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sábado, 26 de maio de 2012

MP-RJ: OBRIGADO POR DEFENDER A HISTÓRIA DO BRASIL ! . . .


MP recomenda que RJ não concretize venda do QG da Polícia Militar

Documento foi enviado à procuradora do Estado e ao chefe da Casa Civil.
Procuradores deram dez dias para que governo informe medidas adotadas.

Marcelo Ahmed Do G1 RJ


Quartel-general da PM (Foto: Reprodução TV Globo)Venda de quartel da PM é alvo de ação do MP
(Foto: Reprodução TV Globo)
O Ministério Público do Rio expediu, nesta sexta-feira (25), recomendação à procuradora-geral do Estado, Lucia Léa Guimarães Tavares, e ao chefe da Casa Civil do Estado, Régis Fichtner, para que não se concretize a venda do Quartel-General da PM, no Centro do Rio. 


O MP afirma que o governo não pode vender o imóvel à Petrobras ou a qualquer interessado, "sem que se proceda à desafetação do bem; sem que seja devidamente justificado o interesse público; sem que haja prévia avaliação do bem; e sem que haja prévia autorização legislativa", conforme previsto na Lei de Licitações.

A recomendação estabelece prazo de dez dias para que a Procuradoria Geral do Estado e a Chefia de Gabinete da Casa Civil informem ao Ministério Público as medidas adotadas.
Caso o governo do estado não atenda à recomendação, o Ministério Público pode entrar com uma ação na Justiça para impedir a venda.

Segundo o MP, a recomendação é uma medida jurídica extrajudicial, que tem como objetivo resolver problemas que afetem direitos coletivos sem a necessidade de ação na Justiça. Ainda de acordo com o MP, a recomendação também é uma forma mais ágil e rápida de solução de lesões coletivas aos direitos do cidadão.

Em nota, o governo informou que a Lei de Licitações permite ao estado optar por licitar ou vender diretamente um bem, quando o comprador for uma entidade de administração pública, direta ou indireta. Segundo o governo,  todo o processo foi acompanhado pela Procuradoria Geral do Estado (PGE), que apresentou parecer fundamentado sobre a legalidade da transação. O estado afirmou que a PGE ainda não recebeu a recomendação do MP.

Inquérito

A medida faz parte do inquérito civil aberto pelo MP para apurar a legalidade da venda do Quartel-General da Polícia Militar à Petrobras. A abertura do inquérito foi feita pela 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Cidadania da Capital, em 3 de maio de 2012, a partir de uma representação encaminhada pela Associação de Oficiais Militares Estaduais do Rio de Janeiro.


De acordo com o MP, por tratar-se de bem de uso especial, a Lei 8666/93 (Lei de Licitações) "determina que a alienação dos bens públicos imóveis é subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, de prévia avaliação, além de ser condicionada à autorização legislativa".

O Ministério Público encaminhou ofícios ao governo do estado, à Secretaria de Estado de Segurança, à Assembleia Legislativa (Alerj), à Câmara dos Vereadores e à Procuradoria Geral do, para que prestem "informações detalhadas" sobre venda.

Imóvel histórico

A história do Quartel-General da PM vem desde o ano de 1740, quando foi construído no local o Hospício dos Barbonos, destinado à hospedagem dos frades capuchinos italianos, que depois deram lugar aos carmelitas. Em 1831, o local foi ocupado pela Guarda Real de Polícia da Corte, posteriormente chamada de Polícia Militar.


Um novo prédio foi erguido no local, entre 1889 e 1896. Em 1975, com a fusão dos estados da Guanabara e Rio de Janeiro, o quartel ganhou o terceiro pavimento.

Anexo ao grande prédio que tem forma retangular, existe uma capela, a Igreja de Nossa Senhora das Dores, padroeira da PM, cuja construção em estilo neogótico foi concluída em 1881. 

Segundo o governo do estado, a capela não será demolida.
Além do imóvel do Centro, estão previstas a venda dos quartéis do Leblon, de Botafogo e da Tijuca.

Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança (Seseg) informou que a venda do QG da PM é apenas o primeiro passo do projeto de reestruturação dos batalhões e da sede da PM. Segundo a Seseg, a negociação permitirá a entrada de recursos para viabilizar nova sede da corporação.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

GE CONSTRÓI DENTRO DE FORTALEZA HISTÓRICA NA ILHA DO FUNDÃO (RJ)



GE vai investir R$ 500 milhões em Polo Tecnológico da Ilha do Fundão
25 Mai 2012

Espaço será o primeiro da América Latina e ficará pronto em meados de 2013

Bruno Rosa

A GE, umas das maiores empresas dos Estados Unidos, vai investir R$ 500 milhões na construção do primeiro centro tecnológico da América Latina. O espaço, de 24 mil metros quadrados, ficará no Parque Tecnológico do Fundão, no Rio. As obras serão concluídas em meados do próximo ano. A previsão é gerar 400 empregos, sendo a maior parte de cientistas.

De acordo com Reinaldo Garcia, presidente da GE para a América Latina, esse será o quinto centro da companhia no mundo. Hoje, há instalações apenas nos EUA, Alemanha, Índia e China. No local, serão desenvolvidos trabalhos em diferentes áreas, como petróleo, biotecnologia, mineração, transportes e saúde.

- Não havia lugar melhor para instalar esse centro, com o pioneirismo da Petrobras em torno do pré-sal, por exemplo. Vamos entender as necessidades específicas de cada cliente. Vamos fazer parcerias com as universidades e outras instituições. É preciso estar aqui para entender as necessidades locais - disse Garcia, ao lançar a pedra fundamental do espaço, em evento que contou com a presença do governador do Rio, Sérgio Cabral, e do prefeito, Eduardo Paes.

Atualmente, a companhia já tem contratos firmados com Vale, Petrobras, Embraer, OGX e EBX. Garcia afirmou que os trabalhos no local já começaram:
- Hoje, já temos mais de 50 profissionais trabalhando em três frentes de pesquisa, como na área de biocombustíveis, sistemas inteligentes e integração de sistemas. O país vive um momento único de crescimento e possui necessidades específicas de infraestrutura. Por isso, queremos criar soluções específicas para o Brasil - destacou.

