureza, sempre causou forte impacto em todos, e seu incomparável conjunto de montanhas, mar, céu e vegetação deixa uma marca perene nos olhos e na alma do visitante.
Pairando sobre e como que coroando todas as elevações, está a montanha do Corcovado, encimada pela estátua do Cristo Redentor, a qual se tornou, desde sua inauguração, o maior símbolo visual da cidade.
Para muitas gerações de cariocas, estátua e montanha são uma coisa só, que sempre esteve no mesmo local.
Mas em verdade foi o final de uma longa história, ao longo da qual o cume do Corcovado foi conquistado.
Assim, poderíamos até mesmo indagar: Como era o Cristo antes do Cristo?
Por séculos, o pico do Corcovado foi sómente objeto de contemplação, ninguém em sã consciência pensaria em subir até local tão inacessível e perigoso.
Tudo começou a mudar no século XVIII, quando a falta de água forçou as autoridades a criarem um sistema de captação e transporte do líquido até o Centro da cidade, através de um aqueduto e dos Arcos, em seu trecho final.
Com essa obra, passou a existir um caminho que ia até a origem das águas do rio Carioca, nas montanhas do Corcovado, o que levou os primeiros exploradores do século XIX a realizarem o ousado feito em lombo de burro ou cavalo, subindo a partir da Ladeira de Santa Teresa pelo trajeto das atuais ruas Joaquim Murtinho e Almirante Alexandrino, junto ao aqueduto.


O Chapéu de Sol do Corcovado, no início do século XX


O acesso à montanha só deixaria de ser uma aventura quando, em 1882, os engenheiros Francisco Pereira Passos e João Teixeira Soares receberam autorização para a construção de uma estrada de ferro que fosse do Cosme Velho até o Corcovado, tornada possível pela recente invenção da tração por cremalheira, do suíço Riggenbach.


A obra foi inaugurada em 9 de outubro de 1884, no trecho entre o Cosme Velho e as Paineiras, honrada com a presença do Imperador D. Pedro II e sua família.


Os visitantes tiveram o privilégio de realizar uma viagem de sonho por uma floresta quase virgem, da qual se descortinavam fantásticas paisagens, que até então pouquíssimos haviam conhecido.


Em 1º de Janeiro de 1885, a ferrovia chegava até o Alto do Corcovado, ao mesmo local de hoje em dia, e daí subia-se até a plataforma de observação, no local da atual estátua.


Para proteger os visitantes do sol inclemente, foi construído um pavilhão de ferro com 13,5 metros de diâmetro, cuja função e formato circular fez com que recebesse o apelido apropriado de "Chapéu de Sol".


Foi contemporâneo de nossos bisavós, até que em 1931 fosse finalmente inaugurado o monumento do Cristo Redentor.


Hoje, mais de 120 anos depois, a subida até o Corcovado continua emocionando e impressionando pessoas do mundo todo, e é fundamental, por parte dos responsáveis, a boa conservação deste patrimônio, que inclui tanto a ferrovia quanto o próprio monumento.


É uma forma de honrar o legado histórico e as bênçãos recebidas, representadas pelos generosos braços do Redentor, abertos sobre a Guanabara.