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domingo, 19 de junho de 2011

DONA BEJA CONTINUA A SER NOTÍCIA NO ARRAIAL DO TIJUCO ! . . .

Com descoberta de ossada, Dona Beja volta a virar estrela em Minas

Prefeitura investiga se restos mortais encontrados em praça são da prostituta do século 19 que teria sido responsável por mudar mapa do Estado

Denise Motta, iG Minas Gerais
19/06/2011 07:00

Com descoberta de ossada, Dona Beja volta a virar estrela


Abertura da novela Dona Beija, exibida pela TV Manchete em 1986



Funcionários da prefeitura de Estrela do Sul, cidade distante 498 quilômetros de Belo Horizonte, encontraram nesta semana duas ossadas na Praça da Matriz, em uma área de 500 metros quadrados escavada para a construção de uma fonte.



A descoberta reascendeu na cidade as histórias e mistérios da lendária Dona Beja (uma corruptela de Dona Beija), que morreu lá em 1873, possivelmente de infecção, aos 73 anos. Seria uma das ossadas encontradas pertencente à famosa mulher que encantou homens no século 19, virou personagem de novela e ganhou fama internacional?



Na tentativa de desvendar o novo mistério que cerca Dona Beja, a prefeitura de Estrela do Sul pretende encaminhar as ossadas para uma perícia, mas ainda estuda como serão os procedimentos. Enquanto isso, os restos mortais permanecem no local em que foram encontrados e onde teria existido um cemitério até 1925.



Restos mortais de muitas pessoas foram transferidos para outra área, nesta época, mas não os de Dona Beja. “Naquela época, 1925, Dona Beja não era tão famosa. Se fosse hoje, certamente haveria a transferência dos restos mortais com muita pompa”, diz o historiador Mário Lúcio Rosa.



Funcionários municipais afirmam que até hoje existem descendentes de Dona Beja morando na cidade. Eles devem ser identificados e podem ajudar na confirmação ou não de que os restos mortais são de Dona Beja.





Foto: Divulgação Ampliar - Imagem de Dona Beja, já idosa

A escavação



A escavação na praça teve início há três meses. Além das ossadas, foram encontrados pedaços de caixão com zinco. O material teria sido usado para adornar o caixão de Dona Beja, acreditam alguns moradores de Estrela do Sul e funcionários da prefeitura.



O biógrafo Pedro Divino Rosa e seu irmão, o historiador Mário Lúcio Rosa, não acreditam que sejam os restos mortais de Dona Beja por causa da localização em que foram encontrados.



“Já fizemos medições e sabemos que não é este o local onde Dona Beja foi enterrada”, diz Pedro. “Relatos históricos, passados de geração para geração indicam que não foi este o local de enterro de Dona Beja. Ela está enterrada na cidade, pode estar em um quintal perto da praça”, completa Mário.



A história de Dona Beja



Registrada como Anna Jacintha de São José, Dona Beja teve seu testamento revelado em dezembro de 1873. No documento, ela pede para ser enterrada na Igreja Matriz, que fica próxima à praça onde foram encontradas as ossadas. O padre da época não permitiu, possivelmente por causa de sua má fama, conta o biógrafo. Dona Beja teve duas filhas: Tereza e Joana. Ela ganhou renome após ser amante do ouvidor da corte, Joaquim Inácio Silveira da Motta, aos 13 anos.



Nascida em Formiga, a 194 quilômetros de Belo Horizonte, no ano de 1800, a cortesã escolhia quem recebia, em troco de dinheiro. “Ela não era uma prostituta qualquer. Escolhia com quem dormia e cobrava altas quantias de fidalgos da corte”, conta o historiador. Beja chegou em Araxá ainda criança, acompanhada pelo avô, que fugia de comentários sobre o fato de a filha ter gerado um bebê sem estar casada.



“ Ela não era uma prostituta qualquer. Escolhia com quem dormia e cobrava altas quantias de fidalgos da corte”, conta historiador

Foi aos 13 anos, quando já havia perdido a mãe, que ela foi raptada pelo ouvidor da corte de Dom João 6º. Nesta época, os dois viveram em Paracatu, cidade a 350 quilômetros de Araxá e que na época pertencia ao Estado de Goiás.



Denúncias de que ele teria assassinado o avô de Beja levaram o ouvidor a pedir a Dom João VI que integrasse parte de Goiás ao território mineiro, pois tinha boas relações com o governador de Minas e não com o de Goiás. Daí vem a tese de que "a beleza de Dona Beja é tão extraordinária que modificou o mapa do Brasil". Foi no ano de 1816 que uma área de Goiás foi integrada à de Minas Gerais. Hoje a região é conhecida como Triângulo Mineiro.



Sem conseguir abafar o assassinato do avô de Beja pelo ouvidor, pouco tempo depois Dom João 6º o transferiu para o Rio de Janeiro. Foi nesta época que ela decidiu retornar para Araxá, cidade onde foi criada.



Em Araxá, Beja criou um bordel refinado chamado Chácara Jatobá. Ela teve dois amores, Antônio Sampaio, namorado de infância, e o advogado João de Mendonça. Sampaio era casado e pai da filha de Beja, Tereza. Já o advogado era pai da filha mais nova, Joana.





Trecho da novela em que dona Beija ganha uma mina de ouro



Beja viveu até 1840 em Araxá, quando se mudou para Bagagem, hoje Estrela do Sul, em busca de negócios relacionados à exploração de diamantes. “Ao chegar, ela se ligou a diversas instituições religiosas e fez várias benfeitorias à cidade”, conta biógrafo.



O mistério que cerca as ossadas encontradas em Estrela do Sul sempre fez parte da história em torno de Dona Beja. Há documentação histórica restrita. Não existem registros formais do óbito dela, por exemplo. Sabe-se que ela teria morrido em 1873 pois foi o ano em que o testamento dela foi revelado.



Em 1986, a história de Dona Beja virou novela exibida pela extinta TV Machete (com a grafia adaptada para a norma culta da língua portuguesa). A atriz Maitê Proença estrelou o folhetim, sucesso de público que foi exibido no Brasil e em países da América Latina e América do Norte.



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