Empresa compra 0,8% do Grupo EBX, de Eike Batista

O espaço, que pertencia ao Exército, foi comprado pela Prefeitura do Rio por R$ 13 milhões, de acordo com Marcelo Haddad, diretor executivo da Rio Negócios. Segundo Haddad, o espaço vai trazer riqueza para o Rio, já que a maior parte dos salários dos cientistas oscila entre R$ 12 mil e R$ 15 mil.

A empresa americana também anunciou ontem que comprou 0,8% das ações preferenciais (PN, sem direito a voto) do Grupo EBX, de Eike Batista. A GE vai pagar US$ 300 milhões pela fatia na Centennial, empresa que controla a EBX. Eike já tinha antecipado na noite de quarta-feira em palestra no centro universitário Ibmec, da Barra da Tijuca, a entrada de um novo sócio.

É a segunda vez que Eike vende parte de sua empresa. No fim de março, a Mubadala, uma estatal do governo de Abu Dhabi, pagou US$ 2 bilhões por uma fatia de 5,63% na Centennial.
O empresário brasileiro disse ainda que até setembro vai anunciar um novo sócio, agora asiático, na EBX, que deverá aportar até US$ 500 milhões.

DEMOLIÇÃO QG HISTÓRICO DA PMERJ, EDUARDO PAES É SIMPÁTICO A IDÉIA ! . . .


Construção de prédio em quartel da Polícia Militar terá de ser aprovada pelo Iphan


QG da PM fica perto de bens tombados pela União e pela prefeitura

Publicado:


A entrada do Quartel-General da PM, na Rua Evaristo da Veiga: o estado venderá o imóvel à Petrobras
Foto: Gabriel de Paiva / O Globo
A entrada do Quartel-General da PM, na Rua Evaristo da Veiga: o estado venderá o imóvel à PetrobrasGabriel de Paiva / O Globo
RIO - A superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Rio informou nesta quinta-feira que a construção de um novo prédio no terreno do Quartel-General da Polícia Militar, no Centro, precisará passar pelo crivo da instituição, por estar próximo a bens tombados pela União. 

 Segundo a superintendente, Cristina Lodi, os Arcos da Lapa e o sistema de bondes são tombados e estão situados numa esplanada cuja ambiência não poderá ser prejudicada. 

De acordo com a prefeitura, o gabarito para o número 78 da Rua Evaristo da Veiga, onde está o QG, permite prédios de até 80 metros de altura (26 andares), respeitando o limite de altura dos imóveis ao redor.

A Petrobras ainda não divulgou o projeto da obra. Apesar disso, o Gabinete Civil do Palácio Guanabara já pediu à Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop) uma consulta a empresas especializadas em implosão para uma proposta de demolição, fragmentação e retirada dos escombros do QG da PM, preservando a capela existente. 

A informação foi dada ontem pela assessoria de imprensa da Emop. Modificações de imóveis construídos antes de 1938, quando a prefeitura instituiu o IPTU, devem ser analisadas e autorizadas pelo Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural.

— O imóvel está entre os Arcos da Lapa e o sistema de bondes. Todas as estações de bondes são tombadas provisoriamente. Essa obra vai ter que passar pelo crivo do Iphan — comentou Cristina. — Vários fatores serão observados, como a ambiência, a volumetria (do imóvel a ser construído), o gabarito, o material usado e toda a parte de paisagismo.

Para o prefeito Eduardo Paes, “não há nada que impeça que o prédio (do QG) seja derrubado”:

— O prédio não é tombado, mas não apresentaram nenhum projeto à prefeitura. Acho ótimo que a Petrobras faça outros prédios no Rio.

Emop já consulta empresas especializadas para a implosão do QG

O Gabinete Civil do Palácio Guanabara já pediu à Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop) uma consulta no mercado de empresas especializadas na área de implosão para obtenção de uma proposta de demolição, fragmentação e retirada dos escombros do Quartel-General da Polícia Militar, no Centro, preservando a capela existente. A capela pertence à Arquiepiscopal Irmandade Imperial Nossa Senhora das Dores. A informação foi dada no fim da tarde desta quinta-feira, pela assessoria de imprensa da Emop. Contratando a empresa, o governo do estado atenderá à exigência que a Petrobras fez para a compra do imóvel, por R$ 336 milhões.

Diante de tentativas da Câmara dos Vereadores e da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) de tombar o prédio, cuja construção original data de 1740, a demolição evitará embargos à negociação e ao novo empreendimento. 

Antes, porém, a demolição terá que ser autorizada pelo Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural, já que o imóvel está dentro de uma Área de Proteção do Ambiente Cultural (Apac).

Durante a manhã desta quinta-feira, o prefeito Eduardo Paes disse que o pedido de demolição do Quartel-General, que fica na Rua Evaristo da Veiga, ainda não passou pelos órgãos da prefeitura. 

Na quarta-feira, a prefeitura informou que, de acordo com norma do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), modificações na estrutura de todos os imóveis construídos antes de 1938 devem passar pelo crivo dos conselhos municipais de proteção do patrimônio cultural.

— O prédio não é tombado. Parece que a capela tem valor histórico, mas não apresentaram nenhum projeto à prefeitura. Não há nada que impeça que o prédio seja derrubado. Acho ótimo que a Petrobras faça outros prédios no Rio.

A Polícia Militar informou, na quarta-feira, que a Emop ficaria encarregada da demolição de todo o conjunto arquitetônico do centenário QG da PM, mas não explicara se órgão do governo do estado faria a demolição ou se contrataria uma empreiteira.


Capela Senhor dos Passos, no Centro do Rio, RESTAURADA ! . . .


Após reforma, Capela Senhor dos Passos é reinaugurada no Rio



Ela fica na Praça XV e passou por reforma de 3 anos.
Capela é tombada pelo Patrimônio Histórico.

Do G1 RJ







A Capela Senhor dos Passos, no Centro do Rio, foi reinaugurada na quinta-feira (24), depois de passar por uma restauração que durou 3 anos. Ela é um dos patrimônios arquitetônicos da região e faz parte da história do Brasil, conforme mostrou o Bom Dia Rio.

A capela fica dentro da Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, na Praça XV. A construção, no estilo rococó, do século XVIII, é tombada pelo Patrimônio Histórico.

O projeto foi realizado pela Fundação Roberto Marinho, com patrocínio do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). Também teve o apoio da Rede Globo, da Arquidiocese do Rio, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Ministério da Cultura.

