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domingo, 6 de junho de 2010

O RIO É UMA "CASA PORTUGUESA, COM CERTEZA !"


O Rio é uma ‘casa portuguesa’


Cidade abriga o maior contingente de imigrantes do País: são 510 mil, oriundos da metrópole europeia.


Livro mostra influência desses estrangeiros no comércio, na indústria, na luta contra preconceito racial e até na festa de Carnaval


POR MARIA LUISA BARROS

O DIA


Rio - Cariocas, mas de alma portuguesa, com certeza.


A chegada de 1,8 milhão de portugueses em cinco séculos de imigração marcou hábitos e costumes da sociedade e provocou profundas transformações no Brasil e principalmente no Rio de Janeiro, a primeira opção dos patrícios que desembarcavam nos portos brasileiros.


Atualmente, vivem no país 510 mil portugueses — 82 mil só no Estado do Rio.


É o maior grupo de imigrantes no País, seguido por japoneses e italianos.A saga dos lusitanos está contada no livro ‘De pai para filho — Imigrantes portugueses no Rio de Janeiro’ —, que será lançado quinta-feira, Dia Nacional de Portugal, no Palácio São Clemente, em Botafogo.


A publicação é a primeira de uma série sobre imigração, que terá ‘Árabes no Rio de Janeiro’ e ‘Judeus Cariocas’.


O livro custará R$ 85 nas livrarias.


A maior presença das comunidades portuguesas se deu no comércio e na indústria — de simples caixeiros viajantes a donos de grandes redes de supermercados.


Trouxeram os açougues, as padarias, as fábricas, os cafés que deram origem aos botequins e até o tradicional biscoito Globo.


Em 1856, havia cerca de 20 mil estabelecimentos comerciais no Rio.


Nesses, para cada três brasileiros, eram dois portugueses.


Esses abriram
negócios que atravessaram o século, como a Confeitaria Colombo, Casas Turuna, Angu do Gomes, Casa Cruz, Lidador e Casa Granado.

Para um dos autores do livro, Silvio Roberto Rabaça, a herança carioca deve muito ao imigrante, que no imaginário popular virou figura caricata como o português da padaria.


“É um preconceito oriundo da colonização. O Rio é uma cidade portuguesa, mas os cariocas não avaliam a importância do imigrante português para o desenvolvimento do País”, reconhece Silvio Rabaça.


Os portugueses marcaram presença no esporte, com a fundação do Clube de Regatas Vasco da Gama, o primeiro a aceitar jogadores negros em seus quadros.


E foram protagonistas das mudanças no cenário cultural, com a publicação de jornais, revistas como ‘O Cruzeiro’, e criação de companhias teatrais e de programas de rádio com sua maior estrela, a portuguesa Carmen Miranda.


Irmandades e festas sacras


Uma das maiores contribuições portuguesas no Rio de Janeiro foi a criação das irmandades, confrarias e ordens terceiras, como as do Carmo e de São Francisco, que fundaram os primeiros hospitais na cidade, muito antes da criação dos institutos de previdência.


“Eles já pensavam longe e se uniam para poder se amparar”, explica Silvio Rabaça.


A Santa Casa, no Morro do Castelo, assistia órfãos, escravos, doentes mentais e presos.


Com o dinheiro de heranças, construíram igrejas e conventos de onde se surgiram as festas religiosas.



CURIOSIDADES



SAMBA DA MANGUEIRA


O nome da agremiação tem origem na primeira estação de trem da Central do Brasil em frente à fábrica de chapéus Mangueira, do português José Luiz Fernandes Braga.


O próprio Carnaval carioca tem em uma de suas origens o bloco português do Zé Pereira.




FAZER UMA VAQUINHA


A expressão nasceu na torcida vascaína, que patrocinava os jogadores, numa época em que o futebol era amador e os atletas não recebiam salário.


Em troca, os torcedores concorriam a prêmios associados aos números do jogo do bicho.


O maior valor — 25 mil réis — correspondia ao da vaca.



AS CALÇADAS DE COPA


As pedras portuguesas em forma de ondas no calçadão de Copa se tornaram um dos cartões-postais mais famosos do mundo.


O desenho ondulado criado em Lisboa, no século 19, e ampliado pelo paisagista Roberto Burle Marx é considerado o maior mosaico do mundo.




QUILOMBO LEBLOND




O português José de Seixas Magalhães era dono de uma chácara onde hoje é o Alto Leblon.


Lá ele cultivava camélias com a auxílio de escravos fugidos, a quem dava abrigo.


Um dos vizinhos era o francês Charles “Le Blond” (o loiro), cujo nome deu origem ao Leblon.


A camélia virou símbolo da campanha abolicionista e era usada na lapela de seus simpatizantes.

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