A Rua Dom Manuel
17/10/2010 - 09:40
Enviado por: Paulo Pacini
JB
A grande amplitude do litoral brasileiro foi decisiva durante a colonização, avançando-se paulatinamente rumo ao interior desde a costa, o mar facilitando a troca entre os esparsos povoados de então, que repetiam o mesmo processo em seu microcosmo, crescendo do litoral para o sertão.
No Rio, o acesso ao mar aconteceu inicialmente através de uma praia na base do Morro do Castelo, chamada de porto/praia dos padres da Companhia, por conta dos jesuítas que usavam o local no desembarque de produtos para seu colégio. Com o tempo, construíram-se casas à beira-mar, e o caminho recebeu o nome de rua da Misericórdia, cujo hospital localizava-se em seu final.
Rua D.Manuel, recordação do antigo bairro da Misericórdia
Aterros sucessivos ganharam espaço ao mar, surgindo becos com nomes como da Fidalga ou do Guindaste, transversais à rua principal. No final do século XVII, a praia passou a se chamar de D. Manuel, em homenagem ao governador D. Manuel Lobo, morto em 1680 na colônia do Sacramento.
Reformas posteriores levaram à abertura na antiga praia de uma rua paralela à Misericórdia, chamada até hoje de D. Manuel, palco de eventos marcantes. Lá aconteceu o primeiro baile de carnaval, no Teatro S. Januário, e foram tiradas as primeiras fotografias, além das padarias onde os cariocas experimentaram pela primeira vez o pão de trigo.
Restaram alguns prédios históricos, como o Museu Naval e o antigo Tribunal do Júri, escassas referências físicas que permitem, através de um esforço de imaginação, visualizar onde ficava o antigo e desaparecido bairro.
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