“Hoje é missão cumprida. Depois desses anos, de 2008 até agora, nós realizamos o projeto de restauração, executamos as obras, então, é com muito orgulho que nós estamos devolvendo a Capela Senhor dos Passos”, disse a gerente do projetos da Fundação Roberto Marinho, Mariângela Castro.

Os restauradores também devolveram as cores originais de algumas obras de arte, como a imagem de Senhor dos Passos, que era utilizada na procissão da Sexta-feira Santa, na época do Brasil Império.

“Eu agradeço muito a Deus por poder estar reabrindo essa capela, agora restaurada, como uma parte da história do Brasil, e que, para a Igreja Católica, é sinal daquilo que ela celebra na Semana Santa ”, disse o arcebispo do Rio Dom Orani Tempesta.

DOM PEDRO I, 33 ANOS DE VIDA E A ETERNIDADE DA HISTÓRIA ! . . .


D. Pedro enviava pelos pubianos e desenhos eróticos para a amante

Livro revela detalhes inéditos do triângulo amoroso entre o imperador do Brasil, a imperatriz Leopoldina e a marquesa de Santos. Dê sua opinião

Anderson Dezan, iG Rio de Janeiro |
Um imperador inconsequente, uma imperatriz isolada e, entre os dois, uma mulher segura de si. Assim a historiadora Mary del Priore classifica os três personagens principais de seu novo livro, “A Carne e o Sangue” (Editora Rocco). A partir de cartas inéditas encontradas no Museu Imperial, na cidade de Petrópolis (RJ), a obra retrata sob um novo olhar o triângulo amoroso formado por D. Pedro I, a imperatriz Leopoldina e Domitila de Castro, a marquesa de Santos, e os impactos políticos causados pelo romance.


Foto: DivulgaçãoCapa do livro "A Carne e o Sangue"

De acordo com a autora, entre as descobertas sobre essa história já conhecida estão detalhes íntimos da relação existente entre o imperador e Domitila, carinhosamente chamada por ele de Titília. Em correspondências trocadas por ambos, D. Pedro assinava como “Demonão” ou “Fogo Foguinho”, desenhava o próprio pênis, às vezes ejaculando, e enviava pelos pubianos, considerados na época como prova de fidelidade.

“Nunca vi, nem em correspondências estrangeiras publicadas, cartas tão apaixonadas e derramadas. O tempo todo ele relembrava a vontade que tinha de estar nos braços dela ou as noites de prazer que passavam juntos. Quero ir aos cofres. Era essa a expressão que ele usava”, conta a historiadora.

Os bilhetes encontrados também revelaram, segundo Mary del Priore, a força e o poder que a marquesa de Santos possuía na vida de D. Pedro. Em uma das correspondências, o imperador escreveu: “Quero que vá para São Paulo”. “Vou quando eu quiser”, ela respondeu. “Estou mandando-lhe um cavalo”, enviou o monarca. “Seu cavalo vai ficar pastando no meu jardim”, retrucava Domitila, descrita como bela, com pele acetinada e sem marcas de varíola, uma massa de cabelos escuros e brilhantes e uma boca pequena, mas “bem mobiliada” de dentes.

“Domitila não media palavras. Você vê a solidez de uma relação pautada pela intimidade, que não respeita hierarquia e nem regras de etiqueta”, avalia a autora. “Ela era fruto de um meio. São Paulo na virada do século 18 era uma cidade sem homens, que estavam nas minas ou lutando contra os espanhóis. Isso forjou uma população feminina muito autônoma e de uma disponibilidade sexual que na corte era escondida. A marquesa de Santos não era uma piriguete e, sim, uma mulher segura de si, do que queria e do seu corpo”.
Imperatriz solitária
Foto: DivulgaçãoImperatriz Leopoldina
Se as cartas inéditas utilizadas em “A Carne e o Sangue” revelam uma postura vigorosa e autônoma da marquesa de Santos, por outro lado, elas também apresentam uma Leopoldina solitária e abandonada. Um perfil bem diferente de como os livros escolares a descrevem - como uma participante ativa na vida política brasileira. Mary del Priore encontrou cartas escritas pela imperatriz no final da vida que revelam uma mulher que fala da sua depressão e seu sofrimento psíquico decorrentes do adultério do marido.



“Isso jamais havia sido tratado. A imperatriz descobriu estar em uma relação conjugal onde exercia o exclusivo papel de reprodutora. Ela não conseguiu conjugar nenhuma ligação de espírito e alma com D. Pedro e foi se afastando progressivamente do cenário social”, diz a autora. “Nas cartas, Leopoldina dizia ter horror a sexo. Achou que o imperador fosse gostar dela por suas qualidades morais, não pela cama e nem pela beleza física”.

Um dos episódios mais dramáticos na vida da imperatriz – cansada das traições do imperador – é descrito no livro. Com a morte do pai de Domitila, D. Pedro desapareceu do palácio e foi para a casa da marquesa para consolá-la. Leopoldina escreveu, então, para o pai, o último soberano do Sacro-Império Romano-Germânico e imperador da Áustria, Francisco I, pedindo para ir embora. “Estava em desespero total. Mas D. Pedro contornou a situação, passou algumas noites com ela e deu um anel com corações entrelaçados”, relata Mary del Priore.

Inspiração equivocada

Quando se casaram, D. Pedro tinha 19 anos e, Leopoldina, 20. Ela, descrita como uma moça gorda, bochechuda, com olhos azuis brilhantes, mãos rechonchudas, pele cor de creme, nem bonita e nem feia, queria um companheiro para tocar música, fazer caçadas e empalhar bichos. Ele era conhecido pelo assédio que fazia às mulheres. “Nenhuma mulher se negava a D. Pedro, não só por ser príncipe, mas por ser fogoso”.

Foto: DivulgaçãoD. Pedro I
Seu relacionamento com Domitila teve início em agosto de 1822, durante uma viagem a São Paulo para acalmar os ânimos do governo da província. O imperador já havia rompido com Portugal ao dizer que ficaria no Brasil. Com o aumento da intensidade da relação, Dom Pedro decidiu levar a concubina e os filhos de seu primeiro casamento para a corte, dando-lhe o título de marquesa.

“Inspirado em monarcas como Luís XIV, D. Pedro decidiu levar para a praça pública sua vida privada. A vida sexual dos reis era sinônimo de força e virilidade no Antigo Regime, mas o movimento liberal da Revolução Francesa acabou com isso. De forma atrasada, o imperador transferiu esse costume para o Brasil e focou na Domitila, mas não contava com a reação do povo”, conta Mary del Priore.

