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sábado, 24 de março de 2012

O VALONGO NO MORRO DA CONCEIÇÃO


Enviado por Ancelmo Gois -
22.3.2012
12h59m

Gois de papel

As fotos de hoje

O CAMINHO DO VALONGO, no Morro da Conceição, no Rio, que abrigava um mercado de escravos no século XVIII, vai virar mirante, com vista até para o Redentor. As obras da prefeitura acabam ainda este mês. Antes cheio de lixo e mato, o local agora tem rede de drenagem, pavimentação, mureta e rampas. Os novos bancos de concreto foram revestidos com granito. Nos próximos dias, o mirante vai receber iluminação. Vamos torcer, vamos cobrar

sexta-feira, 23 de março de 2012

CARLO CAIADO E MILITARES CONTRA A VENDA DO HISTÓRICO QG DA PMERJ




PMs fazem lobby para vereadores do Rio tombarem quartel no Centro

Por: Bruno Villa em 22/03/12 14:52

 
Oficiais da PM estão na Câmara do Rio, na tarde desta quinta-feira (22). 

Eles querem convencer os vereadores a aprovarem o projeto de Carlo Caiado (DEM) que tomba o Quartel General da PM, no Centro.

O tombamento impede a venda do imóvel à Petrobras. 

O governo está negociando o quartel com a estatal por R$ 400 milhões.

O projeto 1.877/2008 não será votado na sessão de hoje. 

Ele deverá ser apreciado na semana que vem.

quarta-feira, 21 de março de 2012

AVENIDA GOMES FREIRE



Avenida Gomes Freire

Escrito por Paulo Pacini   
Qua, 21 de Março de 2012 12:09
É prática comum, tanto aqui quanto noutras cidades, homenagear personagens do passado atribuindo seu nome a ruas e outros logradouros, como praças, largos, etc. Isso muitas vezes ocorre de forma arbitrária, eliminando a expressão popular baseada em longa tradição local, cortando os vínculos com a história e mutilando assim a memória coletiva. Em alguns momentos, contudo, a lembrança é mais que justa, sobretudo quando até então não se havia recompensado um grande vulto. Foi o caso da rua e posterior avenida Gomes Freire.

 
gomes_freire

Avenida Gomes Freire nos anos 30, vista da Visconde do rio Branco




Talvez o mais importante dos governadores do período colonial, Gomes Freire de Andrade iniciou seu mandato em 1733, tendo realizado inúmeras obras em favor da cidade de sua adoção. É mais conhecido por ter construído os Arcos da Carioca, em substituição aos antigos, que se encontravam em estado precário, mas também efetuou a reconstrução de todo aqueduto, desde sua captação na serra do Corcovado. O Paço dos Governadores, posteriormente Imperial, também é iniciativa sua, auxiliado pela perícia de seu engenheiro, o Brigadeiro Alpoim. Iniciou as obras da nova Sé, que deram origem a Escola Politécnica, prédio onde funciona o Ifics da UFRJ, no Largo de São Francisco, além de trabalhos em fortalezas, abertura de ruas e muito mais. Gomes Freire faleceu em 1763 e foi enterrado no Convento de Santa Teresa, mais uma obra que também havia tornado possível, merecendo por esta razão a gratidão das religiosas reclusas.
 
 O ilustre personagem, contudo, não havia até 1917 recebido a justa homenagem pelos seus trinta anos de serviços em favor do Rio de Janeiro, prestados aliás em uma época assaz difícil. A nova via foi aberta entre a rua do Riachuelo e a Visconde de Rio Branco, em uma área originalmente ocupada por diversas valas, e que foi lentamente drenada. O grande quadrilátero formado pelas ruas do Riachuelo, Inválidos, Lavradio e Visconde do Rio Branco começou a ser conquistado pelo vice-rei Marquês do Lavradio em 1771, abrindo a rua que até hoje leva seu nome. A dos Inválidos foi aberta pelo Conde de Resende 20 anos depois, sendo assim chamada após a construção do asilo dos Inválidos em 1794, para soldados desvalidos ou enfermos. O nome original da rua era São Lourenço, e o asilo ficava em uma chácara onde está hoje um prédio monstruoso que tantos problemas causou aos imóveis da região.
 
 
Mapa de 1796 feito pelo engenheiro Correia Rangel mostrando as diversas valas na região
onde foi aberta a Avenida Gomes Freire




A Avenida Gomes Freire cruzava a Avenida Mem de Sá, aberta durante gestão de Pereira Passos na prefeitura, e seu encontro logo foi chamado de Praça dos Governadores, em lembrança aos ilustres personagens. O local foi posteriormente rebatizado de Praça João Pessoa, iniciativa política totalmente estranha à história local. Seria oportuno e mais que justo que voltasse a ser chamado pelo seu nome original, resgatando à memória coletiva, ainda que de forma modesta, um pouco de sua própria história.

domingo, 18 de março de 2012

O RIO INESGOTÁVEL DE HISTÓRIA ! . . .


