No início do século XVIII, chegava ao Rio um grupo inesperado de frades capuchinhos, que, segundo relatos, dirigia-se para a Ilha de São Tomé quando uma tempestade os fez perder o rumo.
O governador Aires de Saldanha, sem ter onde alojá-los, aceitou a oferta de João Machado Pereira e os enviou para sua ermida, dedicada a N.Sª da Conceição, situada na rua Domingos Manuel (Rosário) com Ourives (Miguel Couto).
O abrigo dos frades, nos fundos da ermida, passou desde então a ser conhecido como Hospício (hospedagem).
Buenos Aires, ex-Hospício, uma das mais conhecidas ruas do Rio
Junto a este, desde o século anterior, existia uma pequena rua, estendendo-se desde a Quitanda até as proximidades da Vala (Uruguaiana).
Conhecida como Rua da Portuguesa ou Margarida Soares, passaria a se chamar Rua Detrás do Hospício a partir da estada dos capuchinhos.
Após estes partirem para a ermida do Desterro (Lapa) e posteriormente construírem casa própria na rua dos Barbonos (Evaristo da Veiga), a antiga via continuou sua expansão rumo ao interior, já alcançando o Campo de Santana quando a côrte portuguesa chegou em 1808.
Nessa época, a outra extremidade já se comunicava com a rua Direita (1º de Março).
Originalmente de uso misto, com lojas e moradias, como a maioria então, é hoje uma das ruas de comércio mais ativo, especialmente após as reformas que conquistaram mais espaço para os pedestres.
Buenos Aires desde 1915, a antiga Rua do Hospício continua sendo neste novo século uma das mais conhecidas e famosas do centro do Rio de Janeiro.
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