Retrofit
Escola Darcy Ribeiro ganhará cinema fechado e também ao ar livre
Publicada em 24/03/2010 às 23h24m
Jacqueline Costa
O GLOBO
RIO - Depois de anos com as janelas cobertas e transformadas em um grande paredão de gesso, a luz natural voltará a entrar no gigantesco salão térreo da Escola de Cinema Darcy Ribeiro, na esquina das ruas Primeiro de Março e da Alfândega.
Após uma grandiosa reforma que está prevista para começar até outubro, parte desse espaço de 600 metros quadrados será transformado em uma sala de projeções para 250 pessoas.
O projeto de reforma total do prédio é assinado pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha e promete integrar estudantes e visitantes.
O terraço, que dá direito a vista para a Baía de Guanabara, abrigará um restaurante e uma área de projeções ao ar livre. A tela será a parede de um prédio vizinho.
No total, o retrofit (técnica de arquitetura em que se mantém a fachada, modernizando a parte interna do imóvel) custará R$ 12 milhões. Irene Ferraz, diretora da escola, diz que a reforma vai incluir também as partes elétricas e hidráulicas, além de toda a fachada.
A partir do início das obras, o projeto levará três anos para ser concluído, exatamente quando a escola completará uma década.
Irene lembra que quando recebeu as chaves do imóvel, em 2001, o lugar estava em estado deplorável. No mês passado, uma placa de mármore se desprendeu da fachada e, por sorte, não atingiu ninguém na calçada. Irene quer transformar a construção, que fica em frente ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), num templo do audiovisual.
" Ao fim dessa obra, teremos inserido neste pólo cultural do Centro do Rio a maior sala de cinema da área da Candelária "
- Estava em péssimo estado de conservação, com intensas infiltrações ocasionadas por águas pluviais, além da ameaça de invasão por moradores de ruas e entulhos.
Ao fim dessa obra, teremos inserido neste pólo cultural do Centro do Rio a maior sala de cinema da área da Candelária, legitimando a importância desse projeto - conta Irene.
A construção do edifício-sede foi concluída em 1926. Era mais um banco estrangeiro que vinha se juntar aos já existentes nas Ruas da Alfândega e Quitanda.
A concentração de estabelecimentos bancários estrangeiros naquela época justificava-se por três razões: a proximidade com as instalações portuárias do Rio, por onde fluía a exportação de café; a vizinhança com o Banco do Brasil, na época situado na Travessa Candelária; e os vultosos empréstimos do exterior.
Em plena Segunda Guerra, o imóvel foi incorporado ao patrimônio da União e, depois, entregue aos Correios e Telégrafos.
Em janeiro de 2001, a instituição cedeu-o ao Instituto Brasileiro de Audiovisual, entidade mantenedora da Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Hoje a escola de cinema tem entre os professores nomes respeitados do cinema nacional, como Ruy Guerra e Walter Lima Jr.
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