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quarta-feira, 18 de abril de 2012

Paulo Fernades Vianna, primeiro Intendente de Polícia.


Quarta, 18 Abril 2012 11:43

O Amigo da Cidade


Escrito por

Um dos ítens considerados essenciais em qualquer noticiário são as manchetes policiais. Seja por curiosidade, interesse pela sociedade ou preocupação com a própria segurança, muitos devotam tempo para se informar a respeito do que ocorre nessa esfera. Os crimes, é claro, sempre aconteceram, desde que o homem é homem — talvez até mesmo antes disso — mas a instituição policial, por mais que pareça eterna e entranhada em nossa vida, na verdade nem sempre existiu.

Durante o período colonial, os poderes relativos à função policial se concentravam nas mãos dos vice-reis, que nomeavam e demitiam funcionários a seu bel-prazer, tendo sempre a palavra final a respeito de questões de ordem pública. Essa organização serviu passávelmente durante o período mencionado, mas a vinda da côrte portuguesa, em 1808, implantando um modelo de sociedade muito mais complexo, tornou-a totalmente inadequada.

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Paulo Fernandes Vianna, primeiro Intendente de Polícia, muito fez 
pela cidade mas é hoje quase esquecido



Assim, em 10 de maio de 1808, pouco após chegar no Brasil, o príncipe-regente D. João cria a Intendência Geral da Polícia da Côrte e do Estado do Brasil. A motivação de D. João, contudo, foi o medo de ser assassinado por algum espião francês, que tivesse vindo secretamente persegui-lo em nossas terras... Seja como for, com o alvará de 10 de maio passa a existir a instituição policial brasileira, e como intendente-geral foi indicado o desembargador Paulo Fernandes Vianna, homem de confiança de D. João.

É preciso entender que o cargo de Paulo Vianna englobava um espectro de atividades muito mais amplo que a manutenção da ordem, incluindo atribuições exercidas atualmente por prefeitos e outras autoridades, como, por exemplo, a reforma da própria cidade. O intendente se pôs a trabalhar, e, com desvelo e empenho, melhorou muito a qualidade de vida dos habitantes do Rio, através da construção e calçamento de ruas, aterro de pântanos, drenagem do Mangue, melhora no abastecimento d’água e construção de chafarizes, além de tornar as ruas mais seguras com o aumento do efetivo policial e a construção de quartéis.

Tiveram particular destaque as iniciativas para melhorar o abastecimento de água, com o novo chafariz do Catumbi, próximo ao chafariz do Lagarto, sendo a vazão incrementada por um novo aqueduto, trazendo água do Rio Comprido e unindo-se ao do Catumbi, já existente, e também abastecendo o chafariz das Lavadeiras, no Campo de Santana, através de uma canalização provisória, de madeira, posteriormente substituída. Outra obra similar de Paulo Vianna foi o chafariz da rua do Riachuelo, de 1817, ainda existente mas depredado e transformado em parte de um portão.
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Chafariz da Rua do Riachuelo, contruído por Paulo Vianna em 1817, hoje 
depredado e transformado em portão



O intendente de polícia realizou trabalho excepcional em sua administração, que se estendeu de 1808 a 1821, quando teve de renunciar após o episódio ocorrido em fevereiro desse ano, quando D.João VI foi obrigado a jurar a nova constituição elaborada em Lisboa. Uma das reivindicações do movimento era a demissão de várias figuras do governo, incluindo o intendente de polícia.

Durante o tempo em que serviu a D. João, colheu elogios e teve seu esforço reconhecido pelo príncipe-regente e soberano, o que parece que ter incomodado profundamente o príncipe D.Pedro, futuro imperador do Brasil. Assim, após a volta de D. João a Portugal, em 26 de abril de 1821, uma das primeiras providências de D. Pedro foi mandar destruir o jardim construído por Paulo Vianna em frente à Intendência de Polícia, no Campo de Santana, em mesquinha vingança. O insulto e a indignação sofrida por este fez com que falecesse quatro dias depois, vítima de derrame ou enfarte.

Não merecia terminar a vida dessa forma quem tanto fez por sua terra, muito mais do que exigia o cargo, assim como não continua a merecer o esquecimento de que é vítima até os dias de hoje, quando personagens sem nenhuma expressão ou ligação com a história local são homenageados emprestando seu nome a todo tipo de logradouro.

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