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Um canhão para cicatrizar feridas
País devolverá 'troféu' ao Paraguai
O canhão "cristão", feito a partir de sinos de igreja, símbolo da vitória brasileira na Guerra do Paraguai, vai ser devolvido ao país vizinho.
O presidente Lula anunciou a decisão depois de um pedido emocionado do vice-presidente paraguaio, Federico Franco, feito durante seu discurso comemorativo aos 140 anos do fim da Guerra do Paraguai, no início da semana.
"O país nunca vai cicatrizar a ferida se o Brasil não devolver o arquivo militar e o canhão cristão, que devem retornar ao Paraguai para que se inicie a cicatrização do povo paraguaio", discursou ele, na cidade de Cerro Corá, onde o ditador Solano López foi morto pelas tropas brasileiras em 1870.
Retirado da Fortaleza do Humaitá, no Rio Paraguai, o canhão está no Museu Histórico Nacional, na Praça XV, no Rio.
A direção do museu não quis comentar a decisão.
Quem vai cuidar da transferência para Assunção, sem data definida, é o Ministério da Cultura.
A decisão de Lula foi aplaudida pelo general Gilberto Barbosa de Figueiredo, presidente do Clube Militar.
"Normalmente não se devolve troféu de guerra, mas o povo paraguaio merece. É um ato de grandeza."
A historiadora Mary del Priore lembra que o país vizinho ficou devastado depois de cinco anos de guerra contra Brasil, Argentina e Uruguai.
Mesmo depois de Assunção ter sido tomada, o imperador d. Pedro II insistiu com a guerra para capturar López, o que levou mais um ano.
"O esvaziamento da economia paraguaia por anos foi consequência desta guerra."
Priore lembra que o pedido não é coisa rara entre os vencidos.
"Turcos e egípcios vivem solicitando que os troféus de guerra levados por Napoleão para a França sejam devolvidos."
No século 19, os militares trouxeram também todos os documentos referentes à história paraguaia.
Eles só foram devolvidos pelo general Figueiredo ao ditador Alfredo Strossner.
Os paraguaios ainda reivindicam a devolução de arquivos sobre a guerra mantido pelo governo brasileiro.
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