A Bela Academia
Enviado por: Paulo Pacini
JB
Durante o período colonial, o Rio de Janeiro, apesar de se tornar capital em 1763, tinha seu desenvolvimento impedido pela política da coroa portuguesa, que visava únicamente extrair daqui o máximo possível, só investindo no que garantisse e maximizasse o saque.
Tudo muda em 1808, quando a côrte, em fuga, é obrigada a se instalar nos trópicos, gostando ou não.
Diante do inevitável, são tomadas providências para tornar a cidade, agora promovida a capital do reino, em um local mais à altura dos expatriados.
Dentre várias melhorias introduzidas, destaca-se a imprensa e o embrião da atual Biblioteca Nacional, dentre outras.
Sob o impulso do Conde da Barca, é decidida também a criação de uma Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, na qual, além das belas artes, seriam ensinadas profissões ligadas à indústria.
Para instalar a nova escola, é contratada na França, em 1816, uma missão artística, composta por nomes de destaque, que deixariam uma marca perene na arte brasileira.
A equipe incluía membros do Instituto francês, como Lebreton, Jean Baptiste Debret, Taunay e Grandjean de Montigny.
Os trabalhos se iniciaram sob a regência de D. João, mas só terminariam com D. Pedro I, em 1826, tornando-se a Escola Real a Academia Imperial de Belas Artes.
A Academia de Grandjean de Montigny, em 1906
O prédio, com projeto de Grandjean de Montigny, era de estilo neoclássico, erigido em um terreno contíguo à rua da Lampadosa, (av. Passos), esquina com uma travessa que passou a ser chamada de Belas-Artes.
Para destacar o prédio, foi aberta a rua Imperatriz Leopoldina, o que possibilitou que sua magnífica fachada pudesse ser vista desde a praça Tiradentes.
A academia, além de ser a primeira instituição brasileira a promover as artes plásticas, foi berço de alguns dos mais famosos pintores clássicos, como Victor Meirelles e Pedro Américo.
A construção da nova sede, na avenida Rio Branco, em 1908, fez com que o acervo artístico fosse para lá transferido, e, com o tempo, o prédio passou a ser propriedade do Ministério da Fazenda.
Em 1937, em pleno Estado Novo, o venerável e histórico edifício foi estúpidamente demolido, apesar dos protestos.
Hoje em dia o local é um terreno baldio, convertido em estacionamento.
A fachada foi preservada e se encontra no Jardim Botânico, no final da alameda das palmeiras, como testemunho tanto da genialidade de seus construtores quanto da mediocridade dos habituais destruidores.
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