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O Processo
Burocracia emperra transformação da casa que pertenceu a Guilherme Araújo em centro cultural
Publicada em 15/09/2011 às 19h01m
O Globo, com a colaboração dos leitores Renata Burlamaqui e Henrique Fontenelle
RIO - O desenrolar de um processo burocrático pode trazer alívio para os moradores da Rua Redentor, em Ipanema. Fechado desde 2007, um imóvel que pertenceu ao produtor cultural Guilherme Araújo depende apenas de um detalhe administrativo para ir às mãos da Secretaria de Estado da Cultura. Com planos de se tornar mais um centro cultural no bairro, a casa deixará de ser vista apenas como um foco de proliferação de ratos, baratas e do mosquito da dengue, como denunciam os leitores Renata Burlamaqui e Henrique Fontenelle.
"Esse imóvel está vazio há anos. A vizinhança não sabe o que será feito dessa casa", disse Fontenelle.
O destino da casa já era conhecido desde que Guilherme Araújo estava vivo. Ele tinha planos de transformá-la em um local de incentivo à leitura e deixou, em seu testamento, o imóvel para a Fundação Anita Mantuano de Artes do Rio (Funarj). A burocracia, porém, adiou esse plano desde a morte do famoso produtor de ícones da música brasileira, como Caetano Veloso e Gilberto Gil, em 2007.
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Para assumir de vez o imóvel, a Secretaria de Estado da Cultura ainda espera um despacho do cartório que finalizou o processo - um procedimento administrativo. A transferência de posse para a Funarj foi autorizada pela 2ª Vara de Órfãos e Sucessões em março, disse o advogado Luiz Cláudio Duarte.
A preocupação da vizinhança em relação ao destino da casa não existia até que o imóvel apareceu com uma faixa amarela fixada em sua fachada. Nela, está informado erroneamente que a casa pertence à Prefeitura do Rio. E diz ainda: "Ela encontra-se abandonada com focos de dengue, ratazanas, pombos mortos transmitindo vários tipos de doenças para os moradores." Foi o suficiente para assustar quem vive na Rua Redentor. Não se sabe quem pôs o aviso ali.
Avisada pelo GLOBO, a Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil informou que sua equipe de Vigilância Ambiental ainda não foi ao imóvel devido às chuvas dos últimos dias - o trabalho de campo não é feito quando chove, explicou a secretaria - e "deve ir nos próximos dias". Ao mesmo tempo, os profissionais estão tentando contactar os responsáveis pelo local para agendar uma visita.
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