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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

A PRAÇA JOSÉ DE ALENCAR


19/01/2010 - 09:18 Enviado por: Paulo Pacini

Durante sua curta estadia como governador do Rio de Janeiro, de 1575 a 1577, Antonio Salema procurou estabelecer uma melhor comunicação com novas áreas agrícolas, como em Botafogo, visando resolver o problema do abastecimento do núcleo colonial e assegurar o desenvolvimento local como modo de evitar ou combater invasões estrangeiras.
Pleiteou e obteve junto à coroa portuguesa os recursos necessários à construção de um engenho de cana, às margens da lagoa de Sacopenapã, futura Rodrigo de Freitas, para qual a acessibilidade também era fundamental.
O engenho nunca funcionou, e das obras de Salema, apenas uma sobreviveria, a ponte sobre o rio Carioca, que acabou levando seu nome.
Durante séculos, o rio que deu nome à terra formava uma barreira delimitando o Catete do Flamengo, e esta ponte era fundamental no planejamento das novas vias.
Construída onde é atualmente a praça José de Alencar, que foi conhecida como Largo do Catete ou da Ponte do Catete, nela se cobrou o primeiro pedágio urbano, de 40 réis por animal ou carro, aplicado até 1866, por quase trezentos anos.


José de Alencar em sua bela praça no Rio de Janeiro de 1906



Os primeiros ocupantes se dedicaram à horticultura, além de existirem várias olarias, as quais utilizavam as águas do rio próximo.


Do século XVIII em diante surgiram várias chácaras de grande área, sendo que, após 1808, com a vinda da côrte portuguesa, toda região do Catete foi rápidamente ocupada, tornando-se bairro de eleição para moradia dos mais abastados, o que continuou durante várias décadas.


Mas o prédio de maior destaque nesta praça foi o Hotel dos Estrangeiros, que originalmente deveria ser o palacete da chácara do conselheiro Cláudio da Costa, cujas obras foram suspensas em 1831.


Com ampliações e modificações necessárias ao seu funcionamento, este luxuoso hotel estabeleceu um novo patamar em termos de qualidade, em um século onde o "know-how" da hospedagem ainda se desenvolvia.


A notoriedade do estabelecimento, contudo, ficaria ligada a um acontecimento trágico, o assassinato do senador Pinheiro Machado no saguão hotel em 1915, apunhalado pelas costas pelo padeiro Francisco Manso de Paiva.


O desaparecimento do político causou a decadência do partido republicano, do qual era presidente.


O velho largo do Catete mudaria seu nome em definitivo para José de Alencar no ano de 1897, quando foi inaugurada a bela estátua de Rodolfo Bernardelli, que lá se encontra até hoje, em posição diferente.


A maior modificação feita nesta praça foi a canalização do rio Carioca, durante a gestão de Pereira Passos na prefeitura, entre 1903 e 1906, e as obras do metrô nos anos 70 iriam fazer desaparecer grande parte dos imóveis, ficando como ponto de referência apenas a Igreja Metodista, construída no século XIX.


A colocação da estátua de Alencar onde era antiga ponte do Salema, junto ao rio Carioca, é bastante simbólica, e uma justa homenagem àquele que, através de várias obras, imortalizou personagens, costumes e acontecimentos históricos desta cidade de São Sebastião.

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