A Igreja de São Francisco
12/09/2010 - 10:32
Enviado por: Paulo Pacini
JB
O conto "Entre Santos", de Machado de Assis, ambienta-se em uma igreja, e mostra uma reunião de divindades que, como psicoterapeutas modernos, reúnem-se à noite e discutem os casos, após longo dia ouvindo misérias demasiadamente humanas.
Os quatro santos, trocando confidências sentados em seus nichos, estavam em um dos mais belos e imponentes templos barrocos do Rio, a Igreja de São Francisco de Paula.
Sua história inicia em 1754, quando Frei Antônio do Desterro funda a Ordem dos Mínimos de São Francisco de Paula, recebendo hábito os primeiros confrades em 1756.
Em julho desse ano era instituída a Ordem Terceira de S. Francisco, provisoriamente alojada na igreja da Cruz dos Militares, com a imagem do santo.
A Igreja de São Francisco, em seu livre e desimpedido largo, há cem anos
No final de 1757, acontece a mudança para a nova casa, uma ermida no local do templo atual, cuja pedra fundamental foi lançada em 1759.
A exigüidade de recursos fez com que a obra se arrastasse por 42 anos, só terminando em 1801.
Mas valeu a pena esperar.
Com harmoniosas proporções e interior ricamente decorado com obras de talha, a majestade da obra fez com que o nome do santo fosse estendido a todo largo, até os dias de hoje.
Nas torres ainda dobram seus célebres sinos, o Vitória e o Aragão.
O primeiro dava sinal de alarme em caso de incêndio, o número de badaladas indicando a freguesia do sinistro, e o segundo funcionava como toque de recolher às 10 da noite, facilitando a captura dos poucos malfeitores que se aproveitavam da escuridão.
Bons tempos.
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Comentários
Daniel enviou em 13/09/2010 as 09:44:
Se não me engano foi Gastão Cruls ou Vivaldo Coaracy quem documentou que uma pessoa encomendou um sino pra Igreja de São Francisco,mas ao chegar lá viram que o tal sino era grande demais pra torre da igreja.
E por falar em Igrejas,gostaria de sugerir que fosse feito um post sobre as brigas constantes entre as irmandades daquela época, os padres da Sé, por exemplo, ficavam revoltados com o privilégio dos enterros concedido à Misericórdia, assim, sempre que passava um cortejo fúnebre em frente à Sé,na atual Rua 1º de Março os padres da Sé saíam com porrete nas mão e dissolviam o cortejo na base da pancada, ficando ao fim da briga o caixão do defunto largado no meio da rua.
Sobre os contos de tema religioso de Machado de Assis,este que você citou lembrou-me outro dele, intitulado "A Igreja do Diabo". Grande abraço.
WALDIR PACHECO GARCIA enviou em 13/09/2010 as 10:42:
EU FICO TRISTE EM VÊR O ATUAL ESTADO DO LARGO DE SÃO FRANCISCO EM GERAL.NÃO VEJO POLITICO NENHUM FAVOR DO LARGO DE SÃO FRANCISCO.
SAUDADES DO BONDE ESTRELA, PIEDADE E OUTROS.
DA Á COLEGIAL E GRANDES CASAMENTOS.
É TRISTE MAS E VERDADE NOS MEUS 85 ANOS.
>É verdade, Waldir, o estado atual do largo é lamentável, e uma das poucas conquistas acontecidas há alguns anos, que foi o fechamento de várias ruas ao trânsito, foi revertido na infeliz gestão anterior da prefeitura, favorecendo a volta da anarquia ao local.
Não é raro encontrarmos carros estacionados em cima da praça, teóricamente protegida deste tipo de invasão.
Até prova em contrário, quanto mais as coisas mudam por aqui, mais elas permanecem iguais.
PPacini.
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