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sábado, 12 de maio de 2012

RIO: Âncoras, juntamente com um canhão e munição do século XVIII são encontradas na Praça Mauá!


Âncoras centenárias são encontradas fincadas na Praça Mauá


Peças, provavelmente do século XIX, também são achadas nas escavações das obras de revitalização da Zona Portuária

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Âncoras centenárias são encontradas durante obras na Praça Mauá
Foto: Pablo Jacob / O Globo

Âncoras centenárias são encontradas durante obras na Praça Mauá Pablo Jacob / O Globo
RIO - Em obras desde o ano passado, a região da Zona Portuária não para de revelar preciosidades do passado da cidade. As últimas peças encontradas por operários do projeto Porto Maravilha foram três âncoras, medindo entre 3,5 e 4,3 metros, que estavam no subsolo da Praça Mauá e, de acordo com as primeiras avaliações, datam do século XIX. Achadas em abril, as âncoras ainda não tinham sido exibidas ao público.
Segundo a chefe do programa de arqueologia do Consórcio Porto Novo, Erika Gonzalez, as âncoras, juntamente com um canhão do século XVIII e três balas de canhão da mesma época, foram os achados mais significativos recolhidos por sua equipe até o momento. Ao longo dos trabalhos, já foram encontradas centenas de peças, a maioria dos séculos XVIII e XIX. Um garimpo que, somente no que diz respeito à área pesquisada pela equipe do consórcio responsável pelas escavações, compreende cerca de cinco milhões de metros quadrados na região do porto.
— Já encontramos moedas, cerâmica, faiança, vidros, ossos de animais e muito material ligado ao cotidiano do século XIX e algumas coisas do século XVIII. Podemos dizer que temos um Rio de Janeiro enterrado — conta Erika Gonzalez.
O trabalho de arqueologia na região foi divido em duas etapas. Na primeira, durante obras de infraestrutura da Secretaria municipal de Obras, a equipe é chefiada pela doutora Tânia Lima Andrade, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Arqueologia da UFRJ. Iniciada em janeiro do ano passado, essa fase, que abrange cinco quarteirões — a Rua Barão de Tefé e parte da Sacadura Cabral e a Avenida Venezuela, além do Morro da Conceição e a Avenida Rodrigues Alves —, deve ser concluída até julho. Na fase dois, as sondagens arqueológicas são coordenadas pela equipe de Érika do Consórcio Porto Novo, que tem a missão de vasculhar 57 quilômetros de via pelos próximos quatro anos.
Nos últimos meses foram realizadas outras descobertas arqueológicas na área das obras. No início de maio foi achada a pedra fundamental da "Docas D. Pedro II", lavrada em 15/9/1871 pelo Engenheiro André Rebouças. Quatro canhões já foram descobertos pelos pesquisadores que acompanham as escavações. O mais recente foi encontrado no fim de fevereiro. Equipes especializadas da Gerência de Monumentos e Chafarizes fizeram a retirada e o transporte do canhão, que tem 1,50 metro de comprimento e data do início do século XVII.

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