Construção de prédio em quartel da Polícia Militar terá de ser aprovada pelo Iphan
QG da PM fica perto de bens tombados pela União e pela prefeitura
RIO - A superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Rio informou nesta quinta-feira que a construção de um novo prédio no terreno do Quartel-General da Polícia Militar, no Centro, precisará passar pelo crivo da instituição, por estar próximo a bens tombados pela União.
Segundo a superintendente, Cristina Lodi, os Arcos da Lapa e o sistema de bondes são tombados e estão situados numa esplanada cuja ambiência não poderá ser prejudicada.
De acordo com a prefeitura, o gabarito para o número 78 da Rua Evaristo da Veiga, onde está o QG, permite prédios de até 80 metros de altura (26 andares), respeitando o limite de altura dos imóveis ao redor.
A Petrobras ainda não divulgou o projeto da obra. Apesar disso, o Gabinete Civil do Palácio Guanabara já pediu à Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop) uma consulta a empresas especializadas em implosão para uma proposta de demolição, fragmentação e retirada dos escombros do QG da PM, preservando a capela existente.
A informação foi dada ontem pela assessoria de imprensa da Emop. Modificações de imóveis construídos antes de 1938, quando a prefeitura instituiu o IPTU, devem ser analisadas e autorizadas pelo Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural.
— O imóvel está entre os Arcos da Lapa e o sistema de bondes. Todas as estações de bondes são tombadas provisoriamente. Essa obra vai ter que passar pelo crivo do Iphan — comentou Cristina. — Vários fatores serão observados, como a ambiência, a volumetria (do imóvel a ser construído), o gabarito, o material usado e toda a parte de paisagismo.
Para o prefeito Eduardo Paes, “não há nada que impeça que o prédio (do QG) seja derrubado”:
— O prédio não é tombado, mas não apresentaram nenhum projeto à prefeitura. Acho ótimo que a Petrobras faça outros prédios no Rio.
Emop já consulta empresas especializadas para a implosão do QG
O Gabinete Civil do Palácio Guanabara já pediu à Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop) uma consulta no mercado de empresas especializadas na área de implosão para obtenção de uma proposta de demolição, fragmentação e retirada dos escombros do Quartel-General da Polícia Militar, no Centro, preservando a capela existente. A capela pertence à Arquiepiscopal Irmandade Imperial Nossa Senhora das Dores. A informação foi dada no fim da tarde desta quinta-feira, pela assessoria de imprensa da Emop. Contratando a empresa, o governo do estado atenderá à exigência que a Petrobras fez para a compra do imóvel, por R$ 336 milhões.
Diante de tentativas da Câmara dos Vereadores e da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) de tombar o prédio, cuja construção original data de 1740, a demolição evitará embargos à negociação e ao novo empreendimento.
Antes, porém, a demolição terá que ser autorizada pelo Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural, já que o imóvel está dentro de uma Área de Proteção do Ambiente Cultural (Apac).
Durante a manhã desta quinta-feira, o prefeito Eduardo Paes disse que o pedido de demolição do Quartel-General, que fica na Rua Evaristo da Veiga, ainda não passou pelos órgãos da prefeitura.
Na quarta-feira, a prefeitura informou que, de acordo com norma do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), modificações na estrutura de todos os imóveis construídos antes de 1938 devem passar pelo crivo dos conselhos municipais de proteção do patrimônio cultural.
— O prédio não é tombado. Parece que a capela tem valor histórico, mas não apresentaram nenhum projeto à prefeitura. Não há nada que impeça que o prédio seja derrubado. Acho ótimo que a Petrobras faça outros prédios no Rio.
A Polícia Militar informou, na quarta-feira, que a Emop ficaria encarregada da demolição de todo o conjunto arquitetônico do centenário QG da PM, mas não explicara se órgão do governo do estado faria a demolição ou se contrataria uma empreiteira.
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