Com o romance extraconjugal escrachado, o povo se opôs a D. Pedro e Domitila passou a ser tratada como inimiga número 1 de todos. Quando Leopoldina morreu, as pessoas pensaram que a marquesa de Santos a havia envenenado e foram até sua casa para apedrejá-la.

“Mesmo Luís XIV, que teve todas as amantes do mundo, dormia toda a noite com a própria mulher e jamais perdeu o respeito público por ela. Não era o caso do imperador D. Pedro”, avalia a historiadora. “O imperador dizia que fazia amor de matrimônio com a Leopoldina e amor de devoção com a Domitila. Ele separava bem a carne do sangue, o que justifica o título do livro”.

Enfraquecimento político e término do romance

Devido ao romance com Domitila, D. Pedro enfrentou problemas em encontrar uma segunda esposa, após a morte da primeira. O pai de Leopoldina o chamou publicamente de canalha e tentou barrar todas as princesas austríacas ou alemãs de se casar com ele. Para amenizar a situação, a marquesa de Santos teve que ser afastada do Rio. “D. Pedro pediu para ela fingir que tinha ido e disse: isso é só para eu arranjar uma mulher. Depois você volta”, conta a historiadora.


Ele só conseguiu casar com Maria Amélia, uma jovem que não era princesa de sangue, sem prestígio na Europa. “Desse ponto de vista, ele não fez um bom casamento. Mas quando viu chegar uma menina linda de 16 anos, ele que era um verdadeiro ‘womanizer’, pirou. Isso foi o que define a derrocada da marquesa de Santos”, relata Mary del Priore.

“O insucesso da Guerra Cisplatina, o fato dele se tornar cada vez mais autoritário e a dissolução da Constituinte, somado a essa vida escrachada colaborou para que ele voltasse a Portugal, abdicando o trono para D. Pedro II. O imperador calculou mal suas ações e foi inconsequente”, finaliza a autora.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

PMERJ: CONTINUA A FOME DO ESTADO EM VENDER O PATRIMÔNIO PÚBLICO ! . . .


Polícia Militar diz que estado vai demolir QG para vender imóvel


Conselho municipal ainda precisa dar autorização porque prédio faz parte de Apac

COLABOROU Vera Araujo
Publicado:



A entrada do Quartel-General da PM, na Rua Evaristo da Veiga: o estado venderá o imóvel à Petrobras
Foto: Gabriel de Paiva / O Globo

A entrada do Quartel-General da PM, na Rua Evaristo da Veiga: o estado venderá o imóvel à PetrobrasGabriel de Paiva / O Globo
RIO - A Polícia Militar informou nesta quarta-feira que a Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop) ficará encarregada da demolição de todo o conjunto arquitetônico do centenário Quartel-General da Polícia Militar, na Rua Evaristo da Veiga, no Centro. Ainda não foi informado se a Emop é que fará a demolição ou se contratará uma empreiteira. Assim, o governo do estado atenderá à exigência que a Petrobras fez para a compra do imóvel, por R$ 336 milhões. Diante de tentativas da Câmara dos Vereadores e da Alerj de tombar o prédio, cuja construção original data de 1740, a demolição evitará embargos à negociação e ao novo empreendimento. Antes, porém, a demolição terá que ser autorizada pelo Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural, já que o imóvel está dentro de uma Área de Proteção do Ambiente Cultural (Apac).
Nesta quarta-feira, a prefeitura informou que, de acordo com norma do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), modificações na estrutura de todos os imóveis construídos antes de 1938 devem passar pelo crivo dos conselhos municipais de proteção do patrimônio cultural. Mas nenhuma solicitação de análise da negociação havia sido feita à prefeitura até ontem, segundo informou a assessoria de imprensa.

No terreno do imóvel foram plantadas, no século XVIII, as primeiras mudas de café que depois seriam levadas para o interior do Rio e de São Paulo. Segundo avaliação do historiador Nireu Cavalcanti, o critério para se tombar um imóvel tem deixado de lado verdadeiras relíquias da História nacional.

— A ideia do Iphan era tombar imóveis pelo valor arquitetônico e cultural. Se o imóvel for bonito, tomba-se. Mas há de se refletir sobre o valor histórico das construções. O Quartel-General da Polícia Militar foi sendo reformado com o tempo. No século XIX, assumiu uma arquitetura sisuda, sombria, como é de costume em construções militares. Mas aquilo lá está impregnado de história — disse Cavalcanti.
Segundo ele, a maioria das igrejas construídas na cidade é tombada pelo simples fato de que descaraterizar ou demolir um santuário poderia significar um pecado e “a abertura da porta para o inferno”.

— Nos fundos da Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, na Rua do Ouvidor, no Centro, tem um casarão do século XVIII que não é tombado. A igreja, que é tombada, mantém o imóvel, que é belo e tem uma história importante — disse o historiador. 

— O 1º Batalhão de Cavalaria do Exército do Rio, em São Cristóvão, onde ficam as antigas cavalariças imperiais, que faziam parte da Quinta da Boa Vista no tempo do Império, foi comprado pela prefeitura para a construção de um estacionamento do Maracanã. Não há preocupação com o passado da cidade.

Em nota, o governo informou nesta quarta-feira que a Lei Geral das Licitações (número 8.666/93) permite ao estado que faça a opção entre licitar ou vender diretamente um bem, quando o comprador em questão for uma entidade da administração pública, seja direta ou indireta. Segundo o governo, no caso da Petrobras, trata-se de uma entidade da administração pública indireta, ou seja, é uma sociedade de economia mista. “Cabe ressaltar que todo o processo foi acompanhado pela Procuradoria Geral do Estado, que apresentou parecer fundamentado sobre a legalidade da transação”, diz o texto.

Qualquer cidadão pode pedir tombamento

De acordo com um nota da prefeitura, o artigo 216 da Constituição Federal estabelece que “o ato de tombamento de um bem pelo poder público municipal é da competência do prefeito, mas todo cidadão tem direito a requerer o estudo de tombamento de um bem. 

O cidadão poderá abrir um processo no protocolo do CASS (Centro Administrativo São Sebastião)”. 

Na petição deverão constar “as razões do pleito, bem como levantamento fotográfico do imóvel e do seu entorno”.

