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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

IGREJA DA CANDELÁRIA

A Candelária

07/02/2011 - 10:52
Enviado por: Paulo Pacini
JB


Se há um templo no Rio de Janeiro que se destaque pela imponência e proporções, a honra cabe sem dúvida à Igreja da Candelária.

Sua grandiosidade freqüentemente confunde os interessados e curiosos, acreditando que no passado teria sido catedral metropolitana, ou mesmo que ainda é.

Poderia ter sido mas não foi, mas sua longa trajetória testemunhou diversos episódios da história da cidade.



Tudo começa no início do século XVII, quando o navio de Antônio Martins de Palma, em pleno oceano Atlântico, é atingido por terrível tempestade.

Com a ameaça iminente da morte, faz voto de erigir uma capela em homenagem a N.Sª das Candeias na primeira terra que encontrasse, caso fosse poupado pela tormenta.

Chegando são e salvo ao Rio, o quase náufrago cumpre a promessa construindo um pequeno templo, logo conhecido e frequentado por boa parte da população.





Candelária, o mais imponente templo do Rio
(Foto: Arquivo Central do IPHAN-RJ)



A data do ocorrido é controversa, com alguns historiadores citando o ano de 1630, mas uma pesquisa mais apurada revelou a presença de Antônio Martins na cidade muito antes disso, e, hoje em dia, recua-se sua criação para antes de 1613, colocando o templo no seleto grupo daqueles com mais de quatro séculos de idade.

Quanto à localização, imaginava-se ter sido à beira-mar, onde o navio teria aportado, mas constatou-se que tal não poderia ter acontecido, pois a área já se encontrava ocupada, inclusive por um fortim.



Transferida a propriedade da igreja e terreno adjacente à Misericórdia em 1639, transformou-se em matriz de nova paróquia, a segunda da cidade, e seu patrimônio seguia aumentando através de doações.

Em 1711, a Candelária acabou fazendo parte de um episódio grave, pois nela foi sepultado o francês Duclerc, preso na tentativa de invasão do ano anterior e assassinado por mascarados em casa próxima à igreja.



A administração a seguir passou para a Irmandade do Sacramento que, em 1775, decide erigir novo prédio, até mesmo pelas más condições reinantes.

Para tal obteve uma pedreira da qual seria extraído o material básico de construção, que deu nome à rua próxima, chamada desde então de "Pedreira da Candelária", a Bento Lisboa atual.

Os trabalhos prosseguiram, sendo o corpo principal concluído em 1811.

As enormes proporções fizeram com que se estendessem por muito mais, só terminando em 1898, 123 anos depois!



Com interior igualmente impressionante, no qual utilizou-se em abundância mármore importado, além de ricos elementos decorativos, a Candelária é um destaque na cidade, e seu porte ainda a faz sobressair no meio do trânsito caótico de ônibus e automóveis que a circundam, além dos prédios à volta, como que a ameaçando e reverenciando ao mesmo tempo.

Sua majestade foi a melhor defesa contra os eternos aproveitadores, que não hesitariam por um segundo sequer sacrificá-la ao deus do dinheiro, caso tivessem a oportunidade.



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