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terça-feira, 8 de junho de 2010

A LAPA DOS MERCADORES




07/06/2010 - 12:10 Enviado por: Paulo Pacini



Há no centro do Rio um local especial, apesar de suas pequenas dimensões. Entre a Praça 15 e a rua do Rosário, poucas ruas, não somando mais que algumas dezenas de metros, constituem verdadeiro tesouro da cidade, tendo escapado ao arrasamento ocorrido noutras partes durante o último século, conservando a mesma aparência há mais de um século.


Começando no Arco do Telles, seguindo pela Travessa do Comércio, Ouvidor, rua dos Mercadores e Rosário, este antigo e preservado trecho é coroado por uma autêntica jóia do barroco brasileiro, a igreja de N.Sª da Lapa dos Mercadores, obra com quase 300 anos de existência.


Sua história inicia em meados do século XVII, quando um terreno incluído no aterro entre a rua Direita (1º de Março) e o mar foi cedido a Salvador Benevides para construção de um trapiche onde eram pesadas as caixas de açúcar destinadas à exportação, o "Paço de ver o peso".


Ficou conhecido nas décadas seguintes como trapiche de Luiz da Motta, tornando-se célebre por ser o local onde o corsário francês Duclerc ficou encurralado e se rendeu, na invasão frustrada de 1710.


O armazém estimulou outros negociantes a instalarem-se na região, iniciando uma tradição comercial de longa duração.




Igreja de N.Sª da Lapa dos Mercadores, jóia barroca no centro do Rio



Apesar de numerosos, os mercadores não dispunham de muitos recursos, e, não podendo construir uma igreja como a da Cruz, sustentada por abastados navegantes, contentavam-se com um modesto oratório, situado na esquina da atual rua do Ouvidor com a Travessa dos Mercadores, onde podiam expressar sua devoção à Virgem da Lapa, protetora da categoria.


Décadas após, o desejo de se construir um verdadeiro templo, almejado por muitos devotos, começou a tomar corpo quando a Irmandade da Lapa conseguiu se capitalizar a partir de 1747, e pôde finalmente iniciar a obra em 1750, após adquirir três prédios contíguos situados em frente ao oratório, do outro lado da rua.


Os trabalhos progrediram, e entre 1753 e 55 a abóbada foi fechada e a fronte concluída.


Apesar do novo templo, o oratório continuou a ser freqüentado e existir até 1812, quando foram recolhidas à igreja as imagens da Senhora de Santana e do Menino Deus.


Cem anos depois, são efetuadas obras de restauração, incluindo o acréscimo de elegante torre de mármore, onde foi colocado um carrilhão de 12 sinos.


A reforma encerrou em 1873.


Exatamente vinte anos após, o templo tornou-se uma vitima inocente da Revolta da Armada, movimento ocorrido em 1893, quando uma bala disparada pelo encouraçado Aquidabã, que se encontrava na Baía de Guanabara, acertou a torre, causando grandes danos.


O projétil é exposto até hoje em um nicho na parede.


Trechos históricos como onde está a igreja têm sido valorizados na revitalização dos centros de várias cidades do mundo, com destaque para as iniciativas européias.


Incluídos em áreas exclusivas para pedestres, e servidas por transporte coletivo de qualidade, transformam-se na ligação dos valores perdidos do passado com a esperança futura em uma cidade mais bela e humana.

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