Canhões são encontrados durante obras na Zona Portuária


Descoberta intriga historiadores e abre nova linha de pesquisa sobre o passado da cidade

Publicado:

Adler Homero examina os canhões desenterrados: “Essa descoberta abriu uma linha de pesquisa para quem estuda a urbanização do Rio”
Foto: Jorge William / O Globo
Adler Homero examina os canhões desenterrados: “Essa descoberta abriu uma linha de pesquisa para quem estuda a urbanização do Rio” Jorge William / O Globo
RIO - Quatro canhões de ferro fundido, que teriam permanecidos três séculos enterrados na Zona Portuária, foram encontrados por arqueólogos e operários da Secretaria municipal de Obras em fevereiro e este mês na Rua Sacadura Cabral, na altura do Largo de São Francisco da Prainha, durante obras da prefeitura na região. A descoberta, que remete ao tempo em que o bairro da Saúde tinha uma praia, intrigou historiadores e estudiosos da área de patrimônio. Qual seria a origem dessas peças de artilharia, já que não há referência em documentos e livros à presença de qualquer forte naquele lugar no começo do século XVII?
Segundo especialistas, na área só havia registro da existência da Bateria da Prainha (construída após a invasão francesa, em 1711), situada onde hoje está o Edifício A Noite, na Praça Mauá. Local onde, em janeiro, foi descoberto um outro canhão. Com isso, a cidade reencontrou cinco relíquias.
Assim que os dois primeiros canhões foram achados durante obras de revitalização da Zona Portuária, em 13 de fevereiro, a arqueóloga Tânia Andrade Lima, que acompanha as escavações, ficou surpresa, pois só esperava encontrar por ali peças do século XIX, relacionadas à vida cotidiana e às áreas de trabalho nos trapiches, além de objetos ligados a escravos. Para tentar esclarecer a presença dos canhões, ela pediu ajuda a um especialista em fortificações e armas, o historiador e pesquisador do Iphan Adler Homero Fonseca de Castro. Onze dias depois, outro canhão foi encontrado numa área bem próxima. E, no dia 8 deste mês, um quarto exemplar foi desenterrado.
Numa primeira análise, Adler identificou as peças como canhões de estilo inglês, de um período entre os séculos XVI e XVII. Uma das hipóteses que ele investiga é a da existência de uma bateria na região, já que havia quatro canhões juntos:
— Ainda preciso fazer nova análise para determinar a datação correta. Mas essa descoberta abriu uma linha de pesquisa para quem estuda a urbanização do Rio, pois, pelos registros históricos, naquela região não havia nada no começo do século XVII. A cidade surgiu entre o Morro do Castelo e o de São Bento. Aquela região está fora da cidade antiga. Se havia ca$ões ali, e até uma bateria, é sinal de que havia algo que merecia ser protegido. Ou armazéns ou um local de desembarque.
Para o pesquisador, os canhões podem ter sido jogados ao mar depois de desativados. A tese do descarte é compartilhada por Tânia. Ela conta que os canhões foram localizados abaixo dos trapiches do século XIX e que eles estavam com a boca voltada para o continente, o que indica que não foram achados na posição de uso.
— Naquela época, o mar era a grande lixeira da cidade — diz Tânia, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Arqueologia da UFRJ.
O subsecretário de Patrimônio Cultural, Washington Fajardo, acredita que os canhões podem ter sido usados numa artilharia secundária de defesa da Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição:
— A descoberta confirma o que mostram mapas e documentos históricos: havia baterias na Prainha. O Morro da Conceição era então encimado pela Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição. Mas havia no sopé do morro baterias militares.
O historiador Nireu Cavalcanti diz que, até que se determine com exatidão de que período são os canhões, muitas poderão ser as hipóteses:
— Se forem do século XVIII, podem, por exemplo, ter sido de algum navio que soçobrou na região. Muitos navios usavam $ões para se defender.
Há, ainda, a possibilidade de os canhões serem de uma data e a bateria de outra, já que, como se tratava de armamento caro, era comum as peças serem reutilizadas. Ou seja: podem ser canhões do século XVII que foram usados numa fortificação construída no século XVIII.
Sobre a origem do canhão encontrado na Praça Mauá, nas escavações das obras do Porto Maravilha, a hipótese mais provável, segundo um relatório da arqueóloga Erika Marion Robrahn-González, é que seja do século XVIII, "por causa do comprimento de dois metros, já que os canhões do século XIX são mais curtos". De acordo com a arqueóloga, a peça pode ter sido usada na Bateria Prainha da Marinha, localizada no entorno da Praça Mauá e que dava apoio de fogo ao Morro da Conceição.
Para a superintendente do Iphan no Rio, Cristina Lodi, essas e outras descobertas arqueológicas na Zona Portuária têm o efeito positivo de divulgar a riqueza histórica da cidade:
— Esses achados estão evidenciando um passado da cidade que era desconhecido. Estava tudo embaixo da terra adormecido, para que pudéssemos tornar visível e transformar em conhecimento esse pedaço da história da cidade. Esse passado faz com que a gente entenda aonde estamos chegando — analisa.