Símbolo da modernização do Rio, avenida Rio Branco será fechada para carros
Prefeitura fechará via em caráter experimental no próximo dia 26 para testar projeto
Carolina Farias, do R7, no Rio
Foto por Augusto Malta/1906
Fechamento polêmico
Atualmente a Rio Branco continua a guardar sua importância, mas, além do aspecto cultural, sua relevância é grande devido à concentração de edifícios comerciais.
A via também é um dos principais corredores de ônibus e carros e tem duas estações do Metrô Rio – Cinelândia e Carioca.
Fechá-la alteraria a vida no centro da cidade.
Na ala dos que se declaram contra o fechamento da Rio Branco, está o superintendente do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico, Artístico e Nacional), Carlos Fernando Andrade.
Na opinião do responsável pelo órgão de proteção ao patrimônio no Rio – que também fica na avenida –, a medida prejudicaria muito o trânsito da região e o centro não precisa de mais um parque.
- Por que a Rio Branco?
Ela é moderna.
Já é um bulevar no sentido francês, com calçadas largas.
Fechar a Rio Branco não tem sentido nenhum.
O Rio já tem muitos parques.
Aqui perto mesmo têm dois: a praça Paris e o Parque do Flamengo.
Andrade teme que, se transformada em parque, a Rio Branco seja mais uma área de lazer subutilizada.
Ele citou como exemplos o Campo de Santana, na avenida Presidente Vargas, e o Passeio Público.
Para ele, a avenida poderia sofrer melhorias, mas o fechamento é muito “radical”.
- O trânsito na Rio Branco tem de ser melhorado.
As bancas de jornais, por exemplo, são obstáculos.
Se transformaram em verdadeiros apartamentos nas calçadas e outdoors também.
Já a historiadora aprova a ideia de testar um fechamento para a avenida.
- Louvo a iniciativa de que se queira testar, pensar na possibilidade de fazer novamente [da avenida] um cartão de visitas.
Quem passa pela Rio Branco diariamente também tem dúvidas sobre o projeto de fechamento.
Para Leandro Leal , funcionário de uma banca de jornais da avenida, a proposta não é boa.
- Vai ser ruim. porque vai diminuir bastante nosso movimento.
Atendemos mais ou menos mil pessoas por dia.
O mensageiro Marcelo Maycon Azevedo também disse acreditar que o fechamento vai prejudicar quem precisa frequentar a avenida.
- Vai atrapalhar quem trabalha na região. Trabalho em dois lugares aqui e para ir de um ponto para outro eu vou de ônibus.
Mas há quem acredite no projeto, como o ambulante Jorcelino Pereira Lopes, de 70 anos, que trabalha há 25 na região da Rio Branco.
- Só dá para saber depois de fechar.
Tem coisas que a gente pensa que dá errado e dá certo.
Quando o Getúlio [Vargas] queria fazer a [avenida] Presidente Vargas também acharam que ele estava maluco.
No entanto, ela está aí.
Tem que fazer para ver.
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