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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

EDUARDO PAES A VACA VAI TOSSIR ! . . . GRADES JÁ !

Abertura de espaço público


 

Retirada de grades da Praça Tiradentes e retorno de mendigos reacendem debate sobre estética, lazer e segurança




Publicada em 11/08/2011 às 09h11m



RIO - O debate será em praça pública: apenas três dias depois da retirada das grades da Praça Tiradentes, mendigos voltaram a ocupá-la à noite, o que reacende a questão sobre as consequências que poderia ter uma ampla remoção de gradis de espaços públicos, já cogitada pelo prefeito Eduardo Paes.

A instalação ou retirada das grades é uma discussão que envolve desde conceitos de estética até temas sociais e urbanos como a importância do acesso livre às áreas públicas para o lazer. Sem falar na questão da segurança.



A cena flagrada na madrugada de terça-feira mostra que o problema é desafiador.

Apesar da nova iluminação e de um carro com dois guardas municipais fazer a ronda nas imediações, a Praça Tiradentes voltou à velha condição de dormitório público.

Três mendigos, aparentemente alcoolizados, dormiam amontoados. Porém, só foram convidados a sair dali quando os agentes municipais perceberam a presença de uma equipe do GLOBO.

Os guardas se justificaram dizendo que os moradores de rua acabam voltando. O trio atravessou a praça e conseguiu um cantinho no entorno do Teatro João Caetano, onde duas pessoas já estavam sob a marquise.



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Prefeitura diz que pretende abolir fechamento de praças com grades, como já aconteceu na Tiradentes





Por lei, guardas municipais não podem retirar a população de rua das praças. Eles só podem agir se a pessoa estiver deitada no banco.



Entusiasta do projeto de revitalização da Praça Tiradentes - inclusive da retirada das grades, o presidente do IAB-RJ, Sérgio Magalhães, pondera que cada caso é um caso.



- As grades são inertes, não têm conteúdo. Nós é que oferecemos uma simbologia para elas, que pode ser de exclusão ou de proteção. Não vejo o que o Passeio Público, por exemplo, perdeu pelo fato de ter grade. Há alguns anos, uma grade substituiu um muro entre o Jardim Botânico e a Rua Pacheco Leão e ficou elegantíssimo. Já a Praça Santos Dumont, na Gávea, não tem grades, o que me parece acertado. Imagine, por exemplo, a Praça Quinze gradeada: não ficaria bom.



Para o presidente da Associação dos Proprietários de Prédios no Leblon e presidente do Conselho Comunitário de Segurança do 23º. BPM (Leblon), Augusto Boisson, abolir as grades é fazer poesia fora de época:



- Nós vivemos no Rio de Janeiro, não na Europa. Se não tivesse sido gradeado, nós não teríamos hoje o Jardim de Alah, que teria sido destruído pelo vandalismo. Um caso totalmente diferente é a Praça Antero de Quental. É a única grande praça do Leblon, uma pérola que os próprios moradores ajudam a cuidar. Nesse caso, somos radicalmente contra o gradeamento.



O arquiteto Miguel Pinto Guimarães é a favor da abertura:



- Tem que controlar com iluminação e guarda municipal. Segurança é o dever do poder público. Os espaços têm que estar abertos para a cidade.



População de rua no Centro e no Largo do Machado

A equipe do GLOBO percorreu outras áreas sem gradil. Nos largos de São Francisco e da Carioca, no Centro, também havia população de rua. No Largo do Machado, já na Zona Sul, o problema se repetia.





Nos espaços gradeados, o quadro era outro. Protegidas, as praças da República e Paris, no Centro, estavam vazias. Na Serzedelo Correia, em Copacabana, outro espaço cercado, também não havia ninguém. Mesmo com as portas abertas, apesar do gradeamento, a General Osório, em Ipanema, não atraiu visitantes sonolentos. Uma das poucas exceções era a Afonso Pena, na Tijuca. Apesar da ausência de grades, não havia mendigos.



'Nem que a vaca tussa!': prefeito descarta pôr grades de volta

O prefeito Eduardo Paes diz que não tem um estudo para promover uma ampla remoção de grades das áreas públicas hoje cercadas, mas que achou ótimo ter provocado um debate. Aparentemente disposto a aumentar a provocação, ele brinca dizendo que, se fosse autoritário, já teria retirado as grades do Jardim de Alah. Para ele, as grades não salvaram o espaço, muito pelo contrário:



- Eu acho que não tem nada mais morto do que o Jardim de Alah. Normalmente, vejo algumas pessoas que soltam cachorros para serem treinados ali. E mais nada. A gente pode até fazer um parcão, tudo vai depender do debate. Se eu fosse autoritário, já tinha tirado a grade de lá. Quando fui secretário do Meio Ambiente, em 2000, achei que tinha que abrir, que traria mais benefícios e melhoraria a segurança. Mas houve uma forte reação.



Para o prefeito, há "causos e casos":



- Se querem chamar o Campo de Santana e a Praça da República de praças, acho que estes locais têm que ser cercados. Eles têm características de parque. Já se for falar da Praça Paris, a minha visão é que ali é outro lugar para se discutir.



