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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O Caminho de Capueruçu

O Caminho de Capueruçu

31/01/2011 - 11:52
Enviado por: Paulo Pacini
JB


No tempo dos pioneiros do Rio de Janeiro, pouco interesse havia em sair do centro da cidade, salvo com o objetivo de explorar e melhor conhecer os arredores para planos futuros.

Uma das primeiras razões para se deslocar regularmente em direção à zona norte da cidade foi dada pelos jesuítas e seu grande engenho e fazenda, indo desde o Engenho Velho até Irajá.

Para se alcançar o local, haviam dois caminhos: um seguia pela base do morro de Santa Teresa, e ficou conhecido na história como Rua de Matacavalos (Riachuelo), e o outro saindo do centro.



A segunda opção, para o interior desde o litoral, ia em linha reta até certo ponto, desviando-se o máximo possível dos pântanos, a uma certa altura mudava de rumo e dirigia-se rumo sudoeste, terminando próximo a uma lagoa, chamada de Capueruçu, que deu o primeiro nome ao sendeiro.

A massa d'água, formada principalmente pelas chuvas que desciam do Morro do Senado, localizado onde é a Praça da Cruz Vermelha, ficou conhecida por estar em uma passagem estratégica, utilizada por alguns índios remanescentes para tentar invadir a cidade.

Colocou-se um posto de vigia, mudando o nome do local para Lagoa da Sentinela, o qual permaneceria até seu desaparecimento durante o século XIX.





A Alfândega de outrora e seus modestos moradores



À medida que o longo e deserto caminho ia sendo ocupado, recebeu diversos nomes, conforme a época e o trecho. Entre a rua Direita (1º de Março) e a Vala (Uruguaiana) foi chamada Quitanda do Marisco, e da Vala para cima Campo da Cidade.

Outros nomes ainda: Diogo de Brito (morador), dos Governadores, pela proximidade de sua residência, antes da construção do Paço, Mãe dos Homens, com a igreja de meados do século XVIII, dos Ferradores, da rua da Conceição até o Largo de São Domingos, Santa Efigênia, segundo esta igreja, ainda existente, Oratório de Pedra, entre o Largo de São Domingos e a rua Regente Feijó e São Gonçalo Garcia desta até o Campo de Santana.

O trecho outro lado da praça —quando foi aberto o caminho não havia Campo— ficou conhecido como Rua do Areal, a Moncorvo Filho de hoje.



Em torno de 1760, contudo, recebeu, em seu trecho inicial, o nome que daria origem ao atual: Rua da Travessa da Alfândega, pois começava em frente a seu portão.

No século seguinte, a Câmara empreendeu uma revisão da nomenclatura dos logradouros, e assim, desde 1841, passou a ter um só nome: Rua da Alfândega.



Conhecida por praticamente todos cariocas, integra atualmente o complexo comercial do Saara, que, além de sua popularidade, é um dos maiores conjuntos de imóveis característicos do Rio antigo, uma verdadeira cidadela do passado.

Incentivos à preservação dos imóveis e melhorias como a conservação do pavimento e tubulação subterrânea para as diversas fiações aéreas, principalmente de telefones, ressaltariam ainda mais os sobrados, podendo agregar à vida comercial do local a visitação turística, ainda feita sómente por eventuais curiosos.