O Quartel-General da PM não é um imóvel tombado, mas desde que começaram as especulações para a venda da área, houve reações contrárias ao projeto, alegando que o QG possui valor histórico. 

Em 2008, a Associação de Oficiais Militares Estaduais do Rio de Janeiro (Ame-RJ) encaminhou para a Câmara do Rio uma proposta de preservação de todo o imóvel. 

A partir da iniciativa, um projeto de lei apresentado pelo vereador Carlo Caiado (DEM) tramita na Casa.

Este ano, foi apresentado na Assembleia Legislativa um outro projeto de lei, de autoria do deputado Paulo Ramos (PDT), que também pede o tombamento da sede da PM. Na justificativa, o parlamentar cita que “em 10 de julho de 1865, partiram do quartel — à época conhecido como Barbonos da Corte — 510 oficiais e praças para lutar na guerra do Paraguai, sob a denominação de 31 Corpo de Voluntários da Pátria”. Outro elemento histórico citado foi o fato de o local ter sediado o Corpo de Guardas Permanentes, que era comandado pelo Duque de Caxias, no período de 1832 a 1839. Na terça-feira, Paulo Ramos informou que vai encaminhar para votação, em regime de urgência, o projeto de lei.

Governo afirma que a venda de terreno é legal

O governo do Estado afirmou em nota, nesta quarta-feira, que a venda do terreno do QG da Polícia Militar para a Petrobras, anunciada na segunda, é legal. Desde o início do mês, a negociação do terreno já era questionada pelo Ministério Público. No dia 3 de maio, a 1ª Promotoria de Tutela Coletiva da Cidadania da Capital entrou com uma ação para investigar a legalidade da venda, uma vez que o prédio é um bem público.

O comandante geral da PM, coronel Erir Costa Filho, também voltou a afirmar, através de sua assessoria de imprensa, que a venda do QG da corporação está em negociação porque a PM precisa de recursos para sua modernização. Segundo ele a venda do prédio vai angariar recursos para a instituição. O comandante da PM, através da assessoria, acrescentou ainda que a capela é sustentada pela PM mas não faz parte da instituição.

Na terça-feira, o governo do estado informou que a capela da Arquiepiscopal Irmandade Imperial Nossa Senhora das Dores, construída no século XIX no terreno do Quartel-General da Polícia Militar, será preservada, mesmo após a venda da área para a Petrobras. O prédio do QG, erguido no século XVIII para abrigar frades franciscanos italianos, terá destino diferente quando a venda for efetivada. Ele deverá ser demolido para a construção de um novo edifício da estatal.

Como O GLOBO antecipou, em março deste ano, a ideia do governo do Rio de acabar com o chamado aquartelamento dos policiais, com unidades menores, e maior contingente de policiais nas ruas. Na ocasião, o secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, explicou que pretendia transformar os batalhões em estruturas mais verticais, à semelhança do que já ocorre, por exemplo, em Los Angeles e Nova York, nos Estados Unidos. E que se reunira com o secretário da Casa Civil, Régis Fitchner, para discutir a construção de um prédio no QG da corporação.


DEPUTADOS ESTADUAIS CRITICAM VENDA DE QG HISTÓRICO . . . CADÊ O COMANDANTE GERAL DA PMERJ ?



Deputados estaduais criticam venda do quartel da PM à Petrobras

Por: Bruno Villa em 23/05/12 15:12



O assunto do dia, na Assembleia Legilstiva, nesta quarta-feira (23), é a possibilidade da venda do quartel da Polícia Militar, no Centro do Rio, à Petrobras.
Os deputados Luiz Paulo (PSDB) e Paulo Ramo (PDT) se revezaram nas críticas. O pedetista chamou o negócio, orçado em R$ 336 milhões, de maracutaia.
"Queremos que essa maracutaia, porque o governo Sérgio Cabral é o governo da maracutaia, seja investigada. Será que estamos na febre de contratação de empreiteiras para construção de prédios?", questionou.
A 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Cidadania abriu inquérito civil para investigar a legalidade da venda.



quarta-feira, 23 de maio de 2012

O CHAFARIZ DO CATUMBI . . . NA PORTA DO BATALHÃO DE CHOQUE DA POLÍCIA MILITAR DO RIO DE JANEIRO !


Quarta, 23 Maio 2012 14:50

O Chafariz do Catumbi

Escrito por

A chegada da côrte portuguesa ao Rio de Janeiro, em 1808, causou grande impacto na vida da cidade, em uma dimensão que extrapolou tudo que havia acontecido, e, com certeza, o que se sucedeu. Não houve esfera da vida a não ser afetada, desde a moradia, com muitos expulsos dos próprios lares pela desapropriação, o famoso "Ponha-se na Rua", mas também com a instalação do aparelho estatal da metrópole, elevando como que num passe de mágica a cidade colonial a um status jamais imaginado, mesmo nos sonhos mais loucos.

A súbita chegada de dezenas de milhares de pessoas e o deslocamento da população nativa causou interesse imediato pela urbanização e conquista de novas áreas, afastadas do antigo centro, até para evitar que o imóvel caísse na cobiça de nobres portugueses. Mas havia pouca disponibilidade de terrenos, pois, na região central, acima do Campo de Santana, começavam os mangais de São Diogo, uma faixa mais ou menos alagada se estendendo até onde é a Av. Francisco Bicalho, por onde entrava um braço de mar. Um acontecimento, contudo, aumentaria o interesse pelo local.

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Chafariz do Catumbi em princípios do século XIX, na antiga rua Frei Caneca


Ao chegar, a família real e sua criadagem foi alojada no Paço dos Governadores, na Praça XV, e também no Convento do Carmo e no prédio da Cadeia Velha. Moradias improvisadas, mas o melhor que pôde se arrumar, em prazo tão curto. Tudo mudou quando o negociante Elias Antônio Lopes ofereceu ao príncipe D. João uma quinta em São Cristóvão, considerada a melhor residência dos subúrbios. Localizada em terreno pertencente à antiga fazenda dos Jesuítas, após a expulsão destes foi comprado por Elias Lopes, que começou a erigir sua quinta em 1803.

