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segunda-feira, 1 de março de 2010

A ESCOLA POLITÉCNICA


01/03/2010 - 09:19 Enviado por: Paulo Pacini

Personagem conhecido por sua boa vontade, o governador Gomes Freire acreditou ter finalmente resolvido uma questão que se arrastava há tempos, iniciada quando os clérigos da Sé abandonaram a Igreja de São Sebastião, no Morro do Castelo, e se instalaram sucessivamente em várias igrejas, em intrusiva peregrinação, passando pelas de São José, Candelária, Santa Cruz dos Militares e Rosário.
Sua estadia não era desejada nem por eles e muito menos pelos ocupantes originais dos templos. Assim, em 1739, são lançados os alicerces da nova Sé, futura sede do bispado, no Largo de São Francisco.
Contudo, nem Gomes Freire nem ninguém jamais veria a sonhada igreja.Paralisadas as obras logo a seguir, viraram estas motivo de chacota na boca do povo, que quando desejava se referir a algo que não acaba nunca, dizia "isto é velho como as obras da Sé...".
Assim foi até a chegada da família real portuguesa, em 1808.
O templo em devir enfim encontra seu destino em duas novas construções: parte do material foi utilizado no Teatro São João (futuro São Pedro, atual João Caetano), e as fundações aproveitadas na construção de um novo prédio, que abrigou a Academia Real Militar a partir de 1812.

A Escola Politécnica em seu apogeu, no início do século XX



No programa da nova Academia constavam todas disciplinas relativas ao conhecimento teórico e prático de engenharia militar, mas também o que se considera hoje pertinente ao campo da engenharia civil, como construção de estradas, pontes, canais e portos, além de arquitetura.


As duas linhas do curso visavam objetivos distintos, o que com o tempo gerou certo atrito, com defensores de ambos os lados advogando uma separação, que melhor serviria ao interesse geral.


A Academia, chamada de Escola Militar a partir de 1839, passou por várias reformas nas décadas seguintes, e a desvinculação das especialidades começou a se materializar em 1859, quando foi inaugurada a sede da Praia Vermelha, transferindo-se para lá a Escola Militar.


O prédio do Largo de São Francisco virou a Escola Central, na qual seriam ministradas disciplinas comuns às duas abordagens.


Em 1874, o processo de separação finalmente se completava. Surgia a Escola Politécnica. A instituição tornou-se o principal centro de formação de profissionais em engenharia no Brasil, estando seus cursos nivelados em termos de qualidade com os melhores encontrados na Europa.


A excelência da Politécnica favoreceu o aparecimento de vários talentos da engenharia nacional, como André Rebouças e Paulo de Frontin, que estiveram à frente de importantes obras realizadas a partir do final do século XIX.


Em 1937, por pressão do governo do Estado Novo, passa a se chamar Escola Nacional de Engenharia. Permaneceu no mesmo prédio até 1966, transferindo-se então para o Fundão, novo campus da UFRJ.


A antiga escola, originalmente um templo inacabado, é ocupada hoje pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da UFRJ, que dá continuidade a uma tradição local de duzentos dedicados ao saber e ensino na cidade do Rio de Janeiro.

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