Cedae não consegue secar cocheiras imperiais
RIO - Passados mais de 40 dias do início dos alagamentos, a Cedae ainda não
conseguiu deixar secas as cocheiras imperiais no Centro Hípico do Exército,
próximo à Quinta da Boa Vista. Os veterinários e tratadores dos 43 cavalos do
local reclamam que, apesar de a concessionária já ter feito dois reparos na
tubulação, esta semana ocorreu um terceiro vazamento. Já a Cedae argumenta que
não há água vazando, mas "aflorando do solo, onde se acumulou durante as
escavações feitas para que a tubulação fosse substituída". O trecho escavado,
segundo a concessionária, será drenado e aterrado novamente.
De acordo com a veterinária Ana Stela Fonseca, por causa deste novo buraco no
cano, o fornecimento de água na hípica foi novamente suspenso e um carro-pipa
voltou a abastecer o centro. A concessionária diz que o fornecimento de água no
local foi interrompido "temporariamente porque a companhia está instalando um
hidrômetro na cocheira, e foi necessário ligar o equipamento à rede de
água."
— Ontem (quarta-feira) a Cedae restabeleceu o fornecimento, mas hoje
(quinta-feira) de manhã voltamos a ficar sem água — contou Ana Stela,
acrescentando: — Eles vieram aqui e já taparam boa parte do buraco e consertaram
duas vezes o vazamento. Só que agora apareceu um terceiro vazamento no
encanamento.
Segundo Ana Stela, o conserto na tubulação da hípica começou há 20 dias, mas
o problema ainda não foi resolvido:
— Hoje (quinta-feira) de manhã, só havia um operário trabalhando. Estamos
muito preocupados, pois um funcionário disse ao capitão que no sábado tudo
estaria resolvido.
Os tratadores também reclamam que, durante as obras, a Cedae abriu um buraco
na calçada próxima ao Centro Hípico, mas ainda não restaurou o calçamento.
Conforme foi mostrado pelo GLOBO no dia 15 deste mês, o local que abriga as
históricas cocheiras imperiais sofria desde o dia 17 de fevereiro com um grande
vazamento, que alagou parte do espaço e desperdiçou mais de 4,5 milhões de
litros de água tratada. A Cedae mandou uma equipe verificar o problema no dia 19
de fevereiro, domingo de carnaval, e os técnicos constataram a presença de uma
pequena fissura na rede ligada à adutora que abastece a Zona Norte, o Centro e
um trecho da Zona Sul. Ela provocava um vazamento de dois litros de água por
segundo.
Parte de um terreno de 400 metros quadrados usado pelo Centro Hípico acabou
submerso. O alagamento abriu uma cratera de dois metros de largura e
aproximadamente dez metros de profundidade, cheia de água. Por causa do
problema, quatro das 50 baias, que abrigam 43 cavalos, foram interditadas e uma
delas começou a afundar. A Cedae iniciou o trabalho de reparo na tubulação, que
passa por baixo do Centro Hípico, no dia 16 deste mês.
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