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sábado, 11 de junho de 2011

A Igreja da Prainha

A Igreja da Prainha

07/06/2011 - 08:01
Enviado por: Paulo Pacini
JB


As invasões francesas, em 1710 e 1711, foram dos eventos mais traumáticos pelos quais o Rio de Janeiro passou, e sua lembrança ainda assombraria várias gerações de cariocas até que a bruma do tempo as reduzisse a práticamente nada. Muitas foram as vítimas inocentes do conflito, só encerrado após pagamento de resgate em 1711 ao corsário Duguay-Trouin, que se apossou da cidade após o governador Francisco de Castro Morais tê-la deixado à própria sorte e fugido covardemente, atitude que lhe valeu condenação posterior, recebendo pena de degrêdo e prisão perpétua na Índia.



Dentre as desastradas medidas tomadas pelo infeliz governante em 1710, uma delas atingiria um antigo e modesto templo, afastado da região central. Como resultado de péssima inteligência e falta de melhor conhecimento militar, Francisco de Morais concentrou suas tropas ao longo da Vala (Rua Uruguaiana) e aguardou o inimigo, que, ao perceber o estratagema óbvio, seguiu outra rota, passando pela Rua do Riachuelo sem práticamente encontrar resistência. Com medo de ser surpreendido pelo lado da Prainha (Praça Mauá), Morais ordenou que se incendiasse os armazéns, procurando com isso dificultar a passagem dos possíveis atacantes. O fogo os consumiu, mas também levou a pequena capela de São Francisco da Prainha, a única das redondezas.





São Francisco da Prainha: testemunha histórica renascida das cinzas de 1710



Construída durante o século XVII, sua existência deve-se à iniciativa exclusiva do padre Francisco da Mota, dono de várias propriedades, que incluíam armazéns e diversos imóveis. Ao falecer, em 1704, legou em testamento todos os bens à Ordem Terceira de São Francisco da Penitência. Vinte e oito anos após o desastre de 1710, era reinaugurada a capela da Prainha, reconstruída e entregue ao público em novembro de 1738. O templo atual, contudo, é produto de reforma posterior, feita em 1910, e está no centro de um conjunto de imóveis antigos e preservados, nos quais está incluída a Escola Padre Doutor Francisco Mota, construída em 1897.



A igreja, renascida das cinzas em 1738, é tombada pelo IPHAN, e sua localização a torna menos conhecida que outras da região central, como aquelas situadas na Av. Primeiro de Março, sendo este mais um motivo para se conhecer aquele que é um dos mais antigos templos da cidade e testemunha de dramáticos acontecimentos do passado.




Comentários

Roberto Lima enviou em 08/06/2011 as 23:18:



"está no centro de um conjunto de imóveis antigos e preservados"? O senhor esta enganado. Moro no Morro da Conceição e sofro toda vez que passo pelo igreja. Uma pena.



>Olá, Roberto, o que quis dizer é que o conjunto preserva as características do início do século, não foi demolido nem "modernizado", mas é claro que se beneficiaria de um processo de renovação e conservação, que ocorrem em outros templos do Rio, como, por exemplo, o que acontece atualmente na Igreja do Sacramento. Há algum tempo falava-se de um projeto de restauração patrocinado com verba vinda da Alemanha. Vamos torcer para que isso aconteça, pois esta igreja merece, não é mesmo?



Cunha enviou em 09/06/2011 as 07:29:



Com tantos fatos históricos ocorridos em nossa região,não sei por quê não planejam elaborar um projeto para a produção de um filme realmente épico,tipo suprer-produção. Com certeza seria uma aventura riquíssima, com caravelas portuguesas,francesas, índios ,corsários e muios combates que não deixariam para trás cenas semelhantes aos filmes de estrangeiros de mesmo conteúdo. Tuda a região armazena conteúdo para uma aventura. A computação gráfica baseada na descrição da geografia da região e dos fatos ocorridos, seria ferramenta básica para a trama. Imaginem cenas da primeira invasão... Paremos por aquí, pois é muota riqieza.



roberto lima dos santos enviou em 09/06/2011 as 18:45:



É Paulo...acho difícil. Essa verba, vem de uma família ou entidade, por isso o nome do colégio secundário é Sonja Kill (leia-se Sonia). Essa mesma entidade é quem banca várias atividades filatrópicas da ordem terceira, como o Hospital, la no bairro da muda e que esta a míngua...O IPHAN, ele tomba, mas não entra com nenhuma contrapartida, a igreja nem abre mais. Sou historiador, fiz um roteiro contando a historia do morro e parte da ocupaçao da area da prainha. Mas não obtive muito sucesso nem no iphan nem na ordem. Uma pena, cultura infelizmente é "contato"... abraços.



Cunha enviou em 09/06/2011 as 22:07:



quinta-feira, 9 de junho de 2011

UPP NO CAMPO DE SANTANA





Prezada Cora Rónai.



Apreciei muito o seu artigo de hoje, denunciando o estado de abandono desta jóia da nossa cidade, que é o Campo de Santana. Deixa-me bastante satisfeito quando uma jornalista com o seu prestígio usa o seu espaço para defender o patrimônio histórico-cultural da nossa cidade, o qual, diga-se, é riquíssimo.

É inconcebível que uma cidade que pretende se tornar um dos grandes polos do turismo internacional, e que daqui a poucos anos será sede de uma Olimpíada, cuide tão mal deste patrimônio. Fiquei contente também por você ter usado o nome histórico Campo de Santana.

Provavelmente pensamos da mesma forma, que a república não merece ser nome desta obra encomendada por D. Pedro II ao grande paisagista Auguste François Marie Glaziou, o mesmo que fez o parque da Quinta da Boa Vista.

Merece sim, aliás, as pichações e depredações sofridas pelo monumento a Benjamin Constant, maldosamente colocado no centro do Campo, assim como merece as pichações do monumento a Deodoro na Praça Paris, e os mendigos que dormem em seu entorno.

Uma cidade para a qual o turismo representa importante fonte de recursos, não pode oferecer apenas belezas naturais e prostituição. Afinal, temos muita história para contar, muitas construções e parques para nos orgulhar se fossem bem cuidados.

Com que cara vamos mostrar a um viajante internacional o Campo de Santana, o Palácio Imperial da Quinta ou o Hospital São Francisco de Assis do jeito em se encontram?

Sem falar no belíssimo prédio da Faculdade de Medicina da Praia Vermelha, cuja pedra fundamental foi colocada pelo Imperador, e que foi demolido sem explicação.

Mais uma vez, parabéns pelo artigo.



Bruno Hellmuth

médico