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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

BOTAFOGO: CHÁCARAS E PALACETES . . . COM O GLAMOUR DO SÉCULO XIX ! . .

Chácaras e Palacetes

05/12/2010 - 20:09
Enviado por: Paulo Pacini
JB


Em certos bairros, as transformações ocorridas ao longo do tempo podem ser mais facilmente constatadas pela existência de alguns marcos, cuja permanência funciona como baliza para as mudanças à volta.


Para outros, contudo, os sinais são mais sutis, e uma compreensão de sua história requer um exame mais próximo. É o caso de Botafogo.



A grande planície entre os morros do Corcovado, Mundo Novo, São João e Saudade, cortada por dois rios, o Banana Podre e o Berquó, foi ocupada desde o início da colonização, tendo como um dos primeiros moradores João de Sousa Pereira Botafogo, que deu nome ao local.

No século XVII, a maior parte da região pertencia à fazenda de Clemente Martins de Matos, que havia se tornado padre após fugir da Inquisição e obter perdão do Papa em Roma.

De volta ao Rio, ocupou diversos cargos, dentre eles o de vigário-geral, que foi como acabou sendo chamada sua fazenda.

O único caminho a cortar o bairro, nessa época, era o do Berquó, servidão pública ao lado da grande fazenda, seguindo por onde é a rua General Polidoro para alcançar a Lagoa e o antigo engenho de cana de Antônio Salema.





Ruas tranquilas e quase desertas em Botafogo no século XIX



Com o falecimento de Clemente Martins em 1702, a propriedade foi segmentada dando origem a outras, como a Fazenda da Olaria, comprada pelo vice-rei Conde dos Arcos e vendida em 1825 a Joaquim Marques Batista de Leão.

Este iniciou a urbanização do bairro, criando lotes e abrindo duas ruas, Real Grandeza e Nova de São Joaquim, em 1826. Esta última ia da praia de Botafogo até a Travessa dos Marques, sendo posteriormente prolongada até a rua Humaitá.



A criação da freguesia de São João Batista da Lagoa levaria à construção de uma igreja matriz para a paróquia, erigida em terreno na rua Nova, doado em 1831 por Joaquim Marques Batista de Leão.

As obras se estenderiam pelo século XIX, devido à necessidade de se refazer o projeto inicial. Nessa época, a rua Nova já havia mudado de nome, em homenagem ao Corpo de Voluntários da Pátria, que lutou na Guerra do Paraguai.



As enormes fazendas de outrora cederam lugar às chácaras e palacetes do século XIX, pois o bairro tornou-se um dos preferidos dos abastados.

Hoje em dia, ainda possui algumas casas da época áurea, mas a herança das amplas propriedades de outrora pode ser percebida nas grandes dimensões de seus quarteirões, cuja subdivisão ainda geraria lotes de tamanho considerável.

Apesar de toda sua expansão, Botafogo traz visíveis as marcas de seu passado, desde as fazendas coloniais até as mansões do passado, e é uma genuína aula de história para o olhar curioso e interessado.



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