O Cortiço
05/09/2010 - 19:44
Enviado por: Paulo Pacini
JB
Dentre os inúmeros problemas e necessidades da vida nas grandes cidades, um dos mais sérios é sem dúvida aquele da moradia.
De fácil acesso para os abastados, sempre foi uma das maiores dificuldades para os de pouca renda, que só contam com a força do trabalho para sobreviver.
A partir de meados do século XIX, o Rio de Janeiro conheceu um processo de expansão econômica, com o nascimento das primeiras indústrias e o desenvolvimento dos meios de transporte, o que provocou um aumento populacional e conseqüente demanda por habitações.
Cortiço, moradia precária e de baixo custo do século XIX
Para a crescente classe trabalhadora, sem condições econômicas, poucas opções existiam nesse sentido.
Muitos proprietários, trocando suas moradas no Centro por outras em novos bairros, como Botafogo e Laranjeiras, passaram a alugar as antigas casas, sendo seus cômodos muitas vezes divididos internamente, criando espaço para mais um locatário.
Nascia um novo tipo de residência de baixa renda que iria marcar época, imortalizada no livro “O Cortiço”, de Aluísio Azevedo.
Vários trechos do Centro eram conhecidos pelos seus cortiços, como a rua do Senado, Senhor dos Passos, Senador Pompeu e Barão de São Félix, mas estes se espalharam por toda cidade.
O estado combateu este tipo de moradia, mas desde cedo ignorou o problema da habitação popular.
O resultado de dessa omissão mais que secular por ser visto hoje, onde grande parte da população vive em residências improvisadas e construídas à margem da lei, pois nenhuma outra solução lhe foi oferecida.
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