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domingo, 15 de maio de 2011

GLÓRIA ÀS BALEIAS

Glória às Baleias

13/05/2011 - 10:51
Enviado por: Paulo Pacini
JB


Quando os primeiros colonizadores chegaram no Rio de Janeiro, encontraram uma terra desconhecida, a qual reservaria muitas surpresas. Um dos acontecimentos a causar maior admiração foi a presença, na baía de Guanabara, de grande número de baleias, voltando anualmente para se reproduzir.



Grande cobiça causaram os cetáceos, pois seu tamanho descomunal poderia abastecer a comunidade por vários meses, o que seria oportuno, pois a produção local ainda engatinhava. Um belo dia, durante o governo de Afonso de Albuquerque, (1608-1613), uma baleia encalha em frente o Convento do Carmo, que então ficava à beira-mar (ainda não existia a Praça XV). Todos correram para obter seu quinhão do animal, e um dos produtos extraídos foi o óleo, conhecido como azeite de peixe, com o qual os cariocas puderam iluminar seus candeeiros por dois anos.





Pesca de baleias nas límpidas águas da Guanabara do século XVIII



Como as baleias ocorriam em vários pontos da costa brasileira, e a comercialização do azeite se mostrava altamente lucrativa, a coroa portuguesa estabeleceu monopólio sobre o produto mediante regime de contratação, segundo o qual um particular arrematava o privilégio de explorar a atividade através de pagamento de taxa. No Rio, o primeiro contrato ocorreu provávelmente na década de 1630, e a produção de azeite de baleia seguiu séculos afora como atividade próspera. O primeiro depósito do produto ficava onde foi a rua General Câmara (lado esquerdo da av. Presidente Vargas), próximo ao mar, transferido posteriormente para a Travessa do Comércio. Outro foi construído em 1680 na Misericórdia, cujos vestígios foram encontrados quando os últimos imóveis deste bairro foram destruídos, após o desaparecimento do Morro do Castelo.



A indústria da pesca das baleias também impulsionou a colonização da região de Niterói, pois a administração determinou que o estripamento dos animais fosse feito longe da cidade, pelo mau cheiro e medo das possíveis moléstias associadas a essa atividade. Para essa finalidade foi criada, do outro lado da baía, a Armação de São Domingos, que por muito tempo esteve envolvida nesse comércio.



A pesca intensiva por todo litoral levou a uma diminuição do número dos animais, mas, ainda no século XIX, sua presença viabilizava a indústria. Dois acontecimentos vindouros, contudo, decretariam seu declínio. Enquanto a navegação era movida pela força dos ventos ou remos, as baleias continuavam vindo, oferecendo-se quase que graciosamente ao sacrifício. Mas a chegada dos primeiros navios a vapor as afastou definitivamente. O barulho gerado por essas máquinas era intolerável, e todos os locais que estas frequentavam foram riscados do mapa. A seguir, em 1854, graças à iniciativa do Barão de Mauá, é inaugurada a iluminação a gás, um progresso inacreditável, que relegou ao passado os lampiões a óleo de baleia com sua luz baça.



Assim, os pobres animais puderam ter certo alívio, apesar de sua exploração continuar no mundo todo. Hoje em dia, tanto as baleias quanto os golfinhos, outro símbolo da Guanabara, até fazendo parte de sua bandeira, poucas chances teriam na baía, com suas águas saturadas por todo tipo de poluição, industrial e de esgotos, além de lixo flutuante e óleo. Espera-se que o programa de despoluição da baía, que ocorre há anos, seja algum dia capaz de produzir resultados palpáveis, e possibilitar o reflorescimento da vida animal, como os livros de história mostram já ter ocorrido no passado.



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