Enviado por Guilherme Amado -
23.5.2010
8h00m
23.5.2010
8h00m
Era uma vez
Uma capela de 1897, outra de 1902, a casa onde nasceu um dos maiores escritores brasileiros, vistas espetaculares.
Verdadeiro baú de relíquias históricas, o Morro da Providência, no Centro, será integrado ao roteiro turístico da cidade, permitiando ao carioca, a partir de agosto, conhecer mais a História da primeira favela do Rio — e do Brasil.
Com a pacificação da comunidade, ocorrida em abril, o historiador Milton Teixeira, que organiza passeios turísticos pelo Centro histórico, começou a bolar como serão as visitas ao Morro da Favela, forma pela qual, até a década de 30, a Providência era conhecida.
O nome foi dado pelos primeiros moradores: os soldados sobreviventes da Guerra de Canudos, que habitaram o local quando voltaram do conflito, em 1897.
— Acharam o lugar parecido com o Morro da Favela, em Canudos, onde ficaram durante a guerra, e que havia recebido esse nome devido a uma planta local, o faveleiro — explica Milton.
Logo no pé do morro, a primeira das atrações é a casa onde nasceu Machado de Assis.
Construído no final do século XVIII, o imóvel pertencia à madrinha do escritor e era o centro de uma grande chácara, cujo terreno se estendia pela parte baixa do morro, um trecho até hoje chamado de Morro do Livramento.
Ladeira acima, a longa escadaria da Penha, do final do século XIX, ainda possui uma de suas partes em pedra, apesar de obras da prefeitura terem pavimentado um dos trechos.
Se o fôlego permitir, o visitante encontrará ao fim da escada a Igreja da Penha, de 1897, num ponto exatamente acima de onde existiu uma pedreira e hoje funciona a garagem de uma empresa de ônibus.
— Boa parte dos moradores trabalhava na pedreira, que era na própria favela e fornecia pedra para várias obras do Rio, do início do século até a década de 60 — conta Milton, lembrando que, devido a isso, o morro tem um aspecto cortado, no lado voltado para a Central do Brasil.
Bem perto da Penha, os primeiros moradores construíram, em 1902, a Capela das Almas, para homenagear os combatentes que não resistiram a Canudos.
No alto da capela, chegaram a colocar uma cruz trazida de lembrança da batalha, mas que foi roubada nos anos 60.
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