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domingo, 12 de dezembro de 2010

CONVENTO DE SANTO ANTÔNIO

Convento de Santo Antônio

12/12/2010 - 18:39
Enviado por: Paulo Pacini
JB


Cenário de destaque na história do Rio, o Largo da Carioca passou por muitas transformações até adquirir o aspecto atual, conhecido por todos. A maioria de seus marcos históricos desapareceu, inclusive o Chafariz da Carioca, obra significativa do passado, destruído em 1925. A única e última testemunha remanescente dessa longa trajetória é o convento e igreja de Santo Antônio, peça importante do patrimônio com mais de quatro séculos.



Tudo começa no distante ano de 1592, quando aportam ao Rio dois franciscanos, Frei Antônio das Chagas e Frei Antônio dos Mártires, aos quais foi doado um terreno com ermida, na Praia de Santa Luzia. Lá ficaram até 1607, quando chegam mais quatro companheiros, a quem o local não apeteceu. Resolveram se mudar, recebendo em troca o então Morro do Carmo, assim chamado por ter sido oferecido aos carmelitas, que não se interessaram.





O sobranceiro convento no Largo da Carioca do tempo do Rei



Os frades mudaram-se para o local, situado em frente a uma lagoa que vinha sendo utilizada por um curtume, e construíram residência provisória. A pedra fundamental do convento e igreja foi lançada em 4 de junho de 1608, as obras iniciaram, e assim que as instalações alcançaram um nível mínimo de habitabilidade, em 1615, os religiosos se transferiram para o novo edifício. Os trabalhos se prolongariam ainda por muitas décadas.



O conjunto do convento seria posteriormente ampliado por duas importantes obras, a Igreja de São Francisco da Penitência, construída a partir de 1700 no mesmo local onde ficava a Capela de N.Sª da Conceição, de 1619, e cujos trabalhos seriam concluídos em 1773, e o Hospital da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, de 1763, na esquina da Rua da Carioca com o largo, desaparecido nas reformas de Pereira Passos.



Sua vida passou por vários sobressaltos, pois no século XIX o grande prédio foi cobiçado pelo governo, ocupando algumas salas em 1854 e aquartelando um batalhão em 1885, o qual causou diversos danos. Uma maior ameaça sucedeu em 1911, quando a República retoma o ataque tentando se apossar do prédio e expulsar os frades, e sofre derrota na justiça. Mas a fase mais perigosa iniciaria após o movimento autoritário de 1930, quando vários prefeitos tentariam seguidamente demolir o Morro de Santo Antônio junto com o convento, mas este foi salvo pelo tombamento.



Símbolo da cidade, a antiga instituição é um dos destaques de sua paisagem histórica, sendo motivo de júbilo ter escapado das picaretas e conseguido chegar — talvez miraculosamente —até nossos dias.





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