QG da PM: Petrobrás desiste, mas o estado não
Estatal não explica recuo do negócio. Governo diz que área de 13.500 metros quadrados continua à venda
RIO - Três meses depois de anunciar que compraria o terreno de 13.500 metros quadrados, no Centro do Rio, onde atualmente funciona o Quartel-General da Polícia Militar, a Petrobras desistiu do negócio. A transação seria uma das maiores do mercado imobiliário da cidade: a área na Rua Evaristo da Veiga, próxima à sede da estatal, na Avenida Chile, trocaria de mãos por R$ 336 milhões. A Petrobras não informou o motivo da desistência. Em nota, o governo do estado disse que a decisão de vender a propriedade está mantida.
Na negociação entre a Petrobras e o governo, a empresa exigiu que o terreno fosse entregue com o prédio do quartel demolido. O governo do estado chegou a a solicitar à Empresa de Obras Públicas (Emop) que fizesse um orçamento do custo da implosão das instalações existentes e da remoção dos escombros. Esses custos ficariam por conta da Petrobras.
Com a venda do terreno onde funciona o quartel, o comando geral da PM será transferido para a sede do Batalhão de Choque, na Rua Frei Caneca, na Cidade Nova. Na época da negociação, o governo do Rio justificou a venda do terreno explicando que acabaria com os grandes quartéis e construiria sedes menores para aumentar o número de policiais nas ruas. A Secretaria estadual de Segurança do Rio chegou a dizer que a venda era “apenas o primeiro passo de um amplo projeto de reestruturação dos batalhões e da sede administrativa da Polícia Militar do Rio de Janeiro”.
Iphan avaliaria projeto
A Petrobras, que não havia ainda divulgado o projeto para a área, não informou o motivo da desistência. Em maio, a superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Rio informou que a construção de um novo prédio no terreno do Quartel-General da Polícia Militar precisaria passar pelo crivo da instituição, porque ele está próximo a bens tombados pela União, como os Arcos da Lapa. A superintendente, do instituto, Cristina Lodi, lembrou na época que os Arcos da Lapa e o sistema de bondes são tombados e estão situados numa esplanada cuja ambiência não pode ser prejudicada.
— O imóvel está entre os Arcos da Lapa e o sistema de bondes. Todas as estações de bondes são tombadas provisoriamente. Essa obra vai ter que passar pelo crivo do Iphan — comentou Cristina. — Vários fatores serão observados, como a ambiência, a volumetria (do imóvel a ser construído), o gabarito, o material usado e toda a parte de paisagismo.
Segundo a prefeitura, o gabarito para o número 78 da Rua Evaristo da Veiga, onde fica o QG da PM, permite prédios de até 26 andares, respeitando os limites dos edifícios ao redor.
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