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domingo, 1 de julho de 2012

COLÉGIO PEDRO II - A REPÚBLICA BOLIVARIANA TENTA DESTRUIR !


Pedro II vive incertezas que põem em risco tradição de 174 anos


Com expansão, colégio já tem 14 filiais, e professores concursados perdem espaço

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Sem aulas, Wellington estuda sozinho no Colégio Pedro II de Caxias
Foto: O Globo / Luiz Ackermann
Sem aulas, Wellington estuda sozinho no Colégio Pedro II de Caxias O Globo / Luiz Ackermann
RIO - Por lá passaram professores ilustres como o filólogo Aurélio Buarque de Holanda, o escritor Euclides da Cunha e o poeta Manuel Bandeira. Nomes que contribuíram para a fama e a excelência do ensino do Colégio Pedro II. Nesses 174 anos de fundação, a instituição federal, hoje com 14 unidades e mais de dez mil alunos no Rio, colheu bons indicadores, com estudantes bem classificados em vestibulares, entre os mais preparados do país. Mas se o passado é de orgulho, o futuro dessa tradicional escola carioca é de incerteza.


A política de expansão da marca Pedro II adotada pelo governo federal criou um impasse. Como os concursos para a contratação de professores não acompanham o ritmo de abertura de novas unidades — desde 2007 foram abertas mais três — , a saída tem sido a convocação de profissionais em regime temporário. O resultado foi o aumento na proporção de professores, cujo vinculo com a escola pode durar no máximo dois anos, ou ser cancelado a qualquer momento, caso os mestres optem por outro emprego. Em 2008, o percentual de temporários chegou 23%. Em seguida, caiu para 17% em 2010. No ano passado, o índice voltou a subir para 19%. Os dados de 2012 apontam para novo crescimento. Até junho, a média de temporários era de 21%.
Aliado aos problemas nas contratações, os professores do Pedro II aderiram no dia 18 à greve nacional dos servidores do ensino federal e cobram um plano de cargos e salários. Em algumas unidades, os professores apoiam a paralisação, em outras, os alunos vêm tendo aula, mas parcialmente. É o caso da Unidade de São Cristóvão, responsável pelo ensino fundamental. Num dia, tem aula às 13h, no outro, somente a partir das 16h. Já em Caxias, os alunos, às vésperas do Enem, estão sem aulas.
Com a crise, caíram as notas de 4 unidades
Aos poucos, as dificuldades no Pedro II começam a se refletir no desempenho dos alunos. Embora ainda se mantenha com notas acima dos seus concorrentes no ensino público, quatro das nove unidades da instituição que participaram da prova do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) tiveram queda nas notas. É o caso do Pedro II (Engenho Novo 2) que, em 2007, obteve 5,4 e, em 2009, 4,3. Houve queda ainda nas unidades Humaitá 1, São Cristóvão 2 e Tijuca 2.
Elizabeth Aparecida, de 42 anos, tem um filho matriculado no 5 unidade, em São Cristóvão, e teme prejuízos causados pela descontinuidade no ensino:
— No ano passado, meu filho ficou sem professor de português por uns três meses até a direção contratar um substituto. Este ano, já fomos avisados que o professor de música sairá em agosto. Esses problemas atrapalham o aprendizado. Queremos que a direção resolva essa questão. Queremos ainda que seja suspenso o calendário até que a greve termine — diz Elizabeth.
Há unidades com 37% de professores temporários
O relatório do Pedro II de 2011 mostra que, em unidades como Realengo 1 e Duque de Caxias, a proporção de professores temporários está em torno de 37%. Na unidade de Caxias, que funciona num prédio comercial desde 2007, os alunos passaram a se reunir para estudar em grupo. Eles reclamam da falta de condições do lugar. Uma nova sede começou a ser construída na cidade, mas só ficará pronta em dezembro.
— Estamos ansiosos porque vamos participar do Enem. Marcamos reuniões aqui na escola para tentar manter o estudo em dia. Mas não há como negar que sem professor fica mais difícil. Não é só por conta da greve. Este ano, ficamos meses sem professor de geografia porque o que trabalhava aqui era temporário e precisou deixar a escola — conta o aluno da unidade de Caxias, Wellington Bezerra, de 17 anos.
Na unidade do Centro, no Rio, o prédio está com problemas de conservação, e um aparelho de ar-condicionado é guardado embaixo da escada principal porque a instalação elétrica ainda não foi adaptada para receber o equipamento. Na avaliação de Teresa Ventura, diretora da Associação de Docentes do Colégio Pedro II, a instituição vive um momento de precarização:
— O colégio passa por uma precarização, uma falta de valorização, de estímulo. São muitas dificuldades em nível pedagógico e político e também de material afetam o trabalho dos técnicos, docentes e o empenho dos alunos. Na Tijuca, os alunos tiveram que ser transferidos devido a um problema na rampa de acesso.
A direção-geral do Pedro II foi procurada, mas alegou que estava envolvida no processo para debelar a greve, e que só poderia responder às perguntas do jornal esta semana.


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