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terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A RUA DOS TEATROS


05/01/2010 - 13:44 Enviado por: Paulo Pacini

A vida noturna carioca, assim como em outras metrópoles modernas, se encontra dispersa por várias localidades, conseqüência do processo de crescimento e expansão experimentado pelas cidades.
Contudo, em épocas passadas, muitas das casas de espetáculo tendiam a se concentrar em uma região, em função da clientela ou tradição, na esperança de garantir sua bilheteria.
A partir do século XIX, e por um largo período, a área com maior número de teatros foi a Praça Tiradentes, o antigo Rossio, acompanhando o pioneiro Teatro São Pedro, de 1813.
Durante o nascimento e urbanização da conhecida praça, que era uma grande área entre terrenos alagados e chácaras, é aberta em 1801 uma nova rua, em terras da primitiva sesmaria que no século XVIII pertencia ao guarda-mor Pedro Dias Pais Leme.
Ligando a Rua do Senado (iniciada em 1789) à Praça Tiradentes, a Rua do Espírito Santo se tornaria um dos endereços mais conhecidos na vida artística do Rio de Janeiro, nas décadas seguintes e até o século XX.

Rua Pedro I, lar de Chiquinha Gonzaga e de teatros de outrora


Em 1877, inaugurava-se o Teatro Varietés, chamado no ano seguinte de Teatro Variedades, depois Brasilian Garden e por fim, em 1880, Teatro Recreio Dramático, abreviado para Teatro Recreio.


Localizava-se no final da rua, em um trecho sem saída, com os fundos dando para a encosta do morro de Santo Antônio.


De capacidade média, era muito popular, tendo recebido até mesmo o imperador D. Pedro II em 1884.


Fechou suas portas em 1969, após quase cem anos de existência. Outro bastante conhecido foi o Lucinda, de 1880, onde foram representadas peças de autores famosos, como Arthur Azevedo.


Esta antiga casa de espetáculos também foi palco de acontecimentos políticos relevantes, quando, em abril de 1906, sediou o Iº Congresso Operário Brasileiro, que decidiu pela criação da Confederação Operária Brasileira e a deflagração da greve geral em 1º de maio de 1907.


Uma das figuras mais conhecidas da vida artística carioca nesta época foi Pascoal Segreto, cuja empresa arrendou o Teatro Carlos Gomes, o São José e o Maison Moderne, em frente ao Carlos Gomes, do outro lado da rua e fazendo lado com a praça.


Em seus jardins Segreto fez instalar um parque de diversões com brinquedos, palhaços, mágicos e bandas de música, que tocavam maxixes e tangos, para atrair o público para suas peças.


Em 1912, estreava no São José a peça Forrobodó, de Luiz Peixoto e Carlos Bittencourt, com música de Chiquinha Gonzaga, a mais famosa moradora desta rua, uma presença constante em seus teatros.


Viveu e faleceu em seu apartamento, na véspera do carnaval de 1935.


A Rua do Espírito Santo, tão ligada às artes cênicas e à música, passaria em 1921 a se chamar Pedro I, após ter o nome de Luís Gama durante um período.


O último teatro remanescente desta era, o Carlos Gomes, nasceu em 1872 como Teatro Cassino Franco-Brésilien, passou por três incêndios, e continua sua trajetória de quase 140 anos em pleno século XXI, como símbolo renascido da arte brasileira, eternamente persistindo e se reinventando.

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