D. João aceitou de bom grado a oferta, e assim nascia o palácio real, depois imperial, que se tornou sede da côrte, e, portanto, principal centro de atração da vida de então. Com isso, contudo, multiplicariam-se os deslocamentos do príncipe e seus súditos, do Centro para São Cristóvão e vice-versa. Mas o caminho era bem ruim, pois, se fosse preferida uma rota seca deveria se seguir pela rua de Matacavalos (Riachuelo) para depois atingir o Catumbi e seguir tortuosamente até São Cristóvão, fora isso restando apenas a opção pelos terrenos alagados de São Diogo.

Foi então aterrada uma faixa nesses alagados por onde a carruagem de D. João podia passar, cumprindo um trajeto mais direto e mais rápido. Colocaram-se lampiões espaçados regularmente, os quais, acesos à noite, deram o primeiro nome da via: Caminho das Lanternas. Era uma faixa pequena, entretanto, e tornava-se imperioso conquistar a enorme área às águas, tarefa gigantesca, mas que devia começar de algum modo. Assim, em 1811, é promulgado um alvará régio concedendo isenção de impostos a quem a ocupasse, os quais contribuiriam, em defesa dos próprios interesses, para o aterramento pretendido.

Moradias surgiam, e a nova população criou a demanda por ítens indispensáveis, sendo o mais importante a água. Com chafarizes distantes e dispondo só de poços ou água de mangue, a carência do líquido desestimulava a ocupação, e portanto deveria ser resolvida com máxima urgência. Foi encarregado Paulo Fernandes Vianna, intendente de polícia, que agiu rápidamente aumentando o volume de água no Chafariz do Lagarto através de um aqueduto trazendo as águas do Rio Comprido, e construindo um novo chafariz ao lado, o do Catumbi, cujas águas serviram também a outra fonte, no Campo de Santana.

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Chafariz do Catumbi hoje: invasão, lixo e depredação


O chafariz do Catumbi tem o formato de uma torre, composta por dois corpos de cantaria, tendo na parte de cima uma varanda. De seu reservatório saíam originalmente três bicas, depois cinco, que abasteciam uma bacia, também usada pelos animais. Não há hoje não bica alguma, sendo o estado dessa antiga obra lamentável, invadido e com gente morando em seu interior, pelo menos até recentemente. Pichações feitas por vagabundos, que nada mais tem a oferecer à sociedade, completam o quadro. Infelizmente, é essa a realidade de grande parte do patrimônio histórico da cidade: abandono e depredação.

O conjunto dos dois chafarizes próximos, o do Lagarto e o do Catumbi, deveria ser melhor preservado e valorizado como atração turística e ponto de referência cultural, pois contam parte importante da história da cidade na conquista de novas áreas, criando bairros onde antes pouco ou nada havia.

QG DA PMERJ . . . CAPELA HISTÓRICA AMEAÇADA DE DEMOLIÇÃO ! . . .


Mesmo com venda, governo afirma que capela em terreno do QG da PM será preservada


Petrobras confirma intenção de compra e MP abre inquérito para investigar negociação do terreno


Prédio da sede da Polícia Militar, no Centro do Rio, que teria sido comprado pela Petrobras
Foto: Domingos Peixoto / O Globo
Prédio da sede da Polícia Militar, no Centro do Rio, que teria sido comprado pela PetrobrasDomingos Peixoto / O Globo
RIO - A polêmica provocada pelo anúncio da venda do terreno do QG da Polícia Militar para a Petrobras ganhou novos contornos nesta terça-feira. Em nota, o governo afirmou que a capela, que fica dentro da área, será preservada, mesmo com a venda. Segundo o governo, foi feito um acordo entre as partes. Também em nota, a Petrobras confirmou que já foi formalizada a intenção da compra do terreno no valor de R$ 336 milhões. Mais cedo, o O diretor Financeiro empresa, Almir Barbassa, afirmou que ainda não havia fechado com o governo do Estado do Rio a compra da sede do quartel da PM.

O deputado Paulo Ramos (PDT) informou nesta terça-feira que vai encaminhar para votação, em regime de urgência, o projeto de lei de tombamento do quartel, na Rua Evaristo da Veiga. O objetivo do parlamentar é evitar a venda à Petrobras do terreno. Desde o início do mês a negociação já era questionada pelo Ministério Público. No dia 3 de maio, a 1ª Promotoria de Tutela Coletiva da Cidadania da Capital investiga a legalidade da venda, uma vez que o prédio é um bem público.
Como O GLOBO antecipou, em março deste ano, a ideia do governo do Rio de acabar com o chamado aquartelamento dos policiais, com unidades menores, e maior contingente de policiais nas ruas. 

Na ocasião, o secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, explicou que pretendia transformar os batalhões em estruturas mais verticais, à semelhança do que já ocorre, por exemplo, em Los Angeles e Nova York, nos Estados Unidos. 

E que se reunira com o secretário da Casa Civil, Régis Fitchner, para discutir a construção de um prédio no QG da corporação.

Na época, a PM informou que o QG não é tombado, mas que uma igreja que existe lá dentro é, e seria mantida. O projeto previa que o novo prédio ocupasse somente metade do terreno na Rua Evaristo da Veiga. A outra parte seria repassada para a iniciativa privada, e traria mais recursos para o estado. Ao jornal "Valor Econômico", o secretário de Segurança informou, também em março, que a Petrobras estaria interessada no negócio.

Projetos de lei pedem tombamento

O Quartel-General da PM não é um imóvel tombado, mas desde que começaram as especulações para a venda da área, houve reações contrárias ao projeto, alegando que o QG possui valor histórico. Em 2008, a Associação de Oficiais Militares Estaduais do Rio de Janeiro (Ame-RJ) encaminhou para a Câmara do Rio uma proposta de preservação de todo o imóvel. A partir da iniciativa, um projeto de lei apresentado pelo vereador Carlo Caiado (DEM) tramita na Casa.

— Em março deste ano, chegamos a colocar o projeto em pauta. Houve 12 votos a favor de um total de 15. Mas a votação foi interrompida depois que a liderança do governo municipal se comprometeu a articular com o estado a vinda de um representante que explicasse melhor qual é o projeto para o QG. Isso não aconteceu até agora. Se não vier ninguém, vamos voltar a votar, e podemos impedir sejam construídos novos prédios ali — afirmou Caiado.

