Em outubro de 1838, em uma sala do antigo Museu Nacional no Campo de Santana, pertencente à Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional, era fundada a instituição que ocuparia lugar central na preservação e resgate da memória do país.
Através da iniciativa do Cônego Januário da Costa Barbosa e do Marechal R.J. da Cunha Matos, há mais de 170 anos, nascia o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
Foi solicitado ao imperador D. Pedro II, ainda durante a Regência, que se tornasse o protetor perpétuo da instituição, o que foi aceito e tornado efetivo desde março de 1839.
Tendo como objetivo o arquivamento de documentos necessários para a história do Brasil, o Instituto recebeu, desde seu início, apoio de colaboradores excepcionais, que ajudaram a construir respeitável patrimônio de informação, tanto pela preservação de documentos quanto pela colaboração em artigos de sua revista, referência para pesquisadores de diversas áreas.
Silogeu Brasileiro na Lapa, sede do IHGB por várias décadas
Localizou-se inicialmente no Paço, em uma sala no pavimento térreo, dando de um lado para a frente do prédio e do outro para a rua D. Manuel e Assembléia, onde ficava o teatro Manoel Luís, prédio do tempo do Marquês de Lavradio.
Funcionaria a partir de 1840 no Convento do Carmo, desapropriado pelo governo durante o "ponha-se na rua" da chegada da Côrte portuguesa em 1808.
Espaço precário e limitado, ameaçava desmoronar, sendo necessária grande reforma, concluída em 1906 mas descaracterizando o aspecto colonial do convento.
Contudo, a Mitra havia movido uma ação contestando a posse do imóvel, e, tendo ganho a causa em decisão do STF, acabou sendo perdida esta primeira sede.
Diante da situação, o governo decidiu retomar uma obra inacabada para abrigar o instituto, situada na praia da Lapa, hoje Avenida Augusto Severo.
Construído durante o século XIX para ser uma maternidade, acabou ficando sem função após a inauguração da unidade de Laranjeiras (hoje pertencente à UFRJ), e foi abandonado.
Ao terminar a obra, foi decidido que o prédio abrigaria, além do IHGB, também a ABL, a Academia de Medicina e Instituto dos Advogados, todos ainda sem sede própria.
Como não se sabia qual nome dar ao prédio, cunhou-se a expressão Silogeu Brasileiro, que significa casa de estudos em conjunto.
Aos poucos, as outras entidades foram obtendo casa própria, só ficando o IHGB até que, finalmente, nos anos 70, pode se mudar para o prédio atual, ao lado do desaparecido Silogeu.
Com importante biblioteca e museu com valiosos objetos, ambos abertos ao público, o IHGB prossegue em seu terceiro século de existência, subsidiando gerações atuais e futuras com a valiosa e preservada história de seu passado.
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