Sobre os mendigos terem voltado à Tiradentes, Paes garante que não há a menor possibilidade de a praça ser novamente gradeada:



- Nem que a vaca tussa! Não gosto da perspectiva higienista sobre a população de rua. A gente tem que acolher as pessoas, independentemente se elas dormem na praça ou na rua.



Ele disse ainda que O GLOBO contribui para restringir a discussão à Zona Sul do Rio.



- Acho o debate muito bom. Mas quero discutir também a Zona Norte, a Praça Patriarca, em Madureira, cheia de gente, viva, em contraponto com a praça da Igreja da Penha, fechada e isolada. Por que ninguém quer discutir a Zona Norte?




domingo, 7 de agosto de 2011

Patrimônio, Rio de Janeiro tem de volta a Praça Tiradentes !


Patrimônio

Rio de Janeiro tem de volta a Praça Tiradentes

Reforma do espaço carioca que mistura história, cultura e boemia levou um ano e custou 3,5 milhões de reais

Cecília Ritto do Rio de Janeiro
VEJA



A nova Praça Tiradentes

Espaço histórico, cultural e boêmio no centro do Rio de Janeiro, a Praça Tiradentes passou por uma reforma completa e será devolvida à população neste sábado.

Confira algumas imagens:








No grande programa de reformas que está mudando a cara do Centro do Rio de Janeiro, chegou a vez da Praça Tiradentes, que passou por obras que duraram um ano e mereceram investimento de 3,5 milhões de reais financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BID. Foi uma faxina completa, que vai devolver à cidade, neste sábado, um espaço que combina valor histórico, cultural e boêmio.

No centro da praça, está a estátua pública mais antiga do Rio de Janeiro. Inaugurada por dom Pedro II em 1862, ela homenageia dom Pedro I como símbolo da força do Império. Sobre um cavalo, e cercado de alegorias indígenas, o imperador tem nas mãos o “Manifesto às Nações Amigas”, que anunciou ao mundo a independência do Brasil.

No entorno do quadrilátero, estão dois dos mais importantes teatros do Rio – o Carlos Gomes, de 1905, e o João Caetano, que ocupa o terreno que abrigou o Real Teatro de São João e o Imperial Teatro São Pedro de Alcântara, ambos destruídos por incêndios. E também a lendária Estudantina, a mais famosa gafieira carioca. Um conjunto precioso que ficou relegado ao abandono nas últimas décadas. A última intervenção pública na praça foi cercá-la - o que expulsou dali os pedestres e transformou aquele espaço num lugar ermo e perigoso.



Agora, livre de grades, bem iluminada e com o calçamento de pedras portuguesas totalmente recuperado, a praça que foi batizada de Tiradentes já no período republicano pode voltar a ser ocupada, retomando sua tradição de local de convivência. No período colonial, abrigava feiras. No império, tornou-se um centro cívico, símbolo do poder da nação brasileira. Ali havia apresentação de bandas, e a população se reunia em frente ao Imperial Teatro São Pedro de Alcântara - na área onde fica hoje o João Caetano - para acompanhar as aparições públicas e os discursos do imperador. “Será uma boa oportunidade para admirar as diferentes camadas da história. Ali é um dos lugares onde os diversos tempos da cidade convivem mais intensamente”, diz o historiador Paulo Knauss, da Universidade Federal Fluminense (UFF). “Trabalhamos para que ela possa, de fato, assumir integralmente a sua vocação histórica e cultural”, explica o secretário de Patrimônio da prefeitura do Rio, Washington Fajardo.



A Praça Tiradentes resistiu bravamente ao abandono, conseguindo manter locais de referência como a Estudantina, fundada em 1928 e reaberta ali há 33 anos. Nela, foram gravadas cenas de novelas como O Clone, Barriga de Aluguel e Caminho das Índias. Todas escritas por Glória Perez, frequentadora assídua e também madrinha da casa. Foi a Estudantina um dos locais responsáveis por manter a Praça Tiradentes ativa. Com a revitalização, até o final do ano a gafieira colocará mesas na calçada para atender o público de seu restaurante. “Há 33 anos era um burburinho essa praça. Havia muitas casas noturnas. Depois, só ficou a Estudantina”, conta o dono do local, o espanhol Isidoro Fernández.



Perto dali estão a casa de Bidu Sayão, uma das mais importantes cantoras líricas do país, o Centro de Referência do Artesanato Brasileiro, e o Solar de Visconde do Rio Seco, da época de D. João VI - que está a merecer uma boa reforma. E também dois prédios que abrigam acervos valiosos de natureza e períodos distintos - o Centro Cultural Hélio Oiticica, e o Real Gabinete Português de Leitura, uma joia arquitetônica de inspiração manuelina, onde está uma rara biblioteca. É essa mistura de presente e passado que torna a Praça Tiradentes ainda mais charmosa.



O desafio de agora é fazer com que os pedestres, normalmente apressados pelo centro, usem o espaço. “No tempo em que era um centro cívico, bandas se apresentavam, pessoas se reuniam para ouvir os discursos do imperador. Agora, precisamos ocupar a praça, não basta abrir os portões. É necessário que haja motivos para as pessoas voltarem a se reunir ali”, alerta Paulo Knauss.