Este ano, foi apresentado na Assembleia Legislativa um outro projeto de lei, de autoria do deputado Paulo Ramos (PDT), que também pede o tombamento da sede da PM. Na justificativa, o parlamentar cita que “em 10 de julho de 1865, partiram do quartel — à época conhecido como Barbonos da Corte — 510 oficiais e praças para lutar na guerra do Paraguai, sob a denominação de 31 Corpo de Voluntários da Pátria”. Outro elemento histórico citado foi o fato de o local ter sediado o Corpo de Guardas Permanentes, que era comandado pelo Duque de Caxias, no período de 1832 a 1839.

Em nota, o estado reforçou que “a venda do terreno do QG da Polícia Militar inicia, na prática, um novo viés do conceito de polícia ostensiva, nas ruas, sem o aquartelamento nos batalhões”. O texto deixa claro que a iniciativa não deverá se restringir a esse quartel: “De acordo com este conceito, os próximos terrenos de batalhões a serem vendidos deverão ser os de Botafogo (2 BPM) e da Tijuca (6 BPM)”, completa

A nova sede administrativa da PM está planejada para ficar na área onde funciona atualmente o Batalhão de Choque, na Rua Salvador de Sá, no Estácio. De acordo com o governo estadual “os recursos das vendas são finitos. Portanto, não podem ser usados em salários, mas serão inteiramente usados na área de Segurança Pública, seja em equipamentos, capacitação, técnica etc”.


MP INVESTIGA VENDA DE QG HISTÓRICO DA PMERJ !




Ministério Público abre inquérito para 
investigar venda de quartel-general da PM

Terreno de 13.500 m² no centro do Rio foi vendido por R$ 336 milhões

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro abriu inquérito civil, nesta terça-feira (22), para apurar a legalidade da venda do quartel-general da Polícia Militar à Petrobras. O terreno de 13.500 m², localizado na rua Evaristo da Veiga, no centro do Rio, custou R$ 336 milhões.

A Petrobras solicitou à Emop (Empresa de Obras Públicas) que faça ainda um orçamento da demolição do prédio do QG para que o local seja entregue sem a construção. O valor também será repassado ao Estado.

Segundo o governo, todos os recursos obtidos com a venda do terreno e a demolição do prédio serão aplicados na área de Segurança Pública do Estado.

Em relação ao inquérito, a assessoria da Petrobras afirmou que a empresa não irá se posicionar sobre o assunto, pois não teve acesso às informações.

Fim do aquartelamento

A venda do terreno do QG da Polícia Militar inicia, na prática, o conceito de polícia ostensiva, nas ruas, sem o aquartelamento nos batalhões.

A ideia é substituir os prédios de QGs e batalhões por sedes administrativas menores.

A sede administrativa do QG passará a ser, futuramente, em parte do local onde é a do BPChoque, na rua Salvador de Sá, no Estácio, zona norte, que deverá permanecer na área.
Os próximos terrenos de batalhões a serem vendidos deverão ser os de Botafogo (2º BPM) e da Tijuca (6º BPM).

Assista ao vídeo:

terça-feira, 22 de maio de 2012

"PR" . . . A HISTÓRIA POR VIAS TRANSVERSAS ! . . .


Prefeitura marca com tinta casas que serão demolidas

Pichação foi o aviso sobre a desapropriação na Providência. Moradores estão indignados

POR Maria Luisa Barros
O DIA

Rio - Uma prática instituída no início do século 19, com a chegada da Família Real ao Brasil, está tirando o sono dos moradores do Morro da Providência, a primeira favela carioca, no Centro do Rio. 

Há alguns meses, a Secretaria Municipal de Habitação pintou o muro de inúmeras casas com um número e as siglas SMH para identificar os imóveis que serão demolidos no local. 

Em 1808, sem moradia para membros da Corte, as casas recebiam as siglas P.R. (Príncipe Regente), que no popular virou “Ponha-se na Rua”.

Na Providência, muitas famílias foram pegas de surpresa porque sequer foram comunicadas da decisão da prefeitura. “Estava trabalhando. Quando cheguei em casa, levei um susto. 

O muro da minha estava marcado”, criticou o motociclista Wagner Teixeira, 36 anos, que apagou a inscrição. “É muito humilhante”, diz. Como ele, muitos moradores se negam a deixar suas casas. “Com o valor que ofereceram (R$ 50 mil) não consigo comprar outra casa do mesmo tamanho da minha”, destaca.

José Manoel só terá o imóvel reformada e, diferente de vizinhos, estava em casa quando ele foi marca | Foto: João Laet
José Manoel só terá o imóvel reformada e, diferente de vizinhos, estava em casa quando ele foi marca | Foto: João Laet / Agência O Dia
O secretário municipal de Habitação, Jorge Bittar, informou que a marcação é necessária para identificar, sem erros, as casas que serão removidas ou reformadas. “Se algum morador não foi avisado, esse não é o nosso procedimento habitual”, garantiu. De acordo com a Secretaria Municipal de Habitação, 832 residências — 515 em área de risco — serão removidas para dar lugar a obras de revitalização da Zona Portuária dentro do Programa Morar Carioca, que terá R$ 131 milhões.

O aposentado José Manoel de Freitas, 75, não se assustou com a marcação pois estava em casa. A preocupação dele é menor. Sua casa será reformada: “Não vão demolir, mas ficaram de voltar para fazer obras”. Já os vizinhos que vão ter as casas demolidas apagaram as inscrições da SMH. “Parece até a Família Real querendo tirar todo mundo de suas casas”, criticou o músico Sidney Ferreira, 37 anos.

Prioridade a famílias em área de risco

Moradores serão reassentados em 752 unidades que serão construídas no entorno da Providência. A prioridade será dada às famílias em moradias de áreas de risco. No total, 134 já foram demolidas e 157 famílias já foram reassentadas.

De acordo com a Secretaria de Habitação, as obras de infraestrutura incluem implantação de novas redes de água, esgoto e drenagem, além da construção de um teleférico e de um plano inclinado para facilitar a circulação e acessibilidade dos moradores. 

SÉRGIO CABRAL, O PREDADOR DA HISTÓRIA DO BRASIL ! . . . E NINGUÉM FAZ NADA PARA DETÊ-LO . . .


Estado vende batalhão da Polícia Militar no Centro

POR Flavio Araújo
O DIA

Rio - Está aberta a temporada de liquidação de batalhões da PM. O primeiro negócio é uma verdadeira joia: o Quartel General (QG) da corporação, no coração do Centro do Rio, próximo à Lapa e à Cinelândia. O governo do estado confirmou que vai vender o QG à Petrobras por R$ 336 milhões. 

Na lista estão também os quartéis de Botafogo (2º BPM), Tijuca (6º) e Leblon (23º).

A desocupação do QG foi antecipada pela coluna ‘Informe do DIA’ na última quarta-feira, dia 16. O terreno, na Rua Evaristo da Veiga, mede 13,5 mil metros quadrados. 

A Petrobras não confirmou o negócio, mas o Palácio Guanabara, em nota oficial, informou que o QG será completamente demolido pela Empresa de Obras Públicas (Emop) e repassado à petroleira, que deverá erguer mais um arranha-céu no Centro. 

Pelo serviço de demolição, a Emop será paga pela Petrobras.


Quartel General, que fica na Rua Evaristo da Veiga, começou a ser esvaziado | Foto: Divulgação
Quartel General, que fica na Rua Evaristo da Veiga, começou a ser esvaziado | Foto: Divulgação
O objetivo do governo do estado é reduzir o efetivo aquartelado e aumentar em 20% o número de policiais nas ruas. 

A administração central da PM será transferida para o Batalhão de Choque, na Rua Salvador de Sá, no Estácio. 

De acordo com o governo, os recursos obtidos com a venda dos quartéis serão aplicados pela Secretaria de Segurança (Seseg) em equipamentos e capacitação da Polícia Militar.

Sobre novas bases para as tropas dos batalhões de Botafogo, Tijuca e Leblon, a Seseg informou que há projetos em desenvolvimento na Emop para a construção de sedes administrativas menores e mais modernas que os antigos quartéis.

O governo do estado informou ainda que o terreno do 23º BPM será usado até 2016 como canteiro de obras da Linha 4 do metrô. A região, uma das mais caras da Zona Sul, deverá valorizar ainda mais com a inauguração da Linha 4.
Deputado pede tombamento do QG

Os planos do governo de vender os batalhões da PM podem esbarrar na legislação. O deputado estadual Paulo Ramos (PDT) tem projeto de lei (número 1.342, de março passado) para o tombamento do QG. 

Para o parlamentar, a decisão precisa pelo menos ser discutida com a sociedade. Na Câmara dos Vereadores, desde 2009 tramita outro projeto de lei para tombar o imóvel.


“Como decidem vender um patrimônio histórico sem consultar todos os interessados? 

Fiz um requerimento de urgência para que o projeto de tombamento do prédio seja incluído na ordem do dia. 

O governo não foi eleito para destruir o patrimônio do estado”, questiona Ramos.

Segundo o projeto, o prédio do QG sediou o Corpo de Guardas Permanentes, que era comandado por Duque de Caxias, no período de 1832 a 1839. 

Em 10 de julho de 1865, partiram do local 510 oficiais e praças para lutar na Guerra do Paraguai, sob a denominação de 31º Corpo de Voluntários da Pátria.


Um outro terreno do estado na Rua Visconde de Albuquerque, no Leblon, com cerca de 5 mil metros quadrados, será vendido por cerca de R$ 100 milhões.  

segunda-feira, 21 de maio de 2012

BIBLIOTECA NACIONAL . . . INÉPCIA, DESÍDIA E FALTA DE RESPEITO A MEMÓRIA DO POVO BRASILEIRO !


Após vazamentos, laudo recomenda reformas no sistema de refrigeração da Biblioteca Nacional


Acervo foi danificado em três ocasiões por problemas no ar condicionado

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Técnicos da Biblioteca Nacional durante o trabalho de recuperação do acervo após vazamento ocorrido no início de maio
Foto: Pablo Jacob (arquivo) / O Globo
Técnicos da Biblioteca Nacional durante o trabalho de recuperação do acervo após vazamento ocorrido no início de maioPablo Jacob (arquivo) / O Globo

RIO A Fundação Biblioteca Nacional (FBN) informou ter recebido na última sexta-feira o laudo técnico do sistema de ar condicionado do prédio sede da Biblioteca Nacional, na Avenida Rio Branco, atingido recentemente por três vazamentos que danificaram o acervo. A partir desta segunda-feira, o laudo será analisado por técnicos da FBN e do Ministério da Cultura, que ainda esta semana se reunirão para decidir as providências e os prazos em que serão tomadas.
O laudo, segundo a FNB, fez uma análise detalhada do sistema de refrigeração, do estado das torres de resfriamento, da tubulação hidráulica, dos aparelhos de ar condicionado e das instalações elétricas e indica a necessidade de serviços de manutenção, reparos e possíveis trocas no sistema de refrigeração, contratação de serviço de engenharia mecânica, modernização das torres de resfriamento, das instalações elétricas e a substituição da tubulação hidráulica do mais antigo dos três sistemas de ar condicionado.
A FBN informou ainda que todos os periódicos molhados no vazamento do último dia 2 de maio já estão secos, e que 1.489 fascículos ainda estão em processo de recuperação. Eles devem retornar ao acervo à medida que forem liberados pela Divisão de Preservação.
Os constantes vazamentos preocupam funcionários e usuários quanto à conservação do acervo, o maior da América Latina e um dos dez maiores do mundo. O último vazamento, no início do mês, provocou um vazamento no setor de manuscritos. Como ocorreu no horário de expediente, o problema foi rapidamente contornado e as obras não foram atingidas, mas o incidente fez com que a direção desligasse o sistema para a realização do laudo técnico.
Na semana anterior, uma falha no ar condicionado já havia provocado inundação em quatro andares do setor de periódicos da sede da biblioteca. Num primeiro momento, o caso foi minimizado, com os responsáveis afirmando que se tratava apenas de “jornais entre 2010 e 2012”. Não era verdade. A água atingiu coleções da primeira metade do século XX, como um exemplar da “Revista Infantil”, publicada em 1939, e volumes encadernados do antigo “Jornal de Notícias”, que circulou no Rio há cerca de cem anos.
No início de abril, também por defeito do sistema de refrigeração, a hemeroteca (setor onde ficam coleções de jornais, revistas, periódicos e obras em série) do prédio anexo da Biblioteca Nacional, na Praça Mauá, ficou alagada, atingindo mais de 40 coleções, como exemplares do antigo “Deutsche Volksblatt”, periódico editado no Rio Grande do Sul entre 1871 e 1960.