Santa Missão
03/10/2010 - 10:50
Enviado por: Paulo Pacini
JB
No início de 1582, os habitantes da pequena cidade do Rio sofreram grande sobressalto, ao ver entrar na barra enorme esquadra de 16 navios com bandeira espanhola.
O temor de uma invasão foi logo dissipado pelo jesuíta José de Anchieta, que se encontrava em visita ao Colégio.
Na verdade, os viajantes rumavam para o Estreito de Magalhães, e, com muitos tripulantes doentes, clamavam por qualquer tipo de socorro, ao que Anchieta respondeu prontamente, improvisando um hospital, até então inexistente. Surgia a Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro.
Nascida sob o signo da caridade, seus valiosos serviços se estenderam a todos, sendo por séculos a única assistência com a qual se podia contar, especialmente entre os de condição modesta. Além de cuidados médicos, a Santa Casa passou, a partir de 1738, a recolher os enjeitados, através da Casa dos Expostos e sua roda.
O belo prédio da Santa Casa no início do século XX
A chegada da côrte portuguesa em 1808 e conseqüente aumento populacional levou à sobrecarga o antigo hospital, com área limitada pelo cemitério adjacente, que recebia três mil cadáveres por ano.
Por iniciativa do provedor José Clemente Pereira, decide-se em 1838 a construção de novo prédio, com o cemitério transferido para o Cajú. Em 1852 é inaugurada a obra, presente até os dias de hoje.
Uma das instituições mais tradicionais do Rio, a Santa Casa continua sendo a esperança de muitos doentes, acossados entre a falência do sistema público e a ganância sem limites dos planos de saúde, prosseguindo sua missão de caridade, instituída por José de